Capítulo 5

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− Vamos brindar com suco? Que excitante. − Elizabeth reclamou, ainda que tivesse um sorriso no rosto.

− Suco será, já que você não pode beber, minha bela. E a gente precisa comemorar. − Ele disse ao pôr o suco nas taças.

Elizabeth olhou o espaço ao redor, a atmosfera do terraço era tão tranquilizadora, o céu escuro, porém completamente estrelado. E mais uma vez lá estavam eles, o terraço parecia ser um espaço particular só do Ben e da Elizabeth, eles já tiveram noites românticas lá, já fizeram planos lá, já ficaram apenas deitados, abraçados, olhando as estrelas. Eles já se amaram naquele lugar, ninguém os incomodava quando eles estavam ali. Elizabeth olhou o céu estrelado outra vez, depois olhou para Ben, ele parecia feliz e aquilo aquecia o coração dela. Ela viu Ben erguendo a taça para brindar, ela pegou a dela e fez o mesmo. Eles não disseram nada, apenas o tilintar das taças e seus olhares diziam tudo. De repente, Elizabeth ficou cabisbaixa, a luz do seu olhar se apagou um pouco.

− Ei... qual é o problema? − Ben perguntou com uma voz doce.

Ela pôs a taça na mesinha. − A gente não... A gente não deveria estar comemorando. − ela falou apreensiva.

Ben franziu a testa. − Por que não?

Elizabeth continuou cabisbaixa. − É muito cedo... e se... e se eu não conseguir segurar essa gravidez, meu bem? Você vai ficar decepcionado, você vai me odiar.

− Beth, vem aqui. − ele a chamou, abrindo espaço para ela na cadeira reclinável onde ele estava. Ela foi e se acomodou no abraço dele, os dois deitados sob o luar. − O que houve? Cadê aquela mulher que me deu uma injeção de ânimo ontem?

Elizabeth se escondeu na curva do pescoço dele. − Eu só.. eu só não quero te decepcionar, você parece tão feliz.

− Beth, olhe pra mim. − ele segurou na nuca dela, levemente acariciando seus cabelos. Ela olhou pra ele. − Eu confesso que eu me decepcionaria, mas não com você, e sim com a situação. Amor, se algo acontecer, e Deus queira que não, não vai ser culpa sua. E eu vou estar com você em todos os momentos.

− Vai estar mesmo?

− Claro, eu sou o pai, porque eu não estaria?

Elizabeth olhou para o céu outra vez. − Se não fosse pela Lia, eu teria ficado sozinha em todas as minhas gestações. O... Harold odiava o Alec antes mesmo dele nascer e com a Sue foi do mesmo jeito.

− Eu não sou o Harol..

Ela pôs o dedo sobre os lábios dele. − Eu sei e eu te amo por isso. − ela o beijou.

− Só por isso?

− Se eu for te falar tudo o que me faz te amar, vou passar a noite inteira falando.

Ben sorriu. − Você fala de mim, mas é tão romântica quanto eu.

− Isso é um segredo nosso.

Eles olharam pro céu outra vez.

− Como foi quando os meninos nasceram? − ele perguntou olhando pra a lua e acariciando os cabelos dela.

− Hmm.. assustador. Com o Alec foi complicado porque eu era mãe de primeira viagem, não tinha experiência nenhuma com isso, e a Lia também não.

− E a Sue?

− A Sue foi apressada como sempre, me pegou desprevenida em um dia chuvoso. O parto dela teve que ser feito em casa, pela Lia, que nunca tinha feito isso na vida. Você acredita que o Alec ficou o tempo inteiro comigo? Eu não sei como ele aguentou ficar ali me ouvindo praticamente gritar de dor.

Águas Passadas (Part II)Onde histórias criam vida. Descubra agora