Capítulo II

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Ivan Cooper era meu produtor a anos, e normalmente meu amigo. Não teria porque ele mentir sobre aquilo, mas ainda não queria que ele tivesse a expulsado, Porém entendo seu ponto de vista. Senti minha boca cair. Moradora de Rua? Isso explica muita coisa.

-Eu Preciso acha-la, Ivan.

-Que? Não.- Ele me olhava incrédulo. E eu comecei a tentar arrancar aquelas agulhas e aparelhos de mim.- Shawn, não! Calma.. Não faz isso!

Ele disse tentando me parar. Eu precisava ajudar ela, ou no mínimo agradecer...seja lá o que ela tenha feito para aqueles homens me deixarem. Bufei parando e me sentando, eu não estava conseguindo nada levando em conta que estava todo dolorido e enfaixado.

-Olha, mesmo se você quisesse, seria difícil encontra-la. Praticamente Impossível.

-E porque?- Disse o olhando com o cenho franzido.

-Porque ela é uma mendiga, Shawn. Não sabemos o seu nome, e ela não mora em uma casa, provavelmente uma nômade. Você está dormindo a três dias... provavelmente ela deve estar longe!

-Três...Dias?- Perguntei arregalando os olhos. Impossível?

-Sim. Três dias. A empresa está louca.

-Eu não me importo. Tenho que encontra-la. - falei com uma determinação que não sei de onde veio.

-Tudo isso por causa de uma mendiga Shawn?! Sério?

-ela não é uma mendiga qualquer, ela me salvou.

Ele ficou pensativo e saiu rapidamente do quarto. Mas o que ele está fazendo?!

-achei!- ele entrou de supetão na sala fazendo eu me assustar e derrubar o copo de vidro vazio que tinha colocado na banqueta.

-MERDA!- disse revirando os olhos. Sou um Estabanado de carteirinha. -O que você achou?

-O nome dela...como ela veio te acompanhando ela assinou por você.- senti a ansiedade subir e meus olhos brilharem em antecipação.

-Q-qual é o nome dela?

-Lizzy Lambertini.

-Um sobrenome? - perguntei confuso.

-Sim, também achei estranho. Mas vamos procurar pelos abrigos. E vamos voltar lá no beco, parece que haviam câmeras na estrada do mesmo. Será mais fácil de acha-la se soubermos como é seu rosto.- ele disse pensativo decidido.

-Ivan?

-Oi?

-Obrigado. Isso é importante para mim.- O vi sorrir de lado debochado

-Eu sei.

***

-Shawn, você tem certeza que quer ir? Você ainda está se recuperando. -Ele perguntou quando já estávamos indo para a saída do Hospital.

-Tenho certeza. Eu já estou ótimo. Aliás, não quero deixar meus fãs preocupados.

Respondi saindo e avistando a multidão que estava lá, alguns acampados a dias... Há, eu amo eles.

-Obrigado a todos por virem e me acompanharem nesse momento difícil...-Ouvi eles aplaudirem e alguns até gritarem.- Vou precisar de um tempo para me recuperar, e eu gostaria, que independente do que aconteça vocês nunca me esqueçam, nem me abandonem. Porque eu nunca vou fazer isso com vocês. Prometem?

-SIM! TE AMAMOS! - Dessa vez não dei autógrafos, apenas tirei algumas fotos e fui em direção ao carro. Que seguiu para o beco onde aconteceu tudo.

-Eu já me comuniquei com o dono do prédio. As câmeras filmaram sim do momento em que eles entraram com você até o que a ambulância te levou.- Tremi ao ouvir aquilo. Seria um pouco difícil ver aquilo, mas eu não tenho medo. Tenho que encontra-la, sinto que sim.

Ao chegarmos lá, um senhor que aparentava estar na casa dos 50 anos estava nos esperando.

-Sr Cooper? Prazer, sou o zelador. O dono mandou eu mostrar as fitas para vocês. Me sigam por aqui.

E então entramos por um corredor extenso e na última porta do mesmo que dava para uma sala com algumas prateleiras com documentos e uma mesa com dois televisores e um computador de onde podiam ver as imagens das câmeras de segurança.

-São as imagens de 3 dias atrás não é?

-Sim. Por volta das 18:00.

Ivan disse e eu apenas observava atento nas telas. Nos sentamos próximo a mesa e o senhor começou a voltar até o dia do meu "Sequestro".

As cenas começaram a rodar e em pouco tempo apareceu os homens que me sequestraram comigo sendo carregado desacordado. Mas eu não poderia ser visto. Está explicado porque não chamaram a polícia. É normal ver homens assim entrar em becos escuros.

-Adiante um pouco, por favor. -Pedi me pronunciando pela primeira vez. O Senhor de idade, que ainda não sei o nome, olhou para mim e adiantou até que eu vi ela chegando...- Pare.

Fiquei olhando pela pequena tela e ela era...Linda, apesar de estar suja e aparentar passar fome, se ela tivesse me roubado eu não ficaria com raiva. Longe de mim, ela precisava. Eu não. Pelo menos não me sentiria tão culpado. Logo ela espiou o beco e parecia assustada e pensativa. Ela pegou uma madeira que estava ao lado e pareceu bater na parede.

-O que ela está fazendo?... - falei mais para mim mesmo, do que para eles.

-Lizzy, só se mete em confusão.- disse o senhor e eu o olhei assustado.

-Você a conhece?

-Sim... Ela se abriga por aqui pela rua. Por favor, tenha pena dela, ela é uma boa moça, já sofreu de mais. Seja lá o que ela fez, ela não fez por mal...

-Calma, é só uma dívida.

-Ela te deve?- ele olhou assombrado para mim

-Não. Eu que devo a ela.- falei voltando minha atenção para a tela onde ela brigava com os homens, verbalmente. Gostaria de saber o que eles falavam... E Porque será que eles não meteram um tiro na testa dela?

-O senhor tem o endereço de onde eu possa encontra-la?

-O senhor está no céu, me chame de Bernard. E sim, eu tenho. Só que esse abrigo abre apenas as 19:00.- disse enquanto escrevia em um papel.

-Obrigado, Bernard.

-Qualquer coisa para ajudar aquela garota...- respondeu me entregando o papel onde tinha o endereço alguns quarteirões daqui.

Agora só restava esperar...

***

Gostaram? Espero que sim.

Estou ansiosa para saber suas opiniões e o que acham que vai acontecer KKK

Beijão e até o próximo. Obrigada por lerem❤️

Salvation -S.MOnde histórias criam vida. Descubra agora