1848

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PRÓLOGO:

1
Um jovem de cabelos castanhos médios caminha com algumas caixas nas costas.

- Nossa pai, por que você não chama um desses miseráveis nas calçadas e lhes pede para carregar essas benditas caixas em troca de uns Sovereigns?

- O que você prefere moleque, que eu pague um medingo ou que lhe dê uns trocados para você comprar esses seus malditos livros?

Um silêncio se faz e o jovem rapaz adentra na lustrosa loja de armas suspirando.

- Coloque essas caixas atrás dos balcões para não atrapalhar os clientes! - o jovem rapaz de cabelos longos presos em um baixo rabo arrasta os pesados caixotes.

- Posso ir papai? Preciso checar a impressão do meu liv... - antes que o jovem possa prosseguir seu pai lhe interrompe:

- Lá vem você de novo com esse papo! Temos uma loja, somos associados a maior fabricante de póvora da Inglaterra e graças ao meu esforço estamos bem financeiramente. Saímos daquele inferno que estava a França para prosperarmos aqui, viemos enriquecer nessa era das máquinas. Isso aqui é interior futuro, e não esses malditos pedaços de papel que você vive perdendo tempo!

O jovem rapaz enche todo o seu pulmão de tristeza e angústia sem coragem de rebater seu pai um assunto tantas vezes discutido.

- Agora vá fazer algo de útil limpando essas balas e a vitrine que eu mesmo descarregarei as caixas.

O rapaz pega um pano e se agacha para pegar as balas que fora solicitada a limpeza quando entra um garoto correndo mal vestido com sapatos que pareciam menores do que o seu pé:

- Tenho um recado para você - exclama o menino com um pedaço de papel nas mãos.

- Ah, obrigado! - estica a mão o jovem cabeludo.

- Primeiro meu Sovereign!

- Mas não te pagaram?

- Hmmmm, não... - mente o menino.

O jovem percebendo a falta de honestidade do menino resmunga

- Voleur...

- O que disse?

- Nada! Pegue seu dinheiro e suma daqui! - o menino sai correndo com uma cara de levado.

O rapaz olha para os lados afim de checar se existe mais alguém por perto e abre o papel perfumado com os seguintes dizeres:

"Baker, 122 - M."

2
17:30h, loja prestes a fechar, o jovem rapaz ajeita suas vestes e sai apressado.

- Ei apressadinho, olha a frente!

- Me desculpe! - o jovem sorri sem graça.

Chegando ao endereço, o rapaz bate a porta verde escuro e uma voz do outro lado pergunta:

- Quem é?

- Senhora Hudson, sou eu, vim ver Marianne - a idosa abre a porta com um largo sorriso:

- Achei que era mais um dos clientes de Sherlock, ele hoje não está bem.

- Ah sim, e ele está?

- Não, viajou para a casa dos pais, Sherlock quando está doente é como uma criança e os meus cafés não estavam sendo o bastante para ele - o jovem sorri lembrando do jeito de seu amigo:

- E ela já chegou? - a idosa lhe dá um sorriso malicioso e responde:

- Sim, e já está o aguardando.

Is It love? Nicolae - PatrinieriOnde histórias criam vida. Descubra agora