Mansão Bartholy

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- Bom dia, gostaria de chegar nesse endereço, está muito longe daqui? - pergunto ao segurança lhe entregando o papel cuidadosamente dobrado.

- Bem, não está não, a senhorita poderia ir andando ou pode pegar o ônibus que passa aqui na frente, ele te deixa nas proximidades - responde devolvendo o papel.

- Ah sim, obrigada! - pego o papel e coloco ele dentro da minha bolsa atravessada, tipo carteiro.
Quando estou me virando para ir embora o segurança fala:

- A senhorita sabe que isso é uma propriedade particular não é?

- Sim eu sei.

- Tome cuidado, aquela área é meio deserta! - conclui com ar de preocupação, o que me desperta um certo desconforto.

Será que todo mundo nessa cidade é esquisito assim?

Me apresso para a saída e vejo que o ônibus o qual o segurança me indicou está chegando no ponto. Corro como se não houvesse amanhã, quando do nada surge uma pessoa na minha frente:

- Ei boneca, pra que tanta pressa?

- Desculpe preciso ir! - respondo tão apressadamente que não percebo que o meu caderno cai no chão.
Chego no ponto de ônibus ofegante mas consigo pegar o ônibus, eu não poderia arriscar de perde-lo pois o segurança me alertou que essa linha passa em horários espaçados.

Sento em um dos bancos vagos e tenho a impressão que todos me olham.

O que essa cidade tem? Todo mundo aqui é estranho. Será que está escrito na minha testa que eu sou de fora?

Abro a minha bolsa e pego um pequeno espelho para checar meu visual e percebo que estou um pouco descabelada. Arrumo as madeixas quando percebo que chegamos ao ponto final. Me dirijo ao motorista e pergunto:

- Bom dia, a casa dos Bartholys fica por aqui?

O motorista desfaz o sorriso e responde rispidamente:

- Segue essa rua e vire a direita.

- Ok obrigada! - lhe dou um sorriso sem graça, algo me diz que essa família não é muito bem vista na cidade, estou começando a questionar seriamente a minha vinda para essa cidade.

Quando desço do ônibus percebo que estou apenas com a minha bolsa, levo a minha mão direita a testa dando um tampa em mim mesma:

- Droga! Esqueci minhas malas naquela espelunca!

Olho para o relógio e percebo que são um pouco mais de meio dia.

Se eu voltar ao hotel, posso me atrasar é esse bendito ônibus ao que tudo indica, demora a passar. Também não irei conseguir trazer as malas na mão e não tenho dinheiro suficiente para o táxi, preciso economizar.

Droga, droga, droga, mil vezes droga!

Respiro fundo e caminho em direção a mansão, percebo que não existem propriedades ao redor e sim muros altos que cercam um terreno a perder de vista.

Nossa, será que tudo isso é uma casa só?

Quando chego no portão meu queixo vai ao chão.
O portão é gradeado e permite ter uma pequena visão do que é a propriedade Bartholy. Vejo ao fundo uma linda mansão, com arquitetura renascentista uma linda abóboda no centro me chama bastante atenção.
Sinto um vento frio na espinha e isso me desperta do meu transe.

Olho para os lados meio incrédula e resolvo ir adiante. O portão está entre aberto e isso me permite caminhar até a imensa porta gótica. Chegando nela, percebo que não existe campainha e apenas duas auréolas de ferro em formato de gárgulas.

Is It love? Nicolae - PatrinieriOnde histórias criam vida. Descubra agora