Party II

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Passado alguns minutos e alguns copos de bebida os quais já tinha perdido a noção da quantidade, me sinto mais leve, aérea e até engraçada.

- Drogo, vamos dançar?

- Prefiro admirar coitadinha, é assim que eu caço!

Após essa afirmativa do Drogo, sinto um arrepio na espinha e ao mesmo tempo uma fervura na minha pele.

- O que foi, eu te excito? - pergunta Drogo de forma direta.

- O que? Oi? Não! Eu só quero dançar! - saio o mais rápido que posso em direção a pista de dança.

O que há comigo?

Me sinto meio tonta mas imensamente feliz, começo a dançar no meio das pessoas e sinto que não sou a mesma Jane sem graça, nerd e suburbana que nunca fez nada de notório e não chama atenção de ninguém.

De repente sinto um par de mãos másculas nas minhas coxas. De primeira instância eu penso em afasta-lo mas estou com álcool demais na minha corrente sanguínea e portanto deixo acontecer.

O desconhecido guia meu quadril com as suas mãos fortes no ritmo da música é isso até certo ponto me agrada.

Seu toque passa a ser invasivo e ele começa a subir uma mão para a minha barriga descendo pelo cós da saia. Eu tento me afastar mas ele me agarra com maior força, grito pra ele me largar mas o som da música, a meia luz neon e o excesso de álcool somado com drogas nos convidados ali presentes abafam meu protesto.

Do nada, vejo Adam vindo em minha direção e com um soco ele afasta meu abusador.

Poucos abrem espaço, boa parte não está nem interessada no que está rolando.

O cara corre antes mesmo de conseguirmos ver seu rosto.

- Você está bem Jane? Ele te fez algo?

Eu começo a chorar pelo pânico do que poderia ter me acontecido.

- Vem aqui, está tudo bem!

Adam me aconchega em seus braços e afaga meus cabelos com seus dedos de músico.

- Obrigada. - única coisa que consigo dizer.

- Venha, vamos sair daqui!

Adam me puxa para os fundos da fraternidade onde tem um deck e um chafariz. Sentamos na beira do chafariz sem falarmos muito.

- Você quer ir embora?

Balanço a cabeça negativamente:

- Não posso ir embora, primeiramente porque deixaria Sarah preocupada e... - faço uma pausa - se eu voltar agora, todos vão saber que houve algum de errado e se descobrirem, vou virar prisioneira em pleno século XXI.

Adam ri.

- Não tem graça! Eu tô falando sério!

- Tudo bem, não está mais aqui quem achou graça.

Somos interrompidos por uma bela morena de olhos verdes.

- Adam, você sumiu, o que houve?

- Ah, nada, uma amiga estava precisando de mim.

- E você não vem? - me olha com desprezo.

- Não, por ora ficarei aqui mas eu tenho o seu número, qualquer eu te ligo - fala colocando seu braço no meu ombro.

- Vai pra merda seu babaca galinha! - ela sai furiosa.

- Posso saber o que foi isso? - pergunto confusa e envergonhada.

- Essa mina é da minha sala, ela me persegue desde que vim pra cá.

- E?

- E, que eu tava no zero a zero até ainda agora e acabei pegando ela, bebi um pouco demais e ia subir com ela quando te vi das escadas.

- Oh, obrigada mais uma vez.

- Eu que agradeço por me salvar dessa louca.

- Bem, não queria te salvar assim.

- Desculpe, não quis ser indelicado, as vezes não penso nas minhas piadas e falo besteira.

- Tudo bem - falo cabisbaixa.

- Te feri, eu sou um idiota, desculpe.

- Mas me fale a respeito da noite, como assim um americano, músico, surfista, loiro, expert em festas, estava no zero a zero até ainda pouco? - falo para quebrar o gelo, não é justo deixar o Adam se sentir culpado depois do que ele fez por mim.

- Aaah, sabe como é né, as mulheres inglesas são mais difíceis.

- Numa festa de fraternidade? Tem algo errado com o californiano aí!

- Me esqueci que você é amiga da Sarah, estou muito bem arranjado com duas implicantes atrás de mim!

- Hahaha desculpe, não resisti, as vezes faço piada sem pensar!

- Aí, doeu! Ainda é vingativa?

- Hahaha mal de ariana.

- Outra que tem essa coisa de signo? Ninguém merece! - fala levando a mão a testa.

- Estão interrompendo algo? Vejo que estão se divertindo - exclama Sarah com um olhar cheio de malícia. Neste momento percebo que o braço do Adam ainda me envolve e eu rapidamente o retiro o que nos faz parecer culpados.

- Ah, não é nada, a Jane só estava com frio e..

Nesse momento eu dou uma cotovelada na costela dele:

- Aí, isso dói!

- Adam me usou pra fugir de uma menina aleatória.

- Ah claro, porque o americano aí é irresistível né Jane? - Sarah fala com um tom zombador.

- Não, não é isso! - tendo concertar mas isso só faz o Adam rir ainda mais.

- Bem, se aproxima das duas, vim ver se você precisava de algo ou se quer que eu te acompanhe em casa Jane. - fala Sarah.

- Ah, bem, podemos ir sim!

Quando eu vou me levantando Adam segura meu pulso e fala:

- Deixa que eu te levo! A conversa tá legal, além do mais, Sarah está acompanhada.

- Ah, mas isso não é motivo para não deixa-la em casa, não fale besteiras Adam! - grita Sarah com os punhos cerrados.

- Ah... tudo bem então, eu vou com você Adam, a conversa estava mesmo agradável - olho para ele com tom irônico.

- Tem certeza J? - questiona Sarah.

- Sim amiga, tenho certeza, não se preocupe comigo!

Sarah abraça Jane e ameaça Adam:

- Se alguma coisa acontecer a minha amiga eu te caço até no inferno gringo!

- Ei, calma aí, não precisa tanto! - defende-se Adam levantando os braços em sinal de rendição.

- Qualquer coisa me liga! - fala Sarah enquanto se afasta.

Is It love? Nicolae - PatrinieriOnde histórias criam vida. Descubra agora