Is It love? Nicolae - Patrinieri

Next Day 2

Chego na mansão Bartholy pisando em ovos, estou com uma forte dor de cabeça e não quero ouvir piadinhas do Drogo sobre a minha ressaca ou questionamentos da Lorie sobre o horário da minha chegada.

Entro pela porta dos fundos, que dá para o jardim, evitando a entrada principal pelos motivos já citados.

- Ei Nicolae, cadê a Jane? - questiona a criança de cabelos rosados.

- Ela saiu Lorie - responde o mais velho.

- Mas ela não chegou ainda? Ela deveria estar aqui para pentear o meu cabelo!

Droga, eles estão na cozinha, não posso entrar por aqui.

Quando estou me virando para dar a volta pela casa:

- Indo para algum lugar coitadinha?

- Drogo?! Hm, é...

- Um gato comeu a sua língua? - questiona estreitando os olhos.

- Eu? Não é que... - balbucio buscando as palavras certas.

- Você parece uma foragida, aprontou alguma foi? - Drogo ri.

- Não é isso, só não queria incomodar - tento disfarçar meu constrangimento.

- Então vá em frente! - fala de forma debochada.

Obrigada Cosmos, estou mesmo ferrada!

Sem opções, termino de subir o restante dos degraus e abro a porta da cozinha, quando adentro no cômodo me deparo com uma cena encantadora.
Lorie sentada na beirada da ilha e Nicolae fazendo tranças em seu cabelo.

- Jane!!! - a menina pula da ilha e vem correndo em minha direção abraçar-me.

- Oi Lorie! - falo acariciando o topo da sua cabeça sem tirar os olhos de Nicolae.

- Por que você não estava em casa? Nicolae que teve que fazer a minha trança mas a dele não é tão bonita - fala a garotinha se desprendendo e cruzando os braços em forma de manha.

- Ah, me desculpe, prometo que estarei da próxima vez - falo tentando retomar o momento anterior já que é tão difícil estabelecer uma conexão com a Lorie.

- É bom mesmo, afinal é pra isso que você é paga - conclui Lorie afastando-se e indo em direção ao hall de entrada.

Permaneço ali diante da porta encarando Nicolae que se mantém sem expressão aparente.

- Desculpe não voltar ontem e não avisar, acabou a bateria do meu celular e...

- Existem inúmeras formas de você se comunicar, você poderia ter dado notícias - fala em tom áspero.

- Poxa Nicolae, é meu dia de folga, eu tenho direito de sair!

- Não questionei o contrário - fala virando-se em retirada.

- Af Nicolae eu não sou sua prisioneira, eu tenho o direito de sair, eu não tenho que lhe dar satisfações da minha vida!

- Enquanto você viver aqui, está sob minha responsabilidade e precisa seguir as regras da casa.

Eu não conseguia entender o porque dele está me tratando assim.

- Você não é meu pai, você não é meu dono, você não é nada meu, você não tem esse direito! - falo perdendo o controle da voz.

- Eu não vou discutir isso com você, muito menos com você nesse estado.

Nicolae segue em frente me deixando plantada ali.

- Acho que você o irritou coitadinha, o Nicolae não é de alterar a voz - comenta Drogo, que eu tinha até esquecido que estava ali assistindo o nosso showzinho.

- Agora não Drogo!

Sigo em direção ao hall, subo as escadas e vou em direção ao meu quarto.

Minha dor de cabeça chegou ao ápice após essa discussão, retiro as minhas roupas e deixo-as jogadas no chão do quarto mesmo, caminho até o meu banheiro e ligo a água quente da banheira.

Eu sei que estou precisando de um banho gelado para tirar a ressaca mas eu preciso ainda mais de um banho quente para me ajudar a relaxar da discussão que acabara de acontecer

Prendo o meu cabelo em o coque alto e frouxo, e entro na água morna que acaricia a minha pele.

Fecho os meus olhos e a discussão vem em minha mente, definitivamente eu não consigo entender o Nicolae, eu só saí, ele não sabe da metade das coisas que aconteceram e no entanto me trata dessa forma.

Tento abstrair todos esses pensamentos e me concentrar nos momentos legais que tive na noite anterior com o Adam.

Penso em como ele é charmoso, legal e divertido, como ao contrário do Nicolae, ele me deu toda atenção do mundo e me fez me sentir única. Recordo-me do beijo quente e apaixonado que ele me deu, meu coração se aquece e o meu corpo também.
Deslizo minhas mãos ao longo do corpo reproduzindo todos os toques que ele me dera.

Talvez eu esteja com excesso de carência?

Lembro-me dele colocando a jaqueta de couro por cima de mim para me proteger do frio e de como ele foi respeitador mesmo eu estando vulnerável pelo álcool.

Um calor percorre as minhas entranhas e deslizo meus dedos para a parte inferior do meu corpo. Penso no sorriso do Adam, na sua blusa branca marcando os seus bíceps, no seu jeans justo e no seu sotaque californiano.

De repente me vem a imagem da figura supostamente celestial em minha mente e eu me afasto da borda da banheira.

O que foi isso?

Com raiva, confusa e envergonhada com o estado em que a minha própria mente me coloca, resolvo me levantar da banheira e me enxugar.

Me enrolo na toalha e vou em direção ao closet, pego uma muda de roupa confortável composta por saia de pregas brim leve na cor vermelho e uma blusa de mangas 3/4 com listras preto e caqui na horizontal.
Quando viro em direção a minha cama, percebo uma bandeja de prata com um copo de água e uma pastilha efervescente sobrepostos no criado mudo.

Mas o que?

Abro a porta rápido e olho para os dois lados do corredor e não avisto uma sombra se quer.

Quem trouxe isso?

Sento em minha cama, coloco a pastilha no copo d'água e tomo em uma golada só.

Espero que isso ajude.

Devolvo o copo a bandeja, deito na cama e tudo escurece em poucos minutos.