SOMOS VOCÊ E EU CONTRA O MUNDO

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𝐿𝓊𝒸𝒶𝓈

Depois de passar um tempo deixando T3ddy pôr pra fora tudo o que tinha guardado nos últimos dois anos, nós finalmente decidimos que era hora de falar com Celestine e descobrir a real verdade por trás de toda essa situação. Sugeri que ele tomasse uma ducha rápida pra dar uma relaxada, e enquanto ele o fazia, eu estava na janela encarando o horizonte montanhoso e deixando minha mente vagar.

Eu nunca iria imaginar que ele tinha passado por algo tão traumatizante. Explica bem o porquê de eu sempre ver uma sombra de dor e angústia em seu olhar por mais que ele tentasse mascarar com brincadeiras e bravata¹. Eu tive que tomar muito cuidado com o que dizia, por mais que precisasse ser duro com ele à respeito de como ele deveria lidar com tudo isso. Já cometi um leve deslize com a situação de chamá-lo de covarde, o que eu felizmente retifiquei já que eu fiz questão de explicar o que eu quis dizer com aquilo, mas uma palavra mal entendida ia causar um transtorno absurdo, e eu não sei quando ou seconseguiria alcança-lo novamente caso isso acontecesse.

Felizmente, ele pareceu confortável o suficiente para se abrir comigo, o que me deixava imensamente feliz. Enquanto o tinha em meus braços, subitamente eu não me sentia mais fraco ou inútil perante a perigosa realidade que estávamos enfrentando no presente momento. Claro, eu não conseguiria fazer algo como entrar em combate direto com vampiros e coisas do tipo, mas pelo visto eu posso ajudá-lo a se manter de pé para que ele tenha condições de fazer tais coisas... e pra mim, isso era mais do que o suficiente.

Não que eu não vá perguntar se posso aprender a usar uma arma. Ainda tenho que conseguir me defender sozinho, no final das contas.

Fiz uma pequena oração pela Julinha e sua mãe, para que onde quer que estejam, entendam que o que aconteceu não foi culpa dele e que não devem guardar rancor contra esse homem incrível. Ele ainda demoraria um tempo para superar o que aconteceu e toda a culpa que ainda está sentindo, mas eu faria de tudo para ajudá-lo. É o mínimo depois de tudo que ele fez por mim, e pelo que ainda está fazendo. Eu só espero que Celestine não solte outra bomba na minha cabeça, eu já tive o suficiente de verdades chocantes por hoje.

O barulho da porta do banheiro se abrindo trouxe minha atenção de volta à realidade, e quando olhei em sua direção, ele estava saindo do banheiro com uma expressão mais relaxada. Imediatamente sorri. Era bom que ele desabafasse, mas admito que vê-lo no estado em que se encontrava mais cedo tinha partido meu coração ― Melhor, urso?

Ele assentiu ― Bem melhor, obrigado.

― Quer ir lá agora ou esperar mais um pouco?

― Do que adianta adiar? ― ele suspirou, passando a mão no rosto e voltando os óculos pro seu lugar ― Nós não temos tempo à perder. A cada dia que desperdiçamos aqui, Godric está mais perto do objetivo dele... e além disso ainda temos que discutir o plano e a logística com Félix.

Me levantei e fui em sua direção ― Sim, mas isso é algo delicado pra você... seja qual for a verdade, com certeza os outros vão saber o que aconteceu também... ― parei frente à frente com ele, e ele desviou o olhar ― T3ddy?

Ele apertou os olhos e respirou fundo ― Não importa agora, até porque eu consegui desabafar contigo... ― ele então voltou seus olhos pra mim e sorriu de forma desconcertante, me lembrando muito a primeira vez que vi o seu sorriso quando ele apareceu na porta do meu consultório aquele dia.

Lutando contra a moleza que pareceu acometer minhas pernas, eu sorri ― Somos eu e você contra o mundo não é? Então temos que nos ajudar.

Ele deu um passo pra frente, e quando percebi, estava sendo envolto pelos seus braços em um abraço apertado. Ele me puxou pra perto, me pegando completamente de surpresa e me fazendo congelar onde estava, e depois de um tempo consegui sentir sua respiração contra o meu pescoço enquanto ele dizia ― Muito obrigado por não ter desistido de mim.

Guardião por DestinoWhere stories live. Discover now