Ainda bem não tinham decorrido dez minutos, quando Carmaux saia da casa do notário para ir em procura do negro que o capitão tinha visto bordejar pela viela.
Naquele brevíssimo tempo, o corajoso Carmaux metamorfoseara-se de tal maneira que se tornara irreconhecível. Com umas rápidas tesouradas aparara a barba inculta e os longos cabelos desgrenhados; depois envergara apressadamente um fato que o notário devia ter guardado para os dias solenes e que lhe ficava às mil maravilhas, pois que eram ambos da mesma estatura.
Vestido desta forma, o terrivel pirata podia passar por um pacifico e honesto burguês de Gibraltar, senão pelo próprio notário. Mas, como homem prudente, e não confiando bastante no fato, sempre foi metendo um par de pistolas nas algibeiras.
Assim transformado, saiu da habitação como um pacifico citadino.
A viela estava erma; mas, se o pirata tinha avistado pouco antes o negro, não devia ele andar muito longe.
- Eu o descobrirei algures - murmurou o corsário. - Se o compadresaco de carvão se decidiu a voltar é porque graves motivos o impediram de sair de Maracaibo.
Com este monólogo saira da viela e preparava-se para voltar a esquina de uma casa, quando um soldado armado de arcabuz e que estava escondido na sombra da arcada de um portão lhe embargou inesperadamente o passo, dizendo-lhe em tom ameaçador:
- Alto ai!...
- Maldito! - balbuciou Carmaux, metendo a mão no bolso e empunhando uma pistola. - Já temos dança!
Depois, tomando os ares de um bom burguês, perguntou:
- Que deseja, senhor soldado?
- Saber quem sois.
- Como? Então não me conhece?... Sou o notário do bairro, senhorsoldado.
- Desculpe, estou há pouco tempo em Maracaibo, senhor notário.
Pode saber-se aonde vai?
- É um pobre diabo que está a morrer, e bem sabeis que quando umhomem se dispõe a ir desta para melhor vida, sempre precisa de pensar nos herdeiros.
- É verdade, senhor notário; mas tende cuidado com os corsários que andam por ai.
- Santo Deus! - exclamou Carmaux, fingindo-se atemorizado. - Oscorsários aqui? Como foi que esses canalhas se atreveram a desembarcar em Maracaibo, cidade quase invencível e governada por um valoroso militar que se chama Wan Guld?
- Como eles conseguiram desembarcar é que ninguém sabe, pois que não foi avistado nenhum navio corsário, nem perto das ilhas, nem para além do golfo de Coro; mas que entraram aqui, isso é que não oferece dúvida. Basta saber que já mataram uns três ou quatro homens e que tiveram o arrojo de roubar o cadáver do Corsário Vermelho, que foi enforcado defronte do palácio do governador, juntamente com os companheiros.
- Que patife!... E onde estão?
- Supõe-se que tenham fugido para o campo. Já foram expedidas tropas para vários pontos e há esperanças de os capturar e mandá-los fazer alegre companhia aos enforcados.
- Ter-se-ão escondido na cidade?
- Não pode ser; viram-nos fugir para o campo.
Carmaux já sabia o bastante e achou que era chegado o momento de se safar, para não perder o negro.
- Tratarei de os evitar - disse. - Deus vos guarde, senhor soldado.
Eu vou andando, senão chegarei tarde a casa do meu cliente moribundo.
- Boa fortuna, senhor notário.
O astuto corsário puxou o chapéu para os olhos e afastou-se precipitadamente, fingindo olhar em volta para melhor simular o terror que na realidade não sentia.
- Ah! Ah! - exclamou, quando já estava distante. - Cuidam que salmos da cidade!... Magnifico, meus caros,..
Deixar-nos-emos estar sossegados em casa daquele excelente notário até que os soldados tenham regressado, depois poderemos retirar tranquilamente.
Acabara de dobrar a esquina da rua para tomar por outra mais larga, quando lobrigou um vulto negro, de estatura gigantesca, parado ao pé de uma palmeira que se elevava defronte de um grandioso palacete.
- Se não me engano é o compadre saco de carvão -, murmurou ovalente Carmaux. - Desta feita temos uma grande sorte; mas é sabido que o diabo nos protege, pelo menos assim o dizem os espanhóis.
O homem que estava meio escondido por detrás do tronco da palmeira, ao ver aproximar Carmaux tentou agachar-se sob o portão do palacete, cuidando talvez que tinha pela sua frente algum soldado; depois, não se julgando seguro mesmo ali, voltou rapidamente a esquina da casa, sem dúvida para fugir por alguma das várias congostas da cidade.
Carmaux tivera tempo de certificar-se de que realmente era o negro.
- Eh!, compadre! Oh!, compadre!
O negro tinha parado de repente e, depois de alguns momentos de hesitação, voltara atrás. Reconhecendo Carmaux, apesar do disfarce, teve uma exclamação de alegria e espanto.
- Tens boa vista, compadre saco de carvão - disse o corsário, rindo.
- E o capitão?
- Deixa lá agora o capitão; está a salvo, e é o que importa. Porquevoltaste? O capitão tinha-te ordenado que levasses o cadáver para bordo.
- Não pude, compadre. A floresta foi invadida por uns poucos de destacamentos de soldados, vindos provavelmente da costa.
- Já tinham dado pelo nosso desembarque?
- Suspeito que sim, compadre.
- E o cadáver, onde o escondeste?
- Na minha cabana, no meio de uma grande camada de folhas frescas.
- Não darão com ele os espanhóis?
- Tive a precaução de pôr em liberdade todas as serpentes. Se ossoldados quiserem entrar na cabana verão os répteis e fugirão.
- És fino, compadre.
- Faz-se o que se pode.
- Não achas então possível fugirmos por agora?
- Já lhe disse que há soldados na floresta.
- O caso é grave. Morgan, o imediato do Relâmpago, não nos vendovoltar, pode cometer uma imprudência - murmurou o corsário. - Vamos a ver como acaba esta aventura.
Compadre, és conhecido em Maracaíbo?
- Como venho aqui vender ervas para curar feridas, todos me conhecem.
- Ninguém suspeitará de ti?
- Ninguém, compadre.
- Então acompanha-me: vamos ter com o comandante.
- Um momento, compadre.
- Que queres? . . .
- Trouxe comigo o vosso companheiro.
- Quem?... Wan Stiller?
- Sim; corria inutilmente o perigo de ser preso, e pensou que poderia prestar melhores serviços aqui do que permanecendo de guarda à cabana.
- E o prisioneiro?
- Amarrámo-lo tão bem que tornaremos a encontrá-lo se os companheiros o não libertarem.
- E onde está Wan Stiller?
- Espera um momento, compadre.
O negro encostou ambas as mãos aos lábios e expediu um leve grito que podia confundir-se com o de um vampiro, um desses morcegos que são muito numerosos na América do Sul.
Um momento depois saltava um homem o muro do jardim e quase
caía sobre Carmaux, dizendo:
- Ora muito estimo ver-te ainda vivo, camarada.
- E eu ainda o estimo mais do que tu, amigo Wan Stiller respondeu Carmaux.
- Achas que o capitão me levará a mal o ter vindo aqui?
Sabendo que ele corria perigo não podia conservar-me escondido no bosque a olhar para as árvores.
- O comandante ficará contente; mais um valente é um precioso socorro nesta ocasião.
- Vamos, amigos...
Começava então a aclarar, As estrelas empalideciam rapidamente, pois que naquelas regiões não há alvorada e muito menos aurora; à noite sucede quase de repente o dia. O Sol desponta quase de improviso.
Os habitantes de Maracaibo, quase todos matinais, começavam a despertar. Abriram-se janelas e assomaram algumas cabeças.
Decerto se comentavam os acontecimentos da noite, que tinham espalhado o terror entre os habitantes, pela temerosa fama que os corsários tinham em todas as colónias espanholas do golfo do México.
Carmaux, que não queria ter encontros, pelo receio de ser reconhecido por algum dos bebedores da taberna, alargava o passo, seguido pelo negro e pelo hamburguês.
Chegado ao pé do beco encontrou ainda ali o soldado, que passeava de um para outro ângulo da rua, de alabarda ao ombro.
- Já de volta, senhor notário? - perguntou, avistando Carmaux.
- É verdade, meu amigo - respondeu o corsário. - O meu cliente estava com pressa de deixar este vale de lágrimas e aviou breve.
- Legou-lhe talvez esse soberbo negro? - perguntou o soldado, indicando o encantador de serpentes. - Caramba! É um colosso que vale milhares de piastras.
- Pois é verdade que me fez este legado. Bons dias, senhor soldado.
Viraram apressadamente o ângulo, meteram pelo beco e entraram na casa do notário, fechando logo a porta e trancando-a.
O Corsário Negro esperava no patamar, com uma impaciência que não podia dissimular.
- Então? - perguntou. - Porque voltou o negro? E o cadáver de meuirmão?... E tu aqui também, Wan Stiller?
Carmaux informou-o em poucas palavras dos motivos que tinham obrigado o negro a voltar a Maracaibo, assim como a decisão de Wan Stiller de vir prestar o seu auxilio, e, enfim, tudo o que pudera saber pelo soldado que estava de sentinela na extremidade da rua.
- As noticias que trazes são graves - disse o capitão voltando-separa o negro. - Se os espanhóis batem o campo e a costa, não sei como havemos de chegar ao meu Relâmpago. Não é por mim que receio, mas pelo meu navio, que pode ser surpreendido pela esquadra do almirante Toledo.
- Raios do inferno! - exclamou Carmaux. - Não faltaria mais nada!
- Começo a temer que esta aventura acabe mal -, murmurou WanStiller. - Mas, que demónio! Nós já deviamos ter sido enforcados há dois dias; já é para agradecer o termos mais quarenta e oito horas de vida.
O Corsário Negro pusera-se a passear. Parecia muito preocupado e nervoso; de espaço a espaço suspendia o giro, parando diante dos seus homens; mas logo recomeçava o passeio, cabisbaixo.
De repente parou diante do notário, que jazia no leito, fortemente amarrado, e cravando-lhe no rosto um olhar ameaçador, perguntou-lhe:
- Conheces os arredores de Maracaíbo?
- Conheço, excelência - replicou o pobre homem em voz trémula.
- Poderás fazer-nos sair da cidade sem sermos surpreendidos pelosteus compatriotas, e conduzir-nos a lugar seguro?
- Como poderia eu fazer tal coisa, senhor? Mal saissemos de casa,reconhecer-vos-iam e serieis preso, depois eu seria acusado de ter procurado salvar-vos, e o governador, que não é homem para graças, enforcava-me...
- Ah!... O medo de Wan Guld.. - disse o Corsário Negro com os dentes cerrados, enquanto um lampejo sinistro lhe brilhava nos olhos. - É isso; esse homem é enérgico, feroz e desapiedado; a todos impõe medo, a todos faz tremer.
A todos?! A todos, não! Um dia será a ele que eu verei tremer!... Nesse dia pagará com a vida a morte de meus irmãos...
- Quereis matar o governador?... - perguntou o notário com expressão de incredulidade.
- Silêncio, se tens amor à pele - disse Carmaux.
O Corsário Negro parecia não ter ouvido nem um nem outro. Tinha saido da sala, dirigindo-se para a janela do corredor contiguo, de onde, como já se disse, podia ver-se toda a rua.
- É uma boa entaladela esta - disse Wan Stiller, voltando-se para onegro. - O nosso compadre saco de carvão não terá na cabeça alguma boa ideia que nos tire desta situação pouco alegre?... Não me sinto muito seguro nesta casa.
- Talvez tenha uma ideia - respondeu o negro.
- Venha ela, compadre - disse Carmaux. - Se é realizável, prometote um abraço, eu, que nunca abracei um homem de cor, nem negro, nem amarelo, nem vermelho.
- Será preciso esperar pela noite.
- Por ora não temos pressa.
- Vistam-se de espanhóis e saiam tranquilamente da cidade.
- Acaso não estou eu vestido com o fato de notário?
- Não é bastante.
- Que queres então que eu vista?
- Uma boa farda de mosqueteiro ou de alabardeiro. Se sairem da cidade vestidos à paisana, as tropas que batem o campo logo nos apanham.
- Que soberba ideia!... - exclamou Carmaux. - Dizes bem, saco decarvão!... Vestidos de soldados, ninguém se lembraria de nos deter para perguntar-nos aonde vamos e quem somos, especialmente de noite. Julgarnos-ão uma ronda e nós poderemos safar-nos à vontade e embarcar.
- E fardas, onde se arranjam? - perguntou Stiller.
- Onde?... Vamos estripar dois soldados e tiramos-lhes as fardas disse resolutamente Carmaux. - Bem sabes que somos lestos.
- Não é preciso exporem-se a tamanho perigo - disse o negro. - Souconhecido na cidade, ninguém suspeita de mim, e posso portanto ir comprar fato e até armas.
- És um grande homem, compadre saco de carvão, e vou dar-te umabraço fraternal.
Dizendo isto, o pirata abrira os braços para estreitar o negro, mas não teve tempo. Uma pancada sonora ecoou na rua e na escada.
- Com mil raios!... - bramiu Carmaux. - Alguém bate à porta...
Neste momento entrou o Corsário Negro, dizendo:
- Está ali um homem que vem naturalmente procurar-vos, notário.
- Será algum cliente, senhor - respondeu o prisioneiro com um suspiro. - Algum cliente que talvez me desse bom dinheiro a ganhar, enquanto eu, agora...
- Basta de conversa - disse Carmaux. - Já sabemos o bastante, tagarela!
Uma segunda pancada, mais violenta que a primeira, fez estremecer a porta, seguida destas palavras:
- Abri, senhor notário, que não há tempo a perder!
- Carmaux - disse o Corsário Negro, que tomara uma rápida resolução -, se nos recusarmos a abrir, esse homem pode ter suspeitas, temer que tenha sucedido algum acidente ao velho e ir avisar o alcaide do bairro.
- Que hei-de fazer então, comandante?
- Abrir e depois amarrar bem esse importuno e mandá-lo fazer companhia ao notário.
Ainda não tinha concluido e já Carmaux estava na escada, acompanhado do gigantesco negro.
Ouvindo uma terceira pancada, que por pouco não fez saltar as tábuas da porta, apressou-se a abrir, dizendo:
- Eh! Que fúria, senhor!
Um rapazote de dezoito ou vinte anos, elegantemente vestido e armado de um belo punhal metido na cinta, entrou apressadamente, dizendo:
- É assim que se fazem esperar as pessoas que têm pressa?
Ao ver Carmaux e o negro, deteve-se, observando-os com espanto e até uma certa inquietação, depois tentou recuar um passo, mas a porta já tinha sido fechada.
- Quem sois? - perguntou.
- Dois servos do senhor notário - respondeu Carmaux, fazendo umagrosseira reverência.
- Ah, Ah!... Don Turillo enriqueceu de repente, para se dar ao luxo
de ter dois criados?
- É certo, herdou de um tio que morreu no Peru - disse Carmaux,rindo.
- Levai-me aonde ele está. Já tinha avisado de que hoje devia efectuar-se o meu casamento com a Sehorita Carmen de Vasconcelos. Precisa de fazer-se rogado, esse...
A frase foi cortada cerce pela mão do negro, que abruptamente caiu entre as espáduas do recém-chegado.
O pobre rapaz, meio estrangulado por um rápido apertão, caiu de joelhos, enquanto os olhos lhe saiam das órbitas e a pele se lhe enegrecia.
- Eh, mais delicadeza, compadre - disse Carmaux. - Se apertas umpouco mais, sufoca-lo completamente. É preciso ser um pouco amável com os clientes do notário.
- Não tenhas medo, compadre branco - replicou o encantador de serpentes.
O rapaz, que afinal estava tão apavorado que nem sequer pensava em opor resistência, foi transportado para a sala superior, desarmado do punhal, bem amarrado e colocado ao lado do notário.
- Pronto, capitão - disse Carmaux.
O Corsário Negro aprovou o acto do marinheiro com um gesto, depois, aproximando-se do rapaz, que o encarava com olhos apavorados, disse-lhe:
- Quem é o senhor?
- É um dos meus melhores clientes, senhor - disse o notário. - Estebrioso moço ter-me-ia feito ganhar, hoje, pelo menos...
- Calai-vos - disse o Corsário Negro, secamente.
- O notário arma em papagaio! - observou Carmaux. - Se continuaassim, será preciso cortar-lhe um pedaço da lingua.
O gentil rapaz tinha-se voltado para o Corsário Negro e depois de o ter observado alguns momentos, com certo espanto, respondeu:
- Sou filho do juiz de Maracaibo, Don Alonso de Conxevio. Espero que agora me explique o motivo deste sequestro.
- É escusado sabê-lo; mas se estiverdes sossegado não se vos faránenhum mal, e amanhã, se não se derem acontecimentos imprevistos, estareis livre.
- Amanhã!... - exclamou o mancebo com doloroso espanto.
- Mas reparai, senhor, que devo desposar hoje a filha do capitão Vasconcelos!
- Casareis amanhã!
- Tomai conta! Meu pai é amigo do governador, e vós podereis pagar caro o vosso misterioso procedimento para comigo. Aqui, em Maracaibo, há soldados e há canhões!
Um sorriso desdenhoso aflorou aos lábios do homem do mar.
- Não os temo - disse depois. - Também eu tenho homens, bem mais formidáveis que os que guardam Maracaibo, e também tenho canhões.
- Mas quem sois vós?
- Escusais de sabê-lo.
Dito isto, o Corsário Negro voltou-lhe bruscamente as costas e saiu, pondo-se de atalaia à janela, enquanto Carmaux e o negro davam busca à casa, desde a adega até às águas-furtadas, a ver se seria possivel preparar um almoço, e Wan Stiller se instalava ao pé dos dois prisioneiros para obstar a qualquer tentativa de fuga.
Os dois compadres, o branco e o preto, depois de terem revistado a casa de alto a baixo, conseguiram descobrir um presunto defumado e um certo queijo bastante apimentado que devia pôr todos de bom humor, e fazer apreciar melhor o excelente vinho do notário. Pelo menos, assim o afirmava Carmaux.
Já tinham avisado o Corsário Negro de que o almoço estava pronto e já tinham desrolhado duas garrafas de porto, quando ouviram bater novamente à porta.
- Quem será? - perguntou a si mesmo Carmaux. - Outro cliente que deseja ir fazer companhia ao notário?
- Vai ver - disse o Corsário Negro, que já se sentara à mesa.
O marinheiro não esperou nova ordem e chegando à janela, sem todavia erguer a persiana, viu em frente da porta um homem idoso que parecia um criado ou guarda do tribunal.
- Diabo!... - murmurou. - Virá em busca do rapaz? A desaparição misteriosa do noivo terá preocupado a noiva, os padrinhos e os convidados? Hum! O caso começa a embrulhar-se!...
Entretanto, o criado, como não recebesse resposta, continuava a martelar com ânsia, fazendo tal barulho que atraia às janelas os moradores das casas vizinhas.
Era absolutamente preciso abrir e aprisionar também aquele importuno antes que os vizinhos, postos em sobressalto, acudissem a arrombar a porta ou mandassem chamar os soldados.
Carmaux e o negro apressaram-se, pois, a descer e a abrir, mas apenas o criado ou guarda se encontrou no corredor, foi agarrado pelo pescoço, a fim de não poder gritar, amarrado, amordaçado, e depois levado para o quarto de cima a fazer companhia ao desventurado amo e ao não menos desditoso notário.
- O diabo os carregue a todos!... - exclamou Carmaux. - Se isto assim continua, dentro em pouco temos encarcerada toda a população de Maracaibo.
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O Corsario Negro
Fiksi SejarahFINALIZANDO!!! Até onde você iria por vingança? Quando seu pior inimigo tenta tirar tudo oque você tem? O Corsário negro não conhece limites quando o assunto é sua vingança! Em seu caminho vai encontrar alguma pessoas que ira ajudar em seu propósito...