Inacreditável

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O presente era um filhotinho, que eu apelidei carinhosamente de Puppy. Logo o peguei da caixa e deitei na cama de Lucca com ele em meus braços e disse:
- Estou com medo de me apaixonar mais por você do que eu sou apaixonada pelo Lucca, Puppy - eu disse me direcionando ao filhote com voz fofa.
Ele riu e disse:
- Droga! Péssima ideia te dar o cachorro! - ele diz rindo em tom de ironia.
Nós rimos e ele disse que gostaria de ir comprar algumas coisas para o cão, como ração. Nós pegamos o carro e fomos até o petshop, compramos tudo que precisávamos e nós dividimos a conta, até porque o filhote era de nós dois. Fomos para a minha casa, já que era lá que Puppy iria morar, minha mãe havia deixado um bilhete em cima da mesa da cozinha para mim:

   "Filha, saí para esfriar a cabeça com o denny, espero que se divirta hoje."

Colocamos as coisas do filhote em seus devidos lugares, e ficamos fazendo carinho nele em cima da minha cama, um do lado do outro. Nossas mãos se encontraram algumas vezes e nós iríamos quando isso ocorria. Até que ele me perguntou:
- Mel Montgomery, quer ir amanhã na mesma praia do nosso primeiro beijo?
- Claro! De manhã?
- Sim! Apenas para uma tarde...
- Tudo bem - falei com um sorriso.
- Tenho que ir agora gatinha, tenho alguns trabalhos para entregar, tudo bem?
- Claro pode ir, a gente se fala.
Nós descemos e na porta ele me deu um selinho e logo depois um beijo na testa, por eu ser mais baixa que ele, ficou bem fofo:
- Te vejo depois Mel.
Ele disse com um sorriso indo em direção ao carro e indo embora.
Me senti meio sozinha em casa, apenas com o Puppy, e então resolvi dar uma volta pelo comércio sozinha, passando por uma papelaria, vi Lucca lá dentro de costas, mas eu sabia que era ele. Ele se virou e então eu dei um oi com as mãos, ele deu de ombros e não respondeu com outro oi. Pensei em ir até lá, mas vi que ele estava com uma loira um pouco mais alta do que eu, era linda com cabelos cacheados e de sapatilhas brilhantes, ele desceu com ela em direção à Praça. Fiquei bem estressada e continuei andando pensando em tudo que ele já havia feito para mim, as coisas fofas, os beijos, imaginei o que ele deveria estar fazendo com ela, várias paranóias passaram pela minha cabeça, até ter que passar pela Praça Municipal e ver os dois em um banco de baixo de uma luz clara, mas com pouca claridade, já estava anoitecendo. Eu os vi se beijando loucamente naquela praça, e fiquei apenas observando tudo de longe, tentando não chorar, mas não me contive e lágrimas saíram dos meus olhos me fazendo correr para casa e me trancando no quarto:
- Ei filha... - Minha mãe disse me vendo correr até o quarto, sem entender nada, com as mãos no rosto, cobrindo a verdade, a verdade era mal, era ignorante e sem coração, sem compaixão.
Me tranquei no quarto e lá fiquei, recebi várias ligações de Lucca e prometi para mim mesma que não iria atender, várias mensagens, e tal.
Até que cansei de ver o celular tocar e finalmente atendi com voz de choro:

Em chamada:

- Mel? Graças a Deus você atendeu!
- Como se você se importasse - eu disse baixinho.
- O que?
- Nada! Como vai?
- Vou bem! Você está chorando?
- Não! Não! Eu não estou chorando - disse isso deixando rolar mais uma lágrima.
- Você está sim! Estou indo para aí agora mesmo, não se mexa.
-...o.

Ele desligou a chamada antes que eu pudesse impedi-lo de vir até aqui. Ouvi a campainha tocar e limpei o meu rosto, fui atender e era o Lucca:
- Mel! - ele tentou um abraço mas eu recuei - O que foi? Você recuou.
- Não é nada! Pode ir embora agora!
- Eu não vou embora, deixe-me entrar.
Eu não deixei ele entrar e eu contei tudo que sabia para ele sobre o que havia visto hoje:
- Eu te vi, hoje na Praça Municipal Lucca, você pode negar, mas eu te vi com os meus próprios olhos, beijando com vontade aquela loira linda dos olhos azuis e eu estou muito chateada! Sei que não deveria, nós não somos namorados, mas eu achei que nós tínhamos algo, eu realmente achei, mas a verdade é cruel - comecei a chorar.
- Mel, como você pode dizer isso? Eu passei o dia todo fazendo trabalho.
- Não negue por favor, pode ser pior, eu vou fechar a porta agora e eu não quero mais te ver.
Falando isso fechei a porta e voltei ao meu quarto e tranquei-me.
Dois dias se passaram e Lucca não parava de me ligar nem um segundo, minha caixa de mensagens estava cheia e ele sempre vinha em casa e conversava com a minha mãe achando que eu não estava em casa, pois minha mãe dizia isso.
Eu até pensei em outros caras, e tal. Mas eu não tirava o Lucca da cabeça, nunca.

DissaperingOnde histórias criam vida. Descubra agora