Os anos passam

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Depois daquele dia, se passaram alguns anos e eu e Lucca estávamos juntos, mamãe estava curada e se casou com Denny, sem a minha aprovação, mas se ela está feliz, eu estou feliz.
Eu estava no meu ante penúltimo ano na faculdade de medicina e estava feliz pela primeira vez com tudo que estava acontecendo, Lucca e eu trocávamos presentes a cada aniversário de namoro, passamos muitos aniversários juntos, e estávamos em plena felicidade.
A alguns anos atrás nós tivemos uma briga feia pelo fato de eu achar que não estava preparada realmente para esse tal de relacionamento sério, e então ele me prometeu me esperar por um tempo, mas no final de tudo nós ficamos separados por um longo período de tempo, o amor fala mais alto e nós nos reconciliamos novamente.
Ao longo desse tempo, nós passamos por dificuldades como todas as famílias passam. No final tudo deu certo.
Exceto por um dia, onde estava apenas eu e minha mãe em casa, era de madrugada e estávamos acordadas vendo um filme de ação, quando do nada Denny entrou pela porta, ele tinha a chave estava morando com a gente à alguns meses, ele estava com uma garrafa de vodka na mão que suponho que tenha saído da minha estante de bebidas alcoólicas no meu quarto, minha mãe achou que ele estaria na mãe dele, mas parece que alguém era um tremendo mentiroso.
Eu e minha mãe nos olhamos assustadas, Denny cheirava farra e muita bebida alcoólica. Minha mãe foi pegá-lo do chão, pois estava tão bêbado que deu de cara. Eu apenas fiquei observando sem dizer nada e nem fazer nada. Minha mãe colocou ele na cadeira da bancada e foi fazer café para conter o álcool, enquanto eu estava dispersa olhando para a TV ouvi a respiração ofegante da minha mãe e me recusava a olhar por medo de ter que ver alguma cena imprópria, mas não, Denny estava apertando o pescoço da minha mãe de um jeito brusco. Me levantei imediatamente antes que minha mãe ficasse desmaiada, entrei no meio deles e mesmo com medo gritei com Denny:
- ENLOUQUECEU? - digo tirando as mãos dele do pescoço da minha mãe.
Ele não falou nada e saiu pela porta da casa, bateu ela com força e minha mãe estava ainda recuperando o oxigênio, Denny tinha oficialmente deixado sua máscara cair.
Nós trancamos a casa toda, mas esquecemos que ele tinha a chave cópia, liguei para o Lucca às 4 da manhã para ver se ele poderia vir dormir aqui, ele veio até em casa com seu pijama e com cara de sono e eu contei o que havia acontecido. Ele ficou assustado e disse que não sairia daqui.
Amanheceu, e eu me levantei para ir falar com a minha mãe enquanto Lucca dormia:
- Dona Flora, você vai romper com ele agora! Aquilo foi agressão, temos que conter isso enquanto é a primeira vez.
Eu disse aquilo e ela me lançou um olhar:
- Não foi a primeira vez não é? - Perguntei cruzando os braços.
- Não, ele já chegou e aprontou as mesmas coisas algumas vezes.
- Você continuou casada com ele! Eu não acredito!
- Perdão, eu estou apaixonada.
- Eu tenho nojo dele.
Falei isso e subi ao meu quarto novamente deixando-a para trás. Lucca havia acordado e estava sentado na cama me esperando, ele me viu e eu me sentei na cama ao seu lado, ele me deu um beijo de bom dia e então eu disse:
- Que tal ir escovar os dentes gatinho?
Nós rimos e ele levantou juntamente comigo. Nos trocamos e fomos comprar o café da manhã na padaria da esquina de baixo, compramos e voltamos.
Tomamos café e passamos a tarde juntos, Denny não havia voltado, e eu de coração, espero que ele não volte, a noite chegou e pedimos pizza para o jantar, isso nos fez lembrar do dia em que estava ajudando Lucca em seu trabalho e quase rolou nosso primeiro beijo, nós rimos e recordamos nossas caras de constrangidos.
Após jantarmos ouvi a campainha tocando, estava apenas eu e Lucca na cozinha, minha mãe estava em seu quarto mexendo no computador, abri a porta e vi que era Denny:
-Ei Mel! - ele soltou um sorriso falso - Posso entrar?
- Vai adiantar se eu disser que não?
- Eu moro aqui também, rs.
O deixei entrar e disse que mamãe já estava vindo, quando minha mãe relou no último degrau e soltou um sorriso para ele e correu para beija-lo, automaticamente senti vontade de vomitar, depois de terminarem o beijo, eu e Lucca nos olhamos quando Denny puxou um canivete do bolso e veio para cima de mim.
Eu me desesperei mas não conseguia fazer nada apenas ficar travada ali. Minha mãe gritava para ele parar de ir até mim com aquele canivete e então como ninguém conseguia fazer nada por medo Lucca pulou em cima de mim na tentativa de me tirar da frente daquele maluco, no momento do pulo o canivete passou com vontade pelo meu braço, ferindo-me.
Lucca sussurrou para eu correr junto com a minha mãe que ele iria logo atrás de nós. Puxei minha mãe pelo braço que não estava machucado, ela estava estática ainda ela começou a gritar quando viu meu ferimento, tentei acalma-la, mas eu estava trêmula correndo com ela até fora de casa. Olhei pela janela tentando gritar por Lucca, mas ele não podia me ouvir, pude ver que Denny foi para cima do amor da minha vida e o atingiu com uma facada em seu diafragma, me desesperei e comecei a chorar, entrei lá dentro e vi o meu amor estirado no chão com a mão no ferimento é o Denny correndo para fora da casa, minha mãe vendo a cena logo começou a chorar novamente e ligou para a ambulância:
- Amor, amor, amor, fica comigo, fica aqui, não me deixa, fala comigo - eu disse limpando minhas lágrimas.
- Am...or? - ele disse com a voz rouca e soltou um sorriso pelo qual me apaixonei desde a primeira vez. Vi uma lágrima saindo de seu olho e assim chorei junto.
- Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem, eu prometo - eu disse olhando diretamente para ele.
- Eu te amo - ele disse me puxando para perto e me dando um beijo.
- Eu te amo - disse deitando em seu peito.

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