Os dias passam

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Depois de nos divertirmos, voltamos para casa e nisso tiramos um cochilo, passamos aquele dia juntas, tirei "folga" das outras coisas para ser inteiramente dela.
Sentia saudades do Lucca, porém sabia que ele voltaria apenas na semana que vem, para minha sorte, já era sexta.
O final de semana passou, lentamente, mas passou. Ele chegaria na terça. Eu havia entrado de férias, então tentei ficar ao máximo ao lado da mamãe. Ela tinha muitas crises, e eu não gostava de lhe deixar sozinha pelo fato de ela tentar alguma coisa, como se matar. Eu não me perdoaria.
Ela não sabia de suas crises e depois que tudo passa, ela não se lembra mais de nada. Está tomando um remédio chamado Filouxino, que diminui as crises e lhe deixa estável.
Fora isso, ela continuava sendo minha mãe, mesmo que fosse por alguns minutos:
- Melissa. - ela disse olhando para mim.
- Sim?
- Eu quero cortar o meu cabelo, eu sei que eles vão ser raspados de qualquer maneira.
- Não mamãe, você não precisa raspar.
- Mas eu quero, para adiantar o processo.
Eu não disse mais nada, mas sabia que teria que fazer isso se fosse mesmo da vontade dela. Nós ficamos a tarde toda no sofá trocando ideias, e ela me perguntou como estava o relacionamento com o Lucca e eu respondi dizendo que não estávamos namorando:
- Eu vou morrer, hahaha, está doendo- ela riu.
- Mamãe, essa não é você, este é o tumor falando.
- Claro, é o tumor - ela se deitou no chão.
Nós assistimos filmes praticamente decorei a "Era do gelo" pois segundo ela era o melhor filme dos últimos tempos, então ela voltou o filme várias vezes. A noite chegou e com ela as crises da minha mãe também. Conseguia conte-las, porém ela era mais forte. Eu tive que levá-la ao quarto e deixá-la lá lendo um livro que ela gostava. Eu fui ao meu quarto que era do outro lado do corredor, então eu saberia se ela saísse. Mandei mensagem ao Lucca e ele me respondeu com uma foto:

Com a legenda dizendo que estava pegando o avião para vir embora

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Com a legenda dizendo que estava pegando o avião para vir embora.

Em mensagem:

Mel: se achando só porque é um gato não é? Rs
Lucca❤: A, que nada. Gatinha estou indo para o aeroporto, beijo, te vejo amanhã.
Mel: Beijos

Desliguei a internet e fiquei apenas observando a foto de Lucca, e peguei no sono na esperança só amanhã chegar mais rápido. Acordei de madrugada com barulhos na cozinha, eu não sabia se chorava de desespero, se pegava o meu taco de baseball, mas no fim das contas desci, com medo de ser minha mãe com suas crises. Desci lentamente a escada, do antepenúltimo degrau consegui ver minha mãe claramente se agarrando com o Denny com seu pijama descombinado, com o short florido e q blusa estampada. Denny sempre com sua jaqueta e jeans, eu não gostava desse cara, eles estavam em um amasso enorme e então com nojo voltei ao meu quarto e voltei a dormir com a cena na cabeça. Acordei e eram nove da matina, levantei e ninguém na minha casa havia acordado, sabia pois passei pelo quarto e vi eles de conchinha ainda dormindo, desci fiz meu próprio café, por incrível que pareça. Enquanto tomava meu delicioso café sem açúcar, ouvi a campainha tocar, eu fiquei tipo QUE?
- Espera aí, espera aí! Já estou descendo.
Não me troquei nem nada, apenas fui escovar os dentes por motivos de higiene. Abri a porta e dei de cara com o Lucca, com cara de sono, camiseta normal e calça jeans. Enquanto eu estava com meu pijama super curto com flores desenhadas em toda a extensão do pijama, cabelo mais ou menos arrumado, cílios feitos por preguiça de tirar ontem, cara de sono.
- Bom dia! - ele disse isso nem esperando uma resposta, ele me pegou pela cintura e me encurralou na parede da cozinha me beijando com um gostinho de saudade.
Ele parou de me beijar então eu disse:
- Que bom que pelo menos eu havia escovado os dentes. - Nós dois rimos.
Enquanto estávamos ainda encostados, olhei para a porta e vi Henrique com uma cara surpresa. Dei um selinho em Lucca e saí de seu abraço:
- Olá Henrique - eu disse indo até a porta com um sorrisinho de tipo: "toma seu idiota".
- Olá Mel, você é? - ele disse indo até o Lucca.
- Lucca.
Nesse momento os dois olharam para mim e eu disse ao Lucca:
- Eu lhe disse que haviam muitas coisas acontecendo. Alguém quer café da manhã? - Perguntei com um sorrisinho torto.
Falei para Henrique se sentar no sofá da sala e Lucca me puxou para o canto para trocarmos uma palavrinha:
- Quem é esse cara que está em plena terça-feira às nove da manhã batendo na sua porta? - Ele disse com um tom enciumado.
- Lucca! Senti saudade! - eu disse puxando-o para um beijo.
Ele recuou e me perguntou de novo:
- Quem é? - cruzando os braços.
- Meu ex!
- E eu posso saber por que ele está aqui?
- Ele me traiu a dois anos com uma italiana agora está de volta enchendo o saco, provavelmente me querendo de volta. - Disse provocando.
- Qual é! - ele disse colocando uma mão na testa - Vou ter que brigar por você agora?
Eu ri e expliquei que não tinha mais nada com ele e que nunca teria algo novamente. Ele disse que tudo bem, mas ficaria de olho no Henrique, voltei para sala com o Lucca e apresentei-o ao meu ex:
- Henrique, este é Lucca, Lucca este é meu ex babaca.
Nós rimos e então Henrique disse:
- Foi mal cara, achei que ela não estivesse mesmo namorando, pensei que estava apenas me enrolando. Foi um prazer.
- O prazer é meu Henrique.
- Nós não namoramos, rs - eu disse me direcionando ao Henrique.
- Mas vão, em breve, hahaha. Vim ver sua mãe Mel.
- Ela está dormindo Henrique, com um cara - falei em tom baixo - Pode voltar a tarde se quiser vê-la.
- O.k, prazer novamente Lucca, tchau Mel!
Ele saiu pela porta e Lucca fez um sinal de " Obrigada Deus", nós rimos e fomos para o sofá, aproveitamos um pouco enquanto mamãe não acordava, rs:
- Mel Montgomery, estava me roendo de saudades.
- Eu também mocinho.
- Tenho uma surpresa para você, porém está em casa.
- E por que não me leva lá para ver? - eu digo me levantando do sofá.
- Sério? Quer ir agora? Sem problema algum - Ele disse entusiasmado.
- Claro!
Disse isso e subi ao meu quarto, me troquei com um short claro e uma blusa regata, estava calor. Eu desci novamente, nós pegamos o carro e fomos até a casa do Lucca, no caminho ele me disse que eu estava linda com esse short, eu agradeci e ele me contou algumas coisas que ele fez na viagem, ele visitou lugares importantes, trabalhou e principalmente sentiu saudades, eu fiquei vermelha e ele riu.
Nós chegamos e ele abriu a porta, o presente estava no quarto dele, nós subimos até o quarto e em cima da cama dele havia uma caixa grande, comecei a abrir a caixa com entusiasmo, quando terminei de rasgar a caixa me surpreendi e fiquei super feliz dando leves gritinhos de felicidade, lhe dei um beijo como agradecimento, longo, demorado e...e eu acho que... Molhado?

DissaperingOnde histórias criam vida. Descubra agora