Capítulo 9

5.7K 419 6
                                    

Henry

"Perdoar é libertar o prisioneiro... e descobrir que o prisioneiro era você."

                                     Robert Muller

  A sensação de perda é devastadora. Chorar por perder um brinquedo, uma festa que queríamos muito ir, ou até mesmo por perder um bichinho de estimação. Nada dessas coisas se compara a dor de perder um amor. Não qualquer amor, mas o amor da sua vida. Essa sensação... Esse sentimento é o pior que um ser humano pode sentir.

   Estava no quarto de hospital. Não recordo muito do acidente, mas sei que foi grave e até onde eu sei, perdi bastante sangue. Tinha acabado de acordar e conversardo com o Dr. Anderson sobre meu estado. Ele saiu e disse que ia chamar a Cloe, segundo ele, ela está quase enlouquecendo. Ri com aquilo. Era bem a cara dela. Ouvi a porta abrindo e imaginei que seria ela é logo abri um sorriso, mas ao ver quem era o sorriso se desfez.  

  - Como você está meu amor?

  - Eu não sou seu amor Lucy. O que você quer?

  - Eu só queria saber como você está amor. Fiquei preocupada sabia?! - disse se aproximando da minha história.

  - Eu estou bem. Agora saia por favor.- disse já irritado. E nessa hora ouço alguém do lado de fora.

  - Eu saio. Mas antes .....  - É no momento que ela vem pra me beijar, a porta se abre e vejo Cloe na porta. Empurro Lucy pra longe de mim com as poucas forças que tenho. Tento explicar o que aconteceu, mas ela me dá um sinal com a mão para eu me calar. Vejo lágrimas em seus olhos e aí meu mundo cai. Ela olha pra Lucy que está rindo, o que me dá muita raiva, e volta a olhar pra mim. Olha para os dedos. Não acredito que ela vai fazer isso. Mas ela faz. Tira a aliança, coloca em cima da cômoda e sai correndo.

  Fico parado por um tempo, com os olhos fixos na porta, esperando que aquilo tudo não passasse de um terrível pesadelo. Mas era real. Ela se foi. Acabou.

   - Olha pelo lado bom amor! Agora podemos ficar juntos sem aquela lá.

   - Sai daqui. Eu nunca vou querer nada com você entendeu? Você não passa de uma oferecida. Nunca vai conseguir um homem de verdade. SAI DAQUI!!!!!!! SAII!!!! -Gritei. Posso ter sido duro demais, mas ela acabou com a minha vida. Odeio essa mulher.

  Ela saiu dali chorando e assustada. Voltei a deitar na cama e senti minhas vistas embassarem. Tudo ficou escuro e desmaiei novamente.

   "Desfribilador!" ... Depois só sentir um enorme choque no meu peito e  pude ouvi meus batimentos cardíacos voltarem ao normal.

  2 dias depois ....

  Estou me sentindo fraco. O sangue acabou e estão procurando doadores, mas até agora não acharam. Isso é muito ruim.


    - Dr. Temos um doador.- Disse uma enfermeira ao entrar na sala.

   - É compatível?

   - Sim.

   - Ótimo.

   - Quem é?- perguntei curioso.

   - Uma moça senhor.

   - Qual o nome dela?

   - Sinto muito. Ela disse pra não falar nada. - disse e saiu.
 
  Será que é ela?

Depois que eu recebi a nova bolsa de sangue, estava me sentindo melhor e o médico disse que logo estaria recebendo alta. Não vejo a hora de sair daqui. Preciso explicar a Cloe o que ela viu foi um grande e desastroso mal entendido.

  Minha avó vinha aqui todos os dias. Só não dormia, ela até quis, mas disse que não precisava e que não ia a lugar nenhum. Ela tentou rebater, mas acabou fazendo o que eu pedi. Já estou aqui a 1 semana. Tive uma pequena lesão na perna, mas ela já está bem menos inchada. Até agora não sei quando vou receber alta.

   Já são 19hrs e minha avó acabou de sair daqui. Uma enfermeira veio aplicar mais medicamentos e saiu. Estou aqui deitado. Olhando para o teto branco. Tento não pensar muito em Cloe, pois posso enlouquecer e querer fugir daqui e ir atrás dela. Ouço a porta ser aberta, mas não me movo, imaginei ser mais uma enfermeira, até ouvi aquela voz.

   - Boa noite Henry.

   - Cloe?- disse quase num sussurro.

   - Como você está?-perguntou indo para a janela.

   - Me recuperando. -falei e solteira um suspiro pesado.

   - Que bom - faz uma pausa- Estive conversando com sua avó, e ela disse que não tem ninguém pra ficar com você aqui durante a noite.

  - É verdade. Ela se ofereceu, mas olhe a idade dela. Nunca que eu ia permitir isso.

  - Se importa se eu ficar essa noite aqui? - disse ainda sem olhar pra mim.

   - Não.- Disse e ela me olhou e assentiu.

   - É ... - Ela se virou pra mim - Posso ter pedir um favor?

   - Pedir pode? - falou e cruzou os braços.

   - Você pode trazer algo para eu comer? Tô morrendo de fome? - falei e ela deu um sorriso tímido.

   - Claro. Vou falar com a enfermeira.

   - Não. Eu queria uma... comida diferente.

   - Você como médico deveria saber que ....

   - Sim eu sei.- a interrompi - Mas eu vou ficar realmente doente se não comer uma comida mais... digamos que um pouco mais calórica.-Disse e ela gargalhou.

   - Ok Henry. Já volto.

   - Cloe!- Ela se virou pra mim.-Obrigado.

   - É só um lanche Dr.

   - Não. Não é só pelo lanche. Obrigado por estar aqui. Obrigado.-Disse, ela sorriu e saiu.

  Esse com certeza foi o melhor dia que eu tive aqui no hospital. Ela está aqui. Não dá forma com eu gostaria, mas está. Essa é minha chance. Não posso deixar escapar.


"A gente conseguiu e ainda consegue superar todas as dificuldades e desafios, porque o amor fala mais alto no fim das contas."

Te EncontreiOnde histórias criam vida. Descubra agora