5 Maia

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A aula hoje foi um saco, o professor Edmundo está me perseguindo não é possível, sempre que tem alguma pergunta ele faz para mim, a sala inteira pode ter levantado a mão pra quem ele pergunta? Pra Maia aqui, o pior que tudo que perdi minhas lentes de contato, ou seja tenho que usar óculos:

— Nossa que cara é essa? —  pergunto pro Max, que vem tomando um suco e comendo uma coxinha

— O professor pediu um trabalho, até aí tudo bem né já que é normal ter trabalho, mas não tem livro pra classe inteira e adivinha só? Não achei ele em nenhuma livraria pra comprar, se eu pedir pela internet aí chegar em cima da hora e não vou conseguir entregar — Ele diz então rio — Tá rindo do que? Não quero tirar xerox e nem fazer com outra pessoa.

— Aí Max, o que seria de você sem mim? — Pergunto e ele sorri lado, não deixo ele responder porque certeza que não ia sair algo bom — Você está olhando para a mais nova bibliotecária do setor leste.

— É o que? — ele ri

— Isso mesmo, consegui um emprego na faculdade, vai ser só meio período já que estudo aqui

— E o que isso tem a ver?

— Você é meio sonso né? Olha sempre emprestamos livros, mas sempre fica um na biblioteca pra xerox, ou seja posso te emprestar ele, porém você terá que devolver o mais rápido possível.

— Maia você é a melhor.

— Aí bobinho eu sei, agora eu tenho que ir depois você me manda uma mensagem com o nome do livro.

Me levanto e vou correndo pra aula, fiquei no fundo prestando a atenção enquanto anotava umas coisas, a mensagem do Max chega com o nome do tal livro. Assim que a aula acaba corro pra biblioteca que fica no lado leste do campus que é simplesmente enorme, temos 7 prédios com 10 andares e 4 bibliotecas enormes, nem acredito que consegui uma bolsa de 100% aqui.
Chegando na biblioteca a senhora Albuquerque nossa diretora estava me esperando, ela segurava alguns papéis, deu largo sorriso quando me viu entrar:

— Você está ai Maia, esse aqui vai ser a sua área de trabalho — Ela anda até uma bancada,  que parecia mais a bancada do Jornal Nacional, só que de madeira e com o nome da faculdade, sobre ela tinha um computador e alguns livros — Todo estudante tem o cartão de retirada, você pega os dados dele e passa o cartão aqui, esse livro tem as regras da biblioteca e como funciona, a outra bibliotecária vai usar o outro computador, claro que vocês não vão trabalhar no mesmo turno, acho que é só isso.

— Certo, vou começar lendo esse livro — Pego o livro das regras e sorrio pra ela.

— Ótimo, agora tenho que voltar pra minha sala, qualquer problema pode usar o telefone pra ligar pra minha sala, é a linha 2 — Ela sai da sala então vou até o computador, onde coloco meu e-mail e senha, procuro o livro que Max precisa porém não acho nenhum ali, já que alguns livros não estava cadastrados — Certo, vamos procurar do jeito antigo.

Me levanto e ando até às prateleiras, indo na parte de psicologia com uma caneta vermelha na boca, mordendo a tampa:

— Boa tarde — levo um susto ao ouvir uma voz grossa atrás de mim, me viro e me deparo com Davi — Então você é a bibliotecária que minha mãe vive falando?

— Hã... Sua mãe? — Arqueio a sobrancelha e ele ri.

— A senhora Albuquerque — Olho surpresa para ele — Surpresa! Sou filho da diretora da faculdade, e você é moça que ganhou a bolsa no qual ela não para de falar, sabia que você tinha alguma coisa especial Maia Silva.

— Foi apenas sorte — Rio saindo daquele corredor e indo até minha mesa, onde me sento na cadeira — No que posso te ajudar Davi?

— Quero esse livro aqui — Ele pega o livro que estava sobre a mesa e entrega seu cartão de retirada.

— Você faz psicologia... Você tem esse livro aqui? — mostro o nome do livro e ele sorri.

— Qual o interesse nesse livro? Afinal você faz arqueologia.

— É pra um amigo — Digo digitando umas coisas no computador, então passo o cartão.

— Amigo? Ou pra algum namorado?

— Apesar de não precisar responder essa pergunta, já que a vida é minha e você não tem nada com isso, é pra um amigo — sorrio entregando o livro e o cartão — dividimos um apartamento, então você tem ou não?

— Tenho senhorita — Ele abre sua mochila e tira o livro, me entregando — Pode ficar, é um presente de boas vindas.

— Obrigada, mas você pode precisar

— Sou filho da diretora, posso arrumar livros quando quiser — Ele pisca e coloca o livro sobre a mesa e sai assobiando.

Pego o celular e mando uma mensagem pro Max, avisando que consegui o livro e o folgado não diz que não pode vim buscar? Tenho que ir levar na academia dele, bom até que é uma desculpa pra eu conhecer o lugar onde ele desconta a raiva, coloco o livro do Max na minha mochila e abro o livros das regras.

Depois do trabalho na biblioteca, comprei um lanche e fui pra academia do Max, porém estava um trânsito do inferno no qual tive que avisar pra ele não sair de lá, ou íamos nos desencontrar. Depois de muito tempo consegui chegar na academia e a aula do Max já estava acabando, fiquei encostada em uma parede olhando os golpes que ele dava no seu adversário, era uma coisa interessante de se ver:

— Tá perdida gata? — Um cara que parecia ter uns 2 metros de altura, pele escura e olhos verdes para na minha frente e sorrindo.

— Não João, ela está me esperando porque diferente de você, tenho amigos — Max diz parando do meu lado.

— vai se ferrar Max, você deve ser a Maia não é? — Concordo com a cabeça — espero que durma de porta trancada, porque esse cara é meio tarado.

— Vai pro inferno João, pode ir eu fecho a academia, o mestre deixou a chave comigo — Max diz tirando suas faixas e o cara concorda.

— Boa noite pra vocês — Ele diz saíndo

— Boa noite — acenando então me viro para Max — Vamos pra casa?

— Tenho que fechar a academia.

— E tomar um banho, você tá todo suado — digo olhando nos seus olhos, ele olha em volta e vê que o lugar estava quase vazio, então ele estrela o pescoço e pisca — Aqui? Você não está cansado não?

— Nunca vou estar cansado pra isso Maia — Ele sorri de lado, então pisco de volta.

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