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Quando o BOPE invadindo eles colocam essa música às vezes, dizem que não tem uma alma que fica na rua... Imagina na rua e escutar isso? Macabro ? Ia me cagar todinha... kkkkkk

Christopher.

Acordo com o despertador, não acordo mal como o restante dos dias, a insônia não havia me perseguido e eu só havia acordado uma vez pela madrugada porque um ser estava tentando me fazer de travesseiro. Eu gostava muito de dormir com ela, eu me preocupava com ela longe de mim.

Ela dormia tão bem, babando o travesseiro, parecendo bem confortável, ainda bem.

Fui direto para o banheiro me arrumar, a operação iria começar às dez horas, nossa missão de foco era capturar Francisco e Carlos, os líderes. Tudo estava liberado, mas claro que nós não iriamos matar inocentes. Os dois atacaram mais de três bases e mataram mais de quinze soldados nos últimos dias, tudo uma provocação e claro que nós tínhamos em mente que eles estavam esperando pela gente. Nós iríamos com os blindados e armados até os dentes, havia recrutado os melhores, não podia falhar nessa missão.

Iria tomar café no batalhão, queria poder fazer algo para Fernanda mas Rosana já iria chegar.

Me arrumo, coloco uma calça jeans normal, minha camisa da polícia, calço meu sapato e arrumo minha bolsa com minha farda. Estava ansioso demais com hoje, não via a hora de colocar as mãos em Carlos e o matar, nossa, como ansiava por isso. Queria matar todos eles, ter o sangue deles em mim. Fernanda precisava de paz e ela teria.

Já ia saindo para ir embora mas resolvi acordar Fernanda antes de ir, queria avisar que já estava saindo para ela não acordar e ficar em desespero. Já era quase oito da manhã. Ela estava jogada na cama toda aberta, babando e com o cabelo na cara. A cena mais linda do mundo. Me sentei na beira da cama e balancei o ombro dela devagar, aos poucos ela foi despertando, quando colocou seus olhos nos meus me lançou aquele sorriso lindo e meigo.

─ Bom dia ─ ela se espreguiça e boceja. Ganho meu dia com isso.

─ Já estou indo, só quis avisar você.

─ Mas já? ─ ela se levanta e apoia as costas na cabeceira. Mesmo após acordar ela ficava linda com os cabelos bagunçados e o rosto inchado. 

─ Ligo para você assim que sair da invasão, não vou levar meu celular comigo... Rosana vai vir ficar com você.

─ Chris... ─ me lança aquele olhar preocupado. ─ Eu estou com medo, não quero que nada de ruim aconteça com você.

─ Relaxa, eu sou criado, Fernanda... vai dá tudo certo lá, eu te garanto.

Me debruço e beijo sua testa, ela me puxa para um abraço e aperto aquele corpo magro e frágil nos meus braços. Fernanda era incrível, amava seu jeito simples de ser. Sei que antes a julgava mal e me arrependo imensamente por isso. Ela era uma boa garota, dedicada, decidida, bonita e super humilde.

Me desgrudo dela e despejo um beijo na barriga da mesma, em seguida olho em seus olhos bonitos e brilhantes. Eu sinto uma energia juntando nós dois, não consigo explicar porque sinto isso mas sei que é muito forte, Fernanda tem algo que me prende de forma surpreendente. Mal notei quando me aproximei dela ao ponto dos meus lábios ficarem bem próximo da boca avermelhada dela, senti seu cheiro doce e gostoso, olhei naqueles olhos que emanavam inocência e beleza, me senti incrivelmente atraído. Mas logo me afastei, ela ficou com as bochechas coradas, toda sem jeito, eu também.

─ Já vou indo, Fernanda... fica bem ─ peço e ela concorda.

─ Se cuida e me liga mesmo quando sair daquele inferno.

Um plano da vida #1Onde histórias criam vida. Descubra agora