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Fernanda.

Uma semana havia se passado, de fato havia sido muito dolorosa por conta de Nicole. Felizmente Nicole havia tido uma melhora, já havia sido retirada do coma induzido e já respirava sem os aparelhos, mas estava desacordada ainda. Ela havia saído de risco e logo também poderia engravidar. Eu e Christopher havíamos combinado de não falar nada ainda para a mãe de Nicole ou para Wesley, eu queria conversar primeiro com minha amiga. Sei que provavelmente não teria o perdão dela, mas eu queria primeiro falar com ela e depois confessar tudo para a mãe dela e para Wesley, ela estava naquela situação por minha causa. Tinha medo de perder todas essas pessoas da minha vida, todas elas eram essenciais para mim.

Nesse instante eu me arrumava, havia acabado de voltar do hospital e Christopher havia me chamado para ir num bistrô com ele e alguns amigos, sair de casa um pouco, dá uma relaxada. Eles iriam fazer missão amanhã, até achava certo ele sair para esfriar a cabeça já que ultimamente ele anda muito estressado. 

O bebê agora que aprendeu a chutar não consegue mais parar, ele é meu despertador e quem o ama sentir chutar é Christopher. Eu e Christopher quase não conversávamos mais ou tínhamos um tempo para nós dois, ele outro dia até fez plantão e eu dormi com dona Maria. Mas ele sempre me ligava, me dava um beijo de bom dia e perguntava se tudo estava bem. Nós dormíamos juntos e aquilo era tão bom, era bom o ter por perto e ser amada por ele, era bom não me sentir mais sozinha.

Me olho no espelho e analiso bem a roupa que usava, estava vestindo um short jeans desfiadinho e uma camisa solta, era uma tentativa falha de esconder minha barriga. Nos pés usava uma rasteira simples, não iria bem arrumada até porque estava com preguiça de me produzir. Deixei os cabelos soltos e fiquei esperando Christopher terminar de se arrumar, enquanto isso fui beliscar o bolo de cenoura que dona Maria havia feito hoje.

Eu e dona Maria passávamos bastante tempo juntas, ela me ajudava em muita coisa e também me ajudou muito quando contei que Nicole havia sofrido o que havia sofrido. Nos dois primeiros dias chorei tanto com medo, mas depois entreguei tudo nas mãos de Deus e deixei que ele tomasse conta de tudo como sempre fez. Eu tinha dona Maria como uma mãe que nunca tive, podia conversar sempre com ela, podia desabafar, podia fazer perguntas e podia receber um carinho materno. Ela não me julgava, ela sempre me apoiava estando certa ou não. Eu sei que ela sempre iria ficar ao meu lado.

Christopher chegou até a sala, penteava os cabelos com os dedos. Ele estava vestido em uma bermuda preta jeans e uma camisa cinza, aquele estilo dele de ser que tanto amava e que me cativava. Ele beija meus lábios e abre um sorriso.

─ Você está linda ─ elogia passando a mão por minha barriga.

─ Você também ─ passo meu braço ao redor do seu pescoço e o puxo para um beijo molhado e gostoso. Christopher era incrível em tudo, sempre sabia o que dizer e onde me tocar, eu não sei exatamente o que a gente tinha, mas gostava.

─ Vamos, eles já estão esperando.

Pego minha bolsa de lado e sigo até o elevador com Christopher, ele exalava perfume. Imaginava como essa criança seria se puxasse para Christopher.

Nós entramos em seu carro e logo estávamos a caminho do bistrô que ficava na praia, pertinho de casa. Durante o caminho peguei meu celular e mandei mensagem para Wesley perguntando como Nicole estava e ele me respondeu que ela estava melhorando a cada dia, eu tinha fé que tudo iria dá certo. Ainda me culpava mas tentava não pensar tanto nisso.

Nós descemos no bistrô e seguimos, de longe avistamos os amigos de Christopher, acho que havia uns seis, tinha uma mulher também. Nos sentamos cumprimentando todos, dali só conhecia Gustavo e Guilherme.

Um plano da vida #1Onde histórias criam vida. Descubra agora