☂six☂

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Jack Grazer fazia sua lição de matemática, enquanto desviava o olhar levemente para cima. Por mais que ele não quisesse era impossível não olhar e suspirar desgostosamente com a situação à frente, e por mais que lhe doesse, não tinha voz para pedir para que Finn acabasse com aquilo. O cacheado estava ali sentado em sua frente novamente, trocando os curativos das pernas. A garganta arranhava implorando para que ele simplesmente dissesse alguma coisa, mas nada saía, apertava o lápis com toda a força que havia em si tentando reprimir as palavras que não conseguia dizer naquele ato. O lápis quebrou atraindo a atenção do outro, Jack pode ver Finn sorrir, aquele sorriso tentava dizer que estava tudo bem, mas Grazer sabia que não, nunca estava nada bem. 

Finn terminou de colar mais um dos curativos no joelho e jogou a caixinha ao lado, puxando mais um cigarro do bolso, ele agora olhava para Jack, tentando expressar que tudo ficaria bem e passaria, mas tanto quanto Finn e Jack, sabiam que aquilo era apenas mais uma das puras mentiras já contadas, e tal coisa doía em ambos. Jack jogou o lápis quebrado ao lado enquanto Finn acendia o cigarro e lhe segurava a mão livre, o mais novo engoliu seco olhando nos olhos de Finn, ele tentou repreender o soluço que rasgou-lhe a garganta, apertando mais a palma da mão do garoto. Finn sem muitas intenções aproximou-se dele e o abraçou. 

Resignou-se apenas em aceitar os braços do mais velho em torno de seu corpo, liberando as lágrimas sob o casaco dele. Finn murmurava que tudo ia ficar bem, mas nem mesmo ele acreditava, era um ciclo vicioso que o quanto mais ele repetisse talvez ele acreditasse, Jack amassou o tecido sobre seus dedos grunhindo baixinho.

— Por que está a chorar pequeno? —  Finn questionou baixinho no ouvido do garoto mais novo. 

Por que você continua com isso? Respondera com outra pergunta, Jack tinha a voz tão baixa quanto a do outro, a diferença que ela era embolada e chorosa enquanto Finn limpava-lhe o rosto tentando remover as lágrimas que insistiam em estar ali. 

— Eu gosto de ver-lhe sorrindo Garoto de ouro. —  O mais velho disse, Jack suspirou pesado fechando os olhos quando sentiu os lábios de Finn em suas pálpebras. 

Jack não sabia o que era aquela sensação no estômago, e o calor reconfortante que lhe abraçou com o toque do outro, ele continuou abraçado a Finn até pegar no sono, eles estavam na casa do mais velho, não seria um problema dormir ali, mesmo que por um pouco. Nada faria lhe mal enquanto ele estivesse ao lado do outro, sentiu um selar na testa antes de render-se dolorosamente ao mundo dos sonhos. 

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