Quando Jack acordou, ele sentiu o frio em seu corpo e tremendo estava, erguendo-se não avistou nada além do breu do quarto, antes, ele estava deitado no chão e a janela estava aberta, quando Jack colocou-se de pé ele nem preocupou-se em puxar o celular do bolso ele só andou até a varanda quando notou que o outro estava lá, ele andou até Finn abraçando-se pelo frio e quando saiu do quarto indo até o garoto, Jack disse a si mesmo que se ele tivesse voz para algo ele teria gritado em susto, mas nada saiu de seus lábios ou garganta, nada saiu além de lágrimas em seus olhos. Finn tinha uma navalha entre os dedos e estava sem as calças, a fumaça do cigarro avançava sobre os dois enquanto ele de pé, deixou-se cair de joelhos ao lado do outro.
Finn assustou-se ao ver Jack ali, mas nada expressou, apenas removeu a lâmina da pele urgentemente, não teve como cobrir as pernas com nada, ele só as trouxe até o peito e apoiou a cabeça ali, em silêncio, como se só o vento tivesse o dom de falar entre os dois. Quando o silêncio lhes preenchia, Finn olhou na direção de Jack que ainda chorava, ele tentou secar o rosto do menino, mas o mesmo se afastou tão rápido quanto um animal assustado e ferido, e de fato ele estava ferido, por dentro, enquanto Finn se feria por fora, junto a fumaça de cigarro e seus dedos trêmulos.
— Por quê você continua fazendo isso Finn? — Jack perguntou quando voltou a se aproximar do mais velho.
— É como um hábito, você não lembra de respirar, mas mesmo assim respira, assim como não percebe o corte, mas ele já está ali e acaba por não doer mais quando continua o fazendo. — Respondeu baixo segurando a lâmina em seus dedos, Jack em resposta ao ato, puxou o objeto das mãos do garoto e a jogou pelas barras da sacada, como se ela não fosse nada mais do que um fiapo da barra de sua calça.
— Seus pais não estão preocupados com você? — Finn perguntou olhando na direção do objeto e sentiu-se engasgar, quando ela sumiu-se pelo extenso gramado.
— E por quê, por que você nunca tentou... se matar?
— Sabe... de uma vez por todas.— Jack observou Finn suspirar e soluçar após a pergunta, ele não relutou ao abraça-lo, ele não precisava de palavras ele nem as queria também, ele só queria que estivesse tudo bem com eles na manhã seguinte.
— Porque eu tenho medo... medo de que ninguém esteja lá, para me salvar antes do último suspiro.
— Eu quero... eu quero lhe salvar antes mesmo de você cogitar pensar nisso. — Jack disse, e quando o fez prendeu a respiração, ele era um garoto inteligente, incrível e milimetricamente perfeito, era o que as pessoas diziam dele, mas ele nunca se viu assim. Ele não tinha um proposito na vida, nada além de notas azuis e uma lista vazia de amigos, não que ele se importasse com isso, mas quando a frase saiu de seus lábios, Jack percebeu que talvez ele pudesse ter algum sentido naquele mundo, ao apertar Finn em seus braços ele percebeu que ele sim, podia ser muito mais do que as pessoas esperavam dele.
— Você não precisa fazer nada por mim. — Finn disse rindo baixo de modo lamentável.
— Vou fazer por nós, eu prometo. — Jack respondeu seriamente.
E naquela madrugada, entre respirações pesadas e soluços entrecortados, Jack e Finn se beijaram pela primeira vez, desajeitado e carinhoso, Jack só não queria imaginar que aquele seria o primeiro ou o último beijo deles, ele estava feliz por acreditar que poderia salvar Finn assim poder se também se salvar.
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Save me
Fanfiction➳ fack Onde Finn Wolfhard quer ser salvo e Jack Grazer não acredita em seu próprio potencial;; - concluída - de minha autoria - todos os direitos reservados à djulia braz