Jhon E O Mundo Dos Sonhos

Capítulo 7 - Relatos de Um Sonho Lúcido

Apesar de já conhecer algumas partes do livro, ainda haviam muitas coisas que Jhon não fazia ideia que estavam no livro sem nome.

Quando o abriu, percebeu uma anotação na parte superior da primeira página, ela tinha uma letra de tamanho menor que as outras. Essa anotação estava em uma parte onde nas outras páginas normalmente não havia nada escrito, Jhon pensou que ela poderia não ser do escritor, mas percebeu que a letra era igual a do resto do livro escrito à mão.

"Este não é um livro, mas sim um diário, então se você espera encontrar aqui histórias que fazem algum sentido ou que tenham um começo e um fim, recomendo que o feche e o devolva, mas se você pretende entender um pouco sobre o mundo dos sonhos, então vá para as últimas cinco páginas e comece a entender."

- O cara sabe como fazer a gente sentir vontade de ler - Sussurrou Jhon.

Ele folheou o livro até a última página e percebeu algumas figuras estranhas, mas o mais estranho eram as várias páginas em branco.

"Percebi ao longo dos anos que eu tinha a capacidade de ter consciência durante os meus sonhos e que poderia fazer o que eu quisesse dentro deles, não demorou muito para não querer mais parar de sonhar.

Este livro é o meu diário dos sonhos, nele estão contidos os relatos de cada um dos meus sonhos além de pequenos resumos de tudo que consegui aprender com esses sonhos."

- Já chega de enrolação quero saber alguma coisa que realmente seja importante - sussurrou Jhon novamente.

Jhon olhou as cinco páginas e percebeu que eram apenas introdução e sumário e por isso foi direto para as páginas iniciais.

"O primeiro sonho

Eu estava em um pequeno palco em um bar no velho oeste, na minha frente havia um microfone posicionado para ficar na altura certa para mim, em minhas mãos tinha um violão e tudo que eu consegui fazer foi começar a cantar e tocar, a música era suspicious mind de Elvis Plesley..."

- Mano pelo amor de Deus, quem quer saber dessa história, e deve ser o primeiro sonho não deve ter nada de importante - Dessa vez Jhon não sussurrou.

A moça da biblioteca fez um sinal pedindo silêncio, Jhon fez que sim com a cabeça um pouco envergonhado de falar sozinho. Ele folheou novamente os relatos de sonhos, até que o titulo de um deles chamou sua atenção.

"A MENINA PERDIDA

Estava andando por entre as ruas de uma velha cidade do Oeste..."

- Meu Deus, de novo essa conversa de Oeste, tá bom vamos lá.

"As ruas eram desertas mas havia uma menina em um banco em frente a uma hospedagem. seus cabelos eram pretos assim como seus olhos e seu rosto parecia triste."

Jhon sentia que por mais estranho que pudesse parecer, aquela menina parecia a que ele havia encontrado nos seus sonhos.

" - Qual é o seu nome criança? - Perguntei.

- Me diz quando e como você chegou aqui? - Ela perguntou me encarando.

- Não consigo lembrar.

- Não?

Aquela pergunta me fez perceber que eu estava sonhando.

- Não mesmo? - Perguntou ela novamente.

- Não tem como eu te responder, isso é apenas um sonho.

Ela sorriu para mim, correu e entrou pela primeira porta, tentei ir para onde ela foi, mas já não podia mais ver ela. Depois disso acabei acordando."

Jhon sentiu um pouco de raiva, ele é quem deveria ter respondido aquilo, mas também ficou um pouco decepcionada.

- Só isso, ela só saiu correndo, não é passível que seja só isso.

Ele leu o próximo relato e nada, o próximo e nada novamente, então pulou o restante e foi direto para os resumos.

"Percebi que além das dificuldades para conseguir ter sonhos lúcidos, ainda passamos por situações e conhecemos pessoas que nos fazem acreditar que esse não é um mundo só nosso. A menina perdida que...."

- Garoto, Jhon seu nome não é - Perguntou a moça da biblioteca.

- Sim.

- Bom nós já vamos fechar posso recolher o livro?

- Não, quer dizer pode, mas eu queria continuar lendo.

- Na segunda você continua, não precisa ficar preocupado eu deixo o livro separado para você.

- Eu não posso levar ele?

- Infelizmente não.

Jhon fechou o livro e o entregou a moça, não havia o que fazer, não dava para simplesmente pegar o livro e sair correndo, agora só restava pensar qual a explicação para a mesma menina que apareceu em seu sonho ter aparecido no sonho de um cara que provavelmente viveu a mais de 100 anos.