Capítulo Seis

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Os passos cessam e alguém abre a porta

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Os passos cessam e alguém abre a porta. Juro que por um mísero instante meu coração parou de bater...

— Por Deus, o que fizeram com você? — era a "ruivinha" da festa.

— Me desculpa... — digo, começando a chorar — ... por ter te tratado tão mal e por não ter acreditado em você.

A primeira coisa na qual pensei foi em me desculpar, por ter sido ignorante com ela.

— T-tudo bem! Você só não sabia.

Tento me levantar mais uma vez, e dá certo... por quinze segundos, até cair novamente.

— Vem, eu te ajudo — ela disse, me ajudando a levantar e me deixando apoiar nela.

Estava faminta e devia ter olheiras de tanto chorar. Sou uma pessoa cujo olheiras aparece facilmente, então era fácil deduzir. Sem falar que a minha maquiagem deveria estar toda borrada, mas o meu estado deplorável era o de menos. O de mais era o que eles fizeram.

Ela me ajuda a sair daquela maldita casa, com um pouco de dificuldade pelo meu peso. Com o ocorrido começo a me questionar: como pessoas que nem o Brian e seu grupo pode existir? Que mal eu fiz à eles? Talvez eu continue imunda e feia. Talvez eu apenas seja feia. Mas mesmo assim, que mal eu os fiz? Ser feia é um crime? Ou não ter vivido na sociedade e tentar começar a viver nela ela é um crime?

Adentramos um carro vermelho, que a ruivinha disse ser o dela. Ela é tão gentil... Tão diferente de certas pessoas...

— Consegui pegar sua bolsa e seus sapatos — ela diz, me entregando ambos.

Começo a calçar o calçado e a pensar no porquê que eu existo. Acho que é sem motivo. Eu gostava de viver. Não sei se gosto mais.

Um grande silêncio se instala, até que ela decide quebra-lo, com uma pergunta meio que... pessoal e nada a ver, mas que era como eu me sentia:

— Você sente como se sua vida estivesse desorganizada?

— Não... Mas... — hesito por um segundo. — Na verdade, sim, eu sinto. Eu vou organizar ela. Vou me mudar pra Quebec e então organizarei tudo. Vou me ajeitar... Talvez passar a usar salto e fazer amigos novos... Quer dizer, pelo menos eu vou tentar e...

— Coincidência — ela diz, me interrompendo. Acho que falei demais. E acho que ela prefira pessoas diretas. Também acho que não fez muito sentido o que eu disse.

— Como?

— Eu moro lá. Só estou de visita, para ver meus parentes. Mas meu primo é tão paspalho... Magina, que infantilidade dele fazer isso com você. Na verdade, ele é desumano, isso sim.

— Falando nisso... Lembro que não sei quem é você... Como é o seu nome?

— Sou a Beatriz. Mas pode me chamar de Bea. E outra, não espere se mudar para Quebec para começar a mudança que você almeja.

Minha Fada Madrinha [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora