Capítulo Dezesseis

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∞ ∞ ∞

AO ACORDAR, A PRIMEIRA COISA QUE PENSO É "Onde estou?". A única coisa que sei sobre mim mesmo é o fato da minha cabeça doer tanto, ao ponto de parecee que ela vai explodir. Não devia ter bebido tanto. Demorou um pouco pra mim voltar a raciocinar direito e quando voltei, percebi que estava no quarto da Bel. Ao olhar para o lado percebo a mesma dormindo, numa posição de lado — onde está virada para mim —, ainda com a roupa de ontem, com seu cabelo extremamente bagunçado e seu vestido um pouco levantado.

Por impulso acabo colocando uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha. Suas feições tão doces e delicadas... e seus maravilhosos olhos — quando eles estão abertos, é claro — azuis, que parecem refletir o oceano. Acabo que por controlar minha vontade de a acordar com um beijo — mas sejamos sinceros que não foi nada fácil. Céus, como ela é linda...

Ao olhar para o lado, me deparo com uma bandeja que tem dois sanduíches no criado mudo e sem sequer pensar duas vezes, os devoro — estava morrendo de fome.

Mas afinal de contas, o que foi que aconteceu mesmo, hein? A única coisa que me lembro foi em entrar em um quarto escuro e de cair. Eu desmaiei? Ela me trouxe até aqui? Como?

Sem fazer barulho para não a acordar, me levanto e vou procurar algo para passar essa dor de cabeça. Por sorte, tinha levado uma bolsa de remédios — que minha mãe insistiu que eu levasse nessa "viagem". Certamente estava com raiva dos dois, eles me mandaram pra cá contra a minha vontade. Tudo bem, eu definitivamente não sou a pessoa mais responsável do mundo... Mas que se exploda, ainda assim tenho o direito de sentir raiva. Mas quer saber? Até que estar aqui não era tão ruim assim.

Vou para a cozinha, onde pelo relógio vejo ser 15h17 — que horas foi que voltamos para cá?

Eu até podia estar com uma ressaca do caramba, mas estava de bom humor. Não era todo dia que se tinha aquela visão privilegiada.

Decido ir ao supermercado, para comprar alguma coisa fácil de fazer para o almoço — queria a surpreender, embora nunca a deixasse saber disso.

Agora as chaves, onde ela colocou as chaves? Ah, claro, na gaveta de seu criado mudo, possivelmente. A vi colocando ontem lá, deve ter posto no mesmo lugar. Ao fuçar a primeira gaveta com um pouco de pressa, encontro ela.

Estava satisfeito, estava tudo dando certo... até por meus pés para fora daquela e ouvir uma voz extremamente irritante, dizendo furiosamente:

— O que você está fazendo aqui?

— O que eu estou fazendo aqui? O que você está fazendo aqui? — retruco no mesmo tom.

— Eu vim visitar a Izabel, mas acho que ela já tem companhia — William diz, com cara de desprezo.

— Não quero você perto dela. Eu sei muito bem quem você é e não hesitarei em chamar a polícia. Escutou?

— Acho que ela já está grandinha o suficiente pra saber com quem ela anda — ele diz alterando mais um pouco sua voz.

— Não vou cometer o mesmo erro duas vezes — digo, também alterando a minha.

— QUE ERRO?! — ele gritou. — QUE ERRO?! ME DIGA QUAL FOI O ERRO?

— DEIXAR AS MINHAS IRMÃS SE APROXIMAREM DE VOCÊ!

Nesse momento já havia algumas pessoas curiosas, nos olhando e pessoas saindo de suas casas — provavelmente para reclamar —, mas aparentemente ele não se importou:

— NÃO TENHO CULPA SE SOU IRRESISTÍVEL — sua voz era carregada de sarcasmo. — TAMBÉM NÃO TENHO CULPA DELAS TEREM ME...

Ele apenas não terminou a frase porque a porta da casa da Bel fora aberta pela mesma. Ela ainda estava com seu cabelo bagunçado — chegava a ser hilário, parecia um ninho de passarinho —, com o vestido amassetado.

— Que merda tá acontecendo aqui? Eu só quero dormir — ela diz, muito irritada.

— Eu vim te ver — William diz. — Mas acho que já está muito bem acompanhada — ele fecha a cara.

— Amor, desculpe a confusão, não era minha intenção — digo, fazendo biquinho.

— Amor?

— Cassamba, vocês são dois barraqueiros! Vão fazer barraco lá na casa da mãe Joana! Vem logo, Mike — ela diz, me puxando e fechando a porta, na cara dele. — Olha aqui, da próxima vez que você buscar briga, busque bem longe da minha casa, ouviu bem?

— Amor?

— Que amor o quê?! Olha só, estou falando sério! Da próxima vez eu te deixo lá fora e jogo suas roupas, que nem naquelas novelas mexicanas... apesar que eu queria fazer isso algum dia...

— Amor?

— Cala a boca, quem está falando sou eu. Vocês são muito infantis mesmo, hein? Os vizinhos já estavam saindo para reclamar você não viu? O que eles pensarão agora? Você sabia que eles podem ser do tipo fofoqueiro?

— Amor?

— O que foi? Para de me chamar de amor, é irritante!

— Você fica linda dormindo.

— M-m-as como é? — ela deixou o semblante de raiva pra virar um pimentão, totalmente sem graça.

— E ainda mais corada — digo, pra provocar. — Aliás, o que aconteceu ontem?

— Eu dormi esperando você, lá fora. Corri perigo, sabia? Ainda bem que era um lugar um tanto quanto escondido, dificilmente alguém me veria! Eu tive que sair de lá, da balada, não me senti bem em determinado momento. Aí quando eu acordo são três horas da manhã e você simplesmente não atende o celular! Aí eu fui te procurar e te encontrei num quarto caído no chão. Ah, você cismou que era a Ladybug e começou a misturar todas as músicas dos filmes da Barbie e a cantar Chiquititas! Foi um sacrifício te tirar do táxi e te por debaixo do chuveiro...

— Você me colocou debaixo do chuveiro? — digo, a interrompendo com um sorriso totalmente malicioso.

— Não é o que você tá pensando...

— E o que exatamente estou pensando?

A cada passo que dou próximo dela, ela dá um para trás, até que a parede interrompe.

— Possivelmente um monte de besteira. Eu só taquei a roupa lá e você me obedeceu direitinho — dessa vez foi ela quem sorriu. — E depois, você dormiu que nem um bebê — ela começou a apertar minhas bochechas quando já estava perigosamente perto dela, quebrando todo o clima. — Ladybug, oh Ladybug!

— Ei, olha, você não vai contar isso pra ninguém — deixo de lado o sorriso malicioso pra fazer cara de bravo.

Ela me empurra e sai correndo escada a cima.

— Claro que vou. Você não me pega!

— Ah, vai ser assim? — digo, começando a correr atrás dela.

— Ah, vai ser assim? — digo, começando a correr atrás dela

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⏰ Última atualização: Oct 05, 2018 ⏰

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Minha Fada Madrinha [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora