∞ ∞ ∞
- Aquele garoto não é o que saiu do táxi com você?
- Hã...? Ah, sim, sim - digo, engolindo seco.
- O que você acha de irmos dançar? Aceita dançar comigo, madame? - ela diz, estendendo sua mão.
Começo a rir daquela encenação.
- Aceito, nobre cavalheiro - digo, pegando a mão delicada dela.
Começamos a dançar no meio da pista de dança - eu desajeitadamente e ela graciosamente - até Murilo chegar perto, dizendo:
- Ei! Você está bem, estava te procurando... Ah, oi Wendy
- Oi - ela diz, tímida. - Murilo está te acompanhando?
- Não exatamente.
- Você tá linda hoje - ele diz, sorrindo para ela.
- Estou vendo que estou sobrando. Até mais - digo, rindo e me afastando.
Em meio essa semana, eu não soube me dizer se estava gostando mais do que devia do Murilo - mais do que amigo. Murilo era simpático e gentil, além de ser extremamente gato... e parecia que ele estava a fim de mim. Hoje pude perceber que eu definitivamente não gosto dele, não como outra coisa além de amigo e que ele iria pegar qualquer garota gata que aparecesse.
Pela primeira vez, percebi que eu não devo fazer algo que não gosto para os outros gostarem de mim: eles têm que gostar pelo que eu sou. Eu sou uma garota BV... ou era, até uma hora atrás, que não gosta de música alta demais e nem gente bêbada, e eu não tenho que ficar aturando essas coisas. Eu só tenho que encontrar o pessoal da minha antiga escola pra dizer que os perdôo. Esse é o meu mais novo desejo. Não posso continuar assim. De que adiantaria voltar só para me vingar? Nada! Poxa, eu só mostraria a minha imaturidade e o quanto tudo ainda me afeta. É por isso, que eu os perdôo e quero me reinventar.
Mas vou fazer isso no meu tempo. No tempo que Ele reservou pra mim. Além disso, acho que fiz uma amiga.Ao encontrar a saída, corro para um lugar afastado. Vou esperar até meia noite, que foi a hora que combinei com Mike.
Sem eu perceber, lágrimas começam a rolar pelo meu rosto.
- Você está bem? - era Will.
- O quê? Hã... estou sim - digo, enxugando elas e me obrigando a parar de chorar.
- Aconteceu alguma coisa ali dentro?
- N-não. Veio pra balada?
- Não. Eu odeio essas coisas.
- Você não estava indo a uma festa naquele dia?
- Estava, mas era pra assustar alguém. É divertido.
- Só pode estar zoando.
Depois dessa frase, ele senta perto de mim e ficamos em silêncio por alguns minutos.
- Sabe - digo, quebrando o silêncio -, eu prometi a mim mesma que nunca mais choraria.
- Por quê?
- Sei lá. Porque chorar é um sinal de que somos fracos.
- Quem te disse isso? Essa pessoa está absolutamente errada! Chorar de jeito maneira é algum sinal de fraqueza. Chorar é saudável. É como se você dissesse que sorrir é fraqueza... O choro é algo essencial. Não dá pra ser feliz o tempo inteiro e não seria saudável se desse. Às vezes, a gente apenas tem que saber sentir.
O efeito filosófico da frase que ele disse seria maior se o meu estômago não tivesse roncado de fome cinco segundos depois.
- Acho que você está com fome.
- Eu também acho.
- Tem uma lanchonete aqui perto, quer ir?
- Que horas são?
- Onze e meia - ele diz, verificando o relógio.
- Não podemos demorar.
- Por quê?
- Preciso estar aqui meia noite pra ir embora.
- Te dou carona, se quiser.
- Não precisa, obrigada.
- Mas não é seguro ficar aqui fora, de noite.
- Não precisa se preocupar. Vamos?
Ele se levanta e me oferece ajuda para levantar. Sabe, no fim das contas ele não é tão babaca assim.
• • •
- Agora percebo que a diretora da escola de princesas estava certo.
- Como assim?
- Ninguém pode fazer a gente se sentir inferior, se a gente não deixar.
- Que escola de princesas é essa? - ele diz, comendo um pedaço de seu sanduíche.
- Da Barbie.
- Você vê Barbie? - ele diz, fazendo cara feia.
- Sim vejo e acho que é muito preconceito alguém fazer essa cara feia pro gosto da outra pessoa.
- Ah, ok senhorita que vê Barbie.
- Não tem nada de errado em ver Barbie - digo, tomando um pouco do MilkShake.
O resto do tempo na lanchonete foi em silêncio, até a moça trazer a conta.
- Vamos rachar - ele disse.
- Quê? O seu saiu mais caro que o meu!
- Mas você ainda estaria com fome se não fosse por mim.
- Tá bom, tá bom. Sabia que você não ia ser gentil de graça.
- O mundo é dos espertos.
Caminhamos até a balada em silêncio. Acho que o silêncio também une pessoas, assim como uma conversa, e que os amigos de verdade ficam em silêncio com a gente quando a gente precisa.
- Então, tchau. Boa espera - ele diz, acenando.
Aceno de volta e logo depois ele some da minha vista, rua abaixo.
Falta apenas cinco minutos para Mike chegar, então eu acabo esperando em pé. Até que se passa dez minutos e nada.
- Ele já deve estar vindo - digo, para confortar eu mesma.
Sento lá, em uma parte mais escondida por estar com medo de alguém me achar e fazer alguma coisa.
Sem querer, acabo pegando no sono e dormindo lá mesmo.
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Minha Fada Madrinha [PAUSADA]
Fanfiction# PAUSADA # ~ PREVISÃO DE VOLTA: JUNHO/JULHO DE 2019 ~ Izabel Parker é uma doce garota que sofre bullyng diariamente em sua escola. Tudo isso apenas por ser considerada pobre e "nerd". Ela se sentiria completamente sozinha se não fosse por sua m...