Capítulo Treze

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A noite rapidamente havia chegado e já estávamos no Táxi, a caminho do lugar.

— Ei, você já foi a uma balada antes?

— Claro que já — ele responde com desdém. — Pera, você nunca foi a uma? Você tem mesmo dezesseis anos?

— Tenho...

— E nunca foi a uma balada? Olha, já pode receber o prêmio de santinha do ano! Até a minha irmã mais nova já foi a uma...

— Quantos anos ela têm?

— Quatorze.

— Quê?! Só quatorze?!

— Viu, você tá atrasada! Agora vem me dizer que você nunca beijou — acabo fazendo careta ao ouvir isso, me entregando. — Ai, meu pai! Ela nunca beijou!

— E-ei... Não pode ser algo totalmente ruim.

— É algo péssimo pra sua reputação! Já sei, diz que seu primeiro beijo foi comigo, então.

— Mas isso é menti... — ele me  interrompe com um beijo repentino.

O que está acontecendo? Uau!

Depois de algum tempo — que pareceu uma eternidade — ele se afastou e me fitou.

— Agora não é mais — ele diz, ao parar de me beijar, com um sorriso bobo.

Fico totalmente sem-graça e envergonhada. Como ele pode? O que foi isso?

— Você é tão fofa vermelhinha — ele diz, rindo.

— Ah, vá te catar!

— Mas é verdade! Olha, já chegamos.

O lugar era cheio de luzes e com uma enorme placa escrito o nome do lugar. A fila não estava tão grande quanto imaginei e Mike disse que normalmente o pessoal costuma chegar por volta das onze.

Mike me acompanhou até a entrada, onde Murilo estava nos esperando.

— Oi — ele diz, com aquele lindo sorriso. — Estava esperando você.

— Então é melhor eu entrar, não quero ficar sobrando — Mike diz, mostrando seu ingresso pro guarda e seu RG falso, sumindo de vista.

— Também vamos entrar. Está com o coisa que eu te dei? — ele diz, se referindo ao RG falso.

— Sim — digo, o mostrando.

Assim que entramos, pude me lembrar o porquê deu odiar baladas e festas: não gosto de música muito alta e nem de gente bêbada.

— Quer uma bebida? — ele pergunta sorrindo.

Posso nunca ter ido a uma festa, mas mamãe sempre me ensinou a desconfiar das coisas. É claro que Murilo nunca me faria mal, não é? Ele é tão gentil! Mas mesmo assim, é preferível não abusar.

— Não, não quero agora, muito obrigada.

A música que estava tocando era terrivelmentes suja. Não que eu esteja julgando pessoas que gostem, mas eu nunca gostei de ouvir ou falar palavrões.

— Então vem dançar — ele diz e me puxa, não esperando eu responder.

Comecei a dançar do meu jeito, até ver algo que eu não gostei: um cara chegou por trás de uma garota e passou a mão no seu bumbum. Ela ficou assustada e disse "para", mas ele não parou.

— Murilo, você está vendo aquilo? — tenho que dizer em seu ouvido, pela música estar muito alta.

— Estou, o que tem?

Minha Fada Madrinha [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora