Capítulo Sete

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Ao chegar em casa o que encontro são duas mulheres bravas e preocupadas

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Ao chegar em casa o que encontro são duas mulheres bravas e preocupadas. Claro, com toda a razão. Cansada de inventar mentiras pra minha mãe, conto-lhes tudo o que aconteceu, nos mínimos detalhes.

Minha mãe chorou ao ouvir tudo aquilo, ela sempre foi sentimental, já a minha tia balançava a cabeça conforme contava, como se não acreditasse que isso tinha acontecido.

Mas aconteceu.

— Vamos até a polícia agora!

— Não vai adiantar de nada. Eles tem dinheiro e não são honestos. Tudo o que eu quero é ir embora logo — protesto.

— Mas filha, o que aconteceu é muito sério!

Eu sei, mãe. Mas irei me vingar com minhas próprias mãos, quando voltar.

Posso parecer má, mas tudo o que eu mais quero é a minha doce vingança. Nada mais justo! Tudo bem, sei que já fui contra vingança, mas agora é diferente, porque eu compreendo aqueles que buscam por ela. Não sei como, mas vou arranjar um jeito... Um jeito de me vingar.

Tudo o que sinto é raiva e ódio. Vou recomeçar lá, mas irei voltar. E quando voltar, eles vão ver do que sou capaz.

— Eu sei, mãe. Mas não temos provas concretas.

— O seu testemunho não vale? Tem aquela moça também, que você contou para nós ... Como é o nome dela mesmo?

— A Beatriz?

— Isso! Você tem uma testemunha! Conseguiria dar queixa.

— Já disse que não, mãe. Por favor, respeite minha decisão.

— Anne, se a menina não quer, deixe ela. É uma escolha dela e não podemos fazer nada para mudar. Creio eu que não irá querer voltar para a escola.

— Não, eu vou querer ir. Amanhã, pela última vez. Me despedir dos professores, eu acho.

— Não acho que seja a melhor ideia, Bel.

— Eu sei, mas eu preciso me despedir. Preciso que eles vejam que não me atingiram!

— E não atingiram?

— Eles me machucaram, tia. Fisicamente e psicologicamente. Mas não quero dar esse gostinho à eles!

— Filha, eu acho que é uma péssima ideia.

— Mamãe, por favor! Eu preciso disso.

— Deixe ela ir, Anne. A menina já é grande, deve aprender a se cuidar sozinha. Eu sei como é, deixe ela ir.

Titia era a única que me entendia. Ela passou pelo mesmo que eu e por causa disso, sinto que posso confiar nela.

Por fim, acabei convencendo mamãe. Amanhã irei para aquele inferno e não voltarei lá por um bom tempo.

• • •

Quando coloquei meus pés naquela escola, senti uma sensação de medo, mas não iria voltar atrás. Fui até o meu armário, peguei os livros necessários para as matérias de hoje.

Iria vir aqui pegar minhas coisas na hora do intervalo, para não ter que carregar uma bolsa gigantesca e pesada durante o percurso das aulas.

Fui até a sala sete, a qual teria aula. Sentei-me no meio, como na maioria das vezes. A sala estava vazia, ainda não tinha ninguém, o que me dera um alívio, apesar de saber que hora ou outra encontraria com eles, com aqueles monstros.

Assim que o sinal bateu, os alunos foram entrando, e com eles, o grupinho dos "populares" também. Quando me viram, a reação deles foi espanto. Mas é claro, não esperavam me ver aqui. Forcei um sorriso e então acenei para eles e os mesmos me ignoraram.

A maquiagem conseguiu cobrir os machucados de meu rosto e eu estava de calça, para não aparecer os hematomas em minha perna e como estava frio, também estava com uma jaqueta — e como já sabem, ela cobriu meus braços, e com eles os arranhões.

A aula passou normalmente e no fim, fui me despedir da professora, que era fantástica. Ela era a única professora da qual queria me despedir, ela é tão humilde e simples, e por isso é motivo de piada entre os alunos. Até queria ajudar ela, mas como vocês bem sabem, não sou a melhor nisso.

— Tchau professora!

— Vou sentir saudades de você, Bel. Espero que tenha sorte na sua nova cidade!

— Eu também espero.

Sorrio e a abraço.

Como não terei mais nenhuma aula interessante/professor que eu queira despedir, irei embora na hora do intervalo, assim que pegar minhas coisas.

— Tchau — digo, mais uma vez, saindo pela porta.

Adentro a próxima aula, que sinceramente, não me interessa nem um pouco, para ser sincera. Os populares apenas fingiram que eu não existo, o que foi maravilhoso.

A hora do intervalo finalmente chegou, me fazendo ir até o motorista (que me aguardava do lado de fora da escola) e peguei a bolsa grande, a qual separei para levar meus materiais. Peguei todos e os guardei, incluindo os enfeites.

Fui até o carro e entrei. Na hora do intervalo, o portão é aberto para quem quiser ir para casa, fazer um lanche (coisa que achei desnecessário mencionar antes e coisas que eu não fazia simplesmente para não ter que gastar minha energia andando).

— Adeus, escola — murmuro para mim mesma. — Não sentirei saudades.

É, isso pode não ser um adeus. Minha ideia de vingança está de pé.

Entro no carro e decido ir até uma sorveteria, comprar sorvete para levar. Compro um pote, assim indo pra casa.

— Cheguei!

Sem resposta. Estranho, mamãe já pediu demissão.

Vou até a geladeira e lá tem um bilhete em um papel rosa bebê:

Filha, sua tia e eu saímos para resolver as passagens. Decidimos ir amanhã mesmo, então prepare as suas malas.

Te amo,
De: mamãe.


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Minha Fada Madrinha [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora