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Três anos depois.
TORY
O lápis amarelo perambula por entre os meus dedos, apoio o cotovelo na mesa e seguro o meu rosto tentando ao máximo prestar atenção na aula de geografia. O professor Martin que sustenta os seus quarenta anos em estatura baixa e corpo rechonchudo explica a estrutura geopolítica de alguns países da Europa. Meus olhos vagam por toda a sala até pararem em Phoebe, a loira de cabelos amarrado em um rabo de cavalo sentada na carteira à frente da fileira ao lado esconde as mãos em baixo da mesa e os seus dedos nervosos digitam uma mensagem de texto, provavelmente para Bryan.
Acredito que até uma pessoa cega consegue ver o quanto ela está completamente apaixonada por ele. Se Bryan não percebeu o interesse da loira nos seus lábios e no resto do seu corpo, então ele é mais burro do que eu pensei.
O sinal soa por todo colégio e o senhor de cabeça calva despensa a turma. Fecho o meu livro, apoiando no meu antebraço e saio da sala ao lado de Phoebe que esconde o aparelho no cós da saia verde de líder de torcida.
Há três anos, andando pelos mesmos corredores ainda não consigo me acostumar com os mortais insignificantes daqui. Eles são tão cafonas, filhos de papai e nerds enjoados. Phoebe me acompanha mostrando um sorriso esperançoso nos lábios cobertos de batom rosa, apertando os livros contra o peito e soltando suspiros apaixonados de pura ilusão. Se esse momento pudesse ser retratado como desenho animado, teriam pequenos corações me acertando como flechas.
— Você devia parar de trocar mensagens com ele — reviro os olhos.
— Não sei do que está falando — ela se finge de desentendida.
— Me dá o celular — estendo a mão.
— Não — responde assustada de imediato — Quer dizer: não tem nada demais no meu celular, estava conversando com a minha mãe.
— Nossa mortal, você consegue uma desculpa muito melhor do que essa — franzo o cenho e retiro o smartphone da sua saia. Desbloqueio a tela facilmente já que ela não coloca senha, pois tem medo de esquecer e não conseguir mais acessa-lo. Leio a conversa dela com Bryan, ou melhor, leio o momento dela sendo trouxa por ele mais uma vez.
— Tory, me devolve o meu celular — ela tenta pega-lo, mas levanto e rio do seu desespero.
— Não acredito que você chamou ele para assistir o seu treino.
— Eu o chamei para assistir ao treino de todas as líderes, ele não vai por minha causa. Bryan tem um motivo muito maior do que apenas me vendo fazendo piruetas — ela revira os olhos.
— Já te avisei que mortais são idiotas. Você gosta do pior deles, também conhecido como o filho do diretor — devolvo o celular.
— Achei que Bryan fosse seu amigo.
— Ele é dos meus mortais favoritos, mas você é mais e não gosto do jeito que você é trouxa por ele.