S e v e n t e e n (1)

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TORY

Movimento os meus pés na água gelada da piscina, que sofreu queda da temperatura durante a madrugada e impediu os meus convidados continuarem brincando nela, e apoio as mãos no deck da piscina enquanto fico fitando os primeiros raios de sol que mancham o céu. Todos os convidados já foram embora da festa há algumas horas devido à restrição de música alta no condomínio.

Desbloqueio a tela do meu celular e vou direito assistir os stories dos convidados no Instagram, até que sinto a presença de Mason se sentando ao meu lado, então bloqueio a tela do aparelho e volto a minha atenção para ele. Agora que o efeito do álcool já passou sinto um misto de melancolia e alívio por não ter terminado o que aconteceu entre nós no meu quarto.

— Phoebe e Bryan acabaram de ir embora. – ele avisa.

— É, eu sei. Ela me avisou que estava bem cansada.

Faz só algumas horas desde que o meu aniversário acabou, mas a sensação de ter dezoito anos ainda não me atingiu por completo. Eu não sei se isso é bom ou ruim, mas sei que estou vivendo o auge da minha adolescência por ter finalmente feito uma festa de aniversário sem o meu pai em casa, e também porque ainda vou ao baile da escola mais tarde. Me sinto a mesma garota de alguns anos atrás brincando pelas festas de Nova Orleans com os meus ex amigos.

Mason desvia suas orbes cristalinas exaustas da madrugada em claro para a piscina e bagunça os cabelos loiros com a mão, voltando a me observar tão atentamente que chego a pensar que tem algo errado em mim. Ele comprime os lábios e me entrega um embrulho prateado que escondia atrás das costas.

— Feliz aniversário atrasado, Tory! – o garoto sorri sem mostrar os dentes.

Sobre o embrulho há um bilhete escrito por ele mesmo:

"Para Tory Belline.

Uma mortal chata com ótimo gosto musical <3"

Mason sorri quando passo os dedos sobre o bilhete e finjo lhe lançar um olhar furioso, então me apresso em rasgar a embalagem e vejo um disco de vinil da minha banda favorita: The Neighbourhood.

Sorrio empolgada para Mason.

Ninguém nunca soube me dar um presente que eu gostasse de verdade, e talvez tudo isso seja minha culpa por não demonstrar muito os meus gostos particulares. Mesmo sabendo que o meu pai se esforça muito para me agradar, ele sempre me dá alguma joia bobinha que eu mesma posso comprar. Ou os meus amigos saem comigo para comemorar. Mas fico feliz que Mason saiba o tipo de música que eu gosto e além disso ainda se preocupou em comprar um disco de vinil. Admito que até acho que o seu bilhetinho sem graça chega a ser muito fofinho.

— É o melhor presente que já ganhei. – falo sorrindo.

— Não é tão incrível quanto um colar de diamante – ele revira os olhos brincando e sorri de lado –, mas achei que você fosse gostar de ter algo especial da sua banda favorita.

— É ainda melhor que um colar de diamante. – me lanço aos seus braços para um abraço apertado, mas o jeito que ele me aperta contra si e o cheiro de cigarro me embriagam dopam as minhas narinas. – Como sabe que é a minha banda favorita? – pergunto ao me afastar, mantendo uma distância segura para não cair na tentação de beijá-lo novamente.

— Percebi isso pelas suas playlists no Spotify e pelas postagens no Instagram... – ele responde tímido, porém sustentando o nosso contato visual, estudando a minha boca mais uma vez com os seus olhos azuis intensos que chegam a despertar em mim a mesma chama de algumas horas atrás no meu quarto. Mason pisca rapidamente antes de continuar: – Acho que você não tem uma vitrola, mas você pode usar como decoração no seu quarto. – ele desvia o seu olhar do meu.

Olho para o disco de vinil do The Neighbourhood mais uma vez.

Nunca me achei boa em expressar os meus sentimentos, apenas sei ser detestável com garotos do tipo do Mason, mas o loiro se esforçando em ser fofo comigo no dia do meu aniversário me faz ficar confusa sobre o que ele pretende ganhar com isso. Ainda não esqueci da fama dele na escola e acho que fui inconsequente ao me agarrar com ele no meu quarto, eu sempre fui a garota que ele não suporta, mas então hoje ele está tentando ser legal comigo, e eu só deixei as nossas diferenças de lado porque queria muito beijá-lo.

— Obrigada, Mason. – falo sorrindo ao sentir o gosto diferente do seu nome na minha boca. – Eu realmente não tenho uma vitrola, mas posso providenciar uma.

Suspiro pesadamente ao olhar para o disco novamente, imaginando em como seria ótimo relaxar ao som das músicas em uma banheira com sais de banho.

— O que foi esse suspiro? – pergunta, me tirando os meus devaneios.

— Eu estava pensando sobre um dia ir a um festival de música indie, deve ser incrível escutá-los ao vivo. – puxo o lábio inferior. – Meus amigos não tem o mesmo estilo musical que eu, e por isso eu nunca quis ir a um festival sozinha.

— Você ainda vai. – Mason tenta me consolar afagando o meu ombro.

— Espero que sim.

— Tory, eu já tenho que ir embora. Preciso dormir um pouco, vou trabalhar no baile. – anuncia se levantando, enquanto eu continuo sentada na beira da piscina.

— Eu te vejo mais tarde, mortal. – brinco ao dar uma piscadela despertando um riso fraco do loiro.

— Feliz aniversário atrasado mais uma vez. – ele se curva para beijar a minha testa e em seguida caminha em direção a entrada da minha casa, se afastando de mim e dos meus pensamentos.



Notas:

Oi gente, tudo bem?

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Oi gente, tudo bem?

Eu tive que dividir esse capítulo em três partes, porque ficou quase 16 mil palavras, então os próximos serão maiores que esse.

Acabei voltando para aquele meu antigo emprego e espero que as coisas sejam melhores dessa vez. Desculpa toda essa demora, porque não tenho passado pelo meu melhor momento em relação a tudo da minha vida.  Espero que me entendam.

Quero postar o próximo capítulo nesse fim de semana, já que esse foi tão curtinho. 

Não esqueça de deixar o seu votinho e de comentar, isso me incentiva muito a continuar :)

Smoke of LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora