F o u r t e e n

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MASON

Impaciente, olho mais uma vez a tela do meu celular para me livrar desse terno idiota de inspetor na hora do almoço. Caminho pelo corredor e avisto um aluno com o casaco do time saindo da sala. Reviro os olhos por ter que fazer aquela pergunta irritante sobre o aluno ter uma autorização do professor e ainda ter que ficar lidando com o estrelismo dos jogadores de futebol. Eles se acham melhores do que todos aqui só porque acertam uma bola, mas esquecem que sou o filho do diretor do local. Assim que me aproximo vejo que é Bryan, ele dá um passo para trás quando esbarra em mim.

Bryan passa a mão pelos seus cabelos negros lisos e enfia as mãos nos bolsos do casaco. Ele já não tem mais o olho roxo, mas também não posso dizer que voltamos a ser como antes. Meu irmão e eu estamos vivendo uma guerra fria. Os olhos claros e frios dele se voltam para mim.

— O que você quer? — ele pergunta, inquieto.

— Sua autorização. — me limito a responder isso.

Bryan reprime os lábios e olha ao nosso redor. Ele está um tanto agitado, me deixando incomodado com o seu comportamento.

Bryan nunca foi de tratar ninguém assim, ele nunca foi frio e indiferente com as pessoas, por mais que o meu irmão seja lentinho para entender a motivação das pessoas para realizarem as suas vontades, ele continuava sendo amigo de todos. Sinto falta das nossas conversas, das nossas saídas noturnas para festas e até falar sobre mulheres.

— Eu não tenho. — responde baixo.

— Você sabe que não posso deixá-lo passar sem uma autorização.

Relaxo a minha postura e enfio as mãos nos bolsos assim como ele.

Bryan trava o maxilar ao me fitar.

— Você não faz o tipo que segue regras, Mason. — Bryan reclina a cabeça para trás. — Você sempre vai ser o cara que faz o que não deve. — seu tom sarcástico se refere sobre a Jéssica.

Respiro fundo e prefiro não responder suas provocações.

Eu não vou cair mais nas indiretas de Bryan, por mais que eu saiba que ele está namorando a Phoebe e que eles parecem estar se dando bem juntos como namorados. Eu sei que o problema do meu irmão continua sendo comigo e eu não sei mais como tentar resolver isso. Ainda não consigo conversar com ele sobre isso sem sair na porrada.

— Não sou eu que faço as regras, Bryan. — mantenho a conversa sobre a autorização do professor.

Bryan solta um risinho irônico e inaudível, então, passa por mim ao bater o seu ombro no meu braço, me fazendo me virar para ele.

— Bryan! — o chamo alto. Bryan para mais a frente e me olha esperando que eu continue a falar. Passo a mão pelo meu cabelo, tentando conter a minha impaciência, e abro a boca algumas vezes, mas nada do que eu quero realmente falar sai dela. — Nada! — desisto.

Bryan sai andando pelo corredor até que eu o perca de vista. Não ia adiantar de nada ficar insistindo no assunto, ele não vai me respeitar enquanto ainda me odiar. Retiro o celular do bolso e mando uma mensagem para minha mãe, a lembrando que vamos almoçar juntos hoje.

Finalmente, quando dá o horário do almoço dos alunos, eu posso tirar esse terno ridículo e usar as minhas roupas. Caminho para o estacionamento do colégio, monto na minha moto e ligo a mesma ao girar a chave e pisar no pedal com força. Deslizo a mão no meu cabelo, juntando os fios para trás, ponho os meus fones de ouvidos e depois coloco o capacete na minha cabeça. Os portões do colégio se abrem para mim e saio dali cantando pneu, já garantindo mais uns gritos do meu pai mais tarde.

Smoke of LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora