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TORY

Ando pelo caminho de pedra polida que vai até a porta de madeira envernizada da minha casa. É mais do que comum para mim chegar em casa a essa hora e ver a noite calma do condomínio onde moro. Porém, a luz calma e cintilante da Lua não pode acabar com raiva que sinto de Tyler, ele sabe o quanto eu o amo e ainda me provoca indo a uma festa onde várias vadias vão dá em cima dele.

Destranco a maçaneta com delicadeza. Quero ir para o meu quarto, pois a minha pele arde por ter me ralado quando cai no chão, tenho que pensar em alguma maneira de esconder os meus machucados de papai.

Ele odeia Tyler e as suas tentativas de tentar nos esperar me deixam irritada, se ele não parar com isso Tyler pode acabar se cansando de mim. Eu não quero perde-lo por causa do idiota do meu pai, nós sempre vamos ficar juntos e quando eu ficar de maior vou poder fugir com ele assim como viemos planejamos nos últimos meses.

Abro a porta devagar vendo a escuridão tomando conta do cômodo. Isso é bom sinal, significa que o meu pai não está em casa e que só vou vê-lo no café da manhã. Raul Belline é o engenheiro muito famoso que prefere passar mais tempo no trabalho do que comigo, ele tem que esconder a filha rebelde em casa quando vai em grandes eventos para as pessoas não saberem que ele já desistiu de mim e isso não me afeta porque eu também já desisti dele.

Caminho pela sala em passos sorrateiros e subo os primeiros degraus da escada até que escuto a voz grossa de papai. A luz da sala cai sobre mim como se eu fosse uma criminosa fugindo da polícia. Solto uma lufada e olho para o meu pai sentado na poltrona com o celular na mão.

— Eu já ia ligar para a polícia.

— Claro que ia ligar, você não perde a chance de infernizar a minha vida — cruzo os braços.

— Você estava com ele, não é?! Você estava com aquele marginal, Tory? — Ele eleva a voz.

— Não fala assim dele. Tyler é o meu namorado. E sim, eu estava com ele.

— Achei que tinha sido bem claro que não quero você perto dele. Não bastou ir parar em uma delegacia por causa dele? E nem vou falar do porte de drogas e bebidas em uma festa cheia de crianças — ele levanta da poltrona.

— Eu não sou criança, papai. Eu me lembro muito bem que foi você quem chamou a polícia, eles não encontraram nenhuma droga lá — retruco com a voz cheia de ironia.

— Mas você sabe a consequência disso se a polícia tivesse encontrado algo? Eu só consegui te livrar por que um dos policiais é meu amigo e sabe que você tem estado emocionalmente instável desde que Ariel se foi — diz papai, cauteloso.

O nome da minha mãe me causa ânsia de vômito, ela morreu e isso devia ser o suficiente para ele esquecê-la. Eu quero esquecê-la. Quero expelir todos os sentimentos ruins de mim e apenas guardar a sensação da minha primeira vez com o meu namorado. Queria que ele estivesse aqui para me ajudar a enfrentar o meu pai.

Smoke of LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora