Manteiga na pipoca

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Suga respira bem fundo, absorvendo cuidadosamente todos os cheiros diferentes e novos que consegue sentir. Terra úmida, plástico, suor, grama, madeira, metal, diversas comidas gostosas e o perfume suave que Daichi exala ao seu lado.

A lua cheia ilumina suavemente o mar à distância. De cima daquela colina, Suga e Daichi conseguem ver a ilha inteira. A feirinha em comemoração ao último fim de semana do verão está cheia — várias barraquinhas vendem as mais variadas comidas, pessoas fazem filas para jogar os jogos típicos da época, e até um circo famoso está na cidade, ali pertinho. Daichi e Suga já compraram seus ingressos para a apresentação e agora veem uma moça equilibrar em seu nariz uma vareta comprida com uma bola na ponta. Suga está impressionado.

— Você consegue fazer isso?!

— Claro que não! Essas pessoas treinam só para isso. São artistas.

— Ah, como você é chato.

— Eu sei mexer as orelhas. Olha só.

— Eu também sei, ó.

— Pô, assim tu me deixa mal.

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No jogo de derrubar as latinhas, Daichi conseguiu ganhar um bonequinho de plástico para Suga. Os dois andavam de mãos dadas, um colar de flores ao redor do pescoço, Daichi com um saquinho de pipoca e Suga com algodão doce; os dois riam por causa da bagunça que Suga fazia ao comer.

— Isso deve ser a coisa mais legal que você já me deu pra comer, Daichi. Olha isso! Parece uma nuvem!

— Não vai engasgar!

Suga come tudo rápido demais, tentando provar o máximo de coisas que consegue. Em menos de um minuto ele comera todo o algodão doce.

— Atenção, atenção! Últimos cinco minutos para se inscrever para o teste de força! — um homem baixinho em um chapéu de palha fala ao megafone, apontando para uma torrinha com alguns números e um sino na ponta - O vencedor leva um cupom de desconto da pizzaria mais famosa da cidade e essa exclusiva máscara de mergulho do Pikachu!

— Olha, Daichi! Que bonitinho! Vamos tentar? — Suga abre um largo sorriso e fica encantado com a quantidade de pessoas na fila para tentar ganhar os prêmios.

— Tá louco? Eu não tenho força pra isso! Vou passar vergonha! Você talvez consiga alguma coisa...

— Eu?

— É. — Daichi aperta levemente a mão de Suga — Você sempre conseguiu me levantar com facilidade, não sei porquê...

— Mas isso é dentro da água, né.

— Vamos ver. Vou colocar nossos nomes na lista.

Daichi os inscreve para o concurso. Minutos depois, todas as pessoas do festival se reúnem em volta da torrinha para ver quem era o mais forte da ilha. O homem de chapéu começa a chamar alguns nomes.

— O que tem que fazer pra ganhar? — Suga pergunta enquanto observa um homem alto levantar um martelo.

— É assim: a pessoa tem que pegar o martelo e bater com ele naquele círculo vermelho ali no chão. Quanto mais forte você bater, mais a barra colorida sobe, tá vendo? Aquela faixa vermelha é o recorde dos participantes. Está em 300. Vai até 1000.

O homem bate com o martelo no chão e a barra colorida sobe.

— Uau, ele conseguiu 500! — Suga parece estar se empolgando. O pessoal comemora e ri.

— Vamos ver o quanto você consegue.

— Beleza.

Mais dez pessoas participam do teste e a barra está parada em 720. Daichi se aproxima do martelo e o ergue alto. Dando impulso, ele bate no círculo e a barra sobe.

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