Lá com você

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-- ... Onde você disse que a gente tava indo mesmo?

-- No zoológico.

-- Hm...

Daichi olha para o lado rapidamente, vendo Suga encarar os joelhos.

-- O que foi, Suga?

-- Por que a gente tá indo em um lugar que mantém animais silvestres em cativeiro? Pensei que fôssemos contra isso...?

Daichi para no semáforo.

-- E desde quando você sabe o que é um zoológico? – Daichi sorri um pouco, mas Suga continua um pouco chateado.

-- Eu vi no Google.

-- Suga... – Daichi suspira, colocando a mão na perna dele – Primeiro: você não pode acreditar em tudo que vê na internet. Muitas coisas são simplesmente mentira.

-- Então é mentira que lá eles mantêm os animais presos? – Suga responde.

-- ... Segundo: esse zoológico que vamos é de conservação e reabilitação dos animais. Ou seja, os animais que estão lá só estão sendo mantidos pra que se recuperem e consigam voltar pra natureza, ou que estão sendo cuidados para que se reproduzam e salvem a espécie, ou são animais que não conseguem mais viver livres, tipo os machucados ou os idosos.

-- Hm.

Suga cruza os braços sobre o peito e vira o rosto para o outro lado. Daichi pisa no acelerador e faz uma curva.

-- Mas não, Suga. Não é mentira. Vários zoológicos pelo mundo simplesmente pegam animais da natureza e os colocam em jaulas. Isso acontece, infelizmente.

-- Por quê? Por que não deixar os animais livres?

-- Eu não sei responder, pra falar a verdade. Por que você não pesquisa isso?

Suga, então, tira o celular do bolso e começa a apertar a tela várias vezes. Daichi suspira de novo.

Meia hora mais tarde, Daichi para o carro no estacionamento do zoológico. Suga pega na mão dele e olha ao redor, levemente surpreso com tantas árvores grandes e de folhas tão verdes. O parque fica na encosta de uma montanha e toda a vegetação é muito bem preservada.

-- Que barulho é esse?

Daichi solta uma risada, puxando Suga para a direita.

-- São os macacos.

-- Macacos... Macacos... Ah, aqueles que parecem humanos peludos que tem rabos?

-- Eles mesmos.

Pelo caminho de terra batida eles vão até o primeiro cercado. Cinco ou seis macacos se penduram nas árvores e nas estruturas de madeira, gritando e pulando para todos os lados. Suga sorri, um pouquinho surpreso com a semelhança entre eles e os humanos que os observavam.

-- Tá vendo? – Daichi aponta para um gorila grande sentado em uma pedra – Ele não tem uma das pernas. Isso quer dizer que se ele fosse solto na natureza, provavelmente iria morrer. E como os gorilas são uma espécie em extinção, é melhor que ele fique aqui e, quem sabe, consiga se reproduzir.

-- Ohhh...

-- Aquele ali, ó – ele mostra um dos macacos pendurado na árvore – Eu acho que ele nasceu e cresceu em cativeiro. Então ele não se adequaria na natureza. Por isso é melhor que fique aqui.

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