Nuvens no céu

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    O mar ia e vinha em um ritmo agradável, e o barulho das ondinhas quebrando na praia embalou o sono dos quatro garotos que dormiam pacificamente na areia. O ar está parado; as folhas das árvores não balançam, dando a impressão de que o tempo havia congelado. A única coisa que se movia era o Sol, que levantava preguiçosamente no horizonte, manchando o céu levemente nublado de roxo, laranja, rosa e amarelo. As nuvens moviam-se devagar, exibindo suas novas cores contra o céu, que ia de preto a azul-escuro, roxo e até ciano.

Em alguma árvore não muito longe dali, um passarinho pia. A noite, que tinha sido bem fria e parada, dava lugar ao nascer do sol. O tempo parecia ter voltado a rodar no relógio. Pequenos caranguejos saem de seus buracos na areia e espiam em volta antes de saírem para explorar. Um deles consegue escalar a cauda da Hinata e o cutuca com suas garrinhas.

O menino ruivo abre os olhos lentamente, ainda confuso de sono. A primeira coisa que vê são raios dourados refletindo nas nuvens brancas e o céu tomando uma cor azulada. O dia estava nascendo.

O braço de Kageyama atravessava seu peito e ele sentia sua respiração no cabelo. Os dois estavam quentes e confortáveis dormindo juntos. Hinata até quis ficar ali por mais algumas horas, mas seu coração disparou ao lembrar que veria a família em breve.

Com o coração pulsando na garganta, ele olha para o outro lado da extinta fogueira e vê Daichi e Suga dormindo próximos um do outro. Hinata começa a ficar nervoso.

— No que você tá pensando?

A voz rouca de Kageyama soa em seus cabelos.

— Que precisamos ir logo.

— Eu sei que você já disse mil vezes, mas... Por favor, diga de novo.

— Eu não vou te abandonar. — Hinata afaga o braço de Kageyama - Eu não vou fugir. Eu vou te esperar no lugar combinado. Quando chegarmos em Nerida, vamos ficar juntos. Não vão nos separar porque você é tudo o que eu tenho e eu sou tudo o que você tem.

Kageyama solta um barulho baixinho e Hinata sorri na direção das nuvens que passeavam acima de sua cabeça, bem alto lá no céu.

— Vamos comer alguma coisa.

— Vamos.

Suga acorda com a movimentação e com as vibrações na areia. Kageyama e Hinata já estavam acordados, os dois sentados no colchão conversando e comendo. Suga se mexe e coça os olhos; cedo demais...

Daichi dormia pacificamente. Suga até sente dó de acordá-lo, mas sabe que precisa. Apertando de leve a mão que segurava a sua, ele vê as pálpebras de Daichi tremerem e ele abrir os olhos. O Sol já despontava no horizonte.

— Bom dia. — Suga sorri — Está na hora.

Daichi geme em reprovação, mas levanta-se mesmo assim. Pegando um sanduiche na mochila, os quatro garotos comem seus cafés da manhã e repassam o plano:

Hinata e Suga seguiriam com as baleias até onde desse e aí iriam sozinhos, acompanhando o continente até o lugar de encontro, antes da balsa. De lá, Daichi e Kageyama fariam contato pela água e lá decidiriam o próximo passo. Saindo ao nascer do sol, estimavam chegar por volta das 19h no local da balsa.

Hinata está confiante, assim como Kageyama. Suga encontra-se um pouco nervoso e Daichi está preocupado, mas torcendo pelo melhor.

Kageyama e Daichi guardam as coisas no carro rapidamente e voltam para se despedirem dos dois que iriam por mar. O piado dos passarinhos já estava mais forte e os tons de roxo deixavam o céu, dando lugar ao laranja e amarelo.

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