Pele na pele

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Nota da autora: opa eu meio que fiquei 6 meses sem atualizar! Mas não se preocupem, fiquei inspirada de novo e tô escrevendo que nem uma doida. O próximo capítulo sai em breve.

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Apesar de já não fazer mais tanto calor, ainda é um dia quente para o início do outono. O céu tem algumas nuvens, e a brisa que bate do mar já é um pouco mais fria.

Mesmo assim, deitados na areia quente daquela tarde de outono, Suga e Daichi tiram uma soneca gostosa nos braços um do outro. As folhas das árvores balançam devagar com o ventinho suave, e jogam sombras nos garotos. Eles dormem pacificamente, roncando de leve, e aproveitando aquele bonito final de tarde na prainha de areia branca.

-- Sobre o quê você queria falar?

Hinata tira os olhos dos garotos na praia e foca em Kageyama, sentado na pedra a sua frente e balançando os pés na água. O rosto dele é totalmente neutro.

-- Quero voltar pra casa.

O peito de Kageyama se aperta um pouquinho.

-- E gostaria que você viesse comigo.

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-- Tá tudo certo contigo e com o Hinata?

Kageyama estava perdido em pensamentos, apoiando o cotovelo na janela; ele olha para fora enquanto eles vão rápido pela rodovia, observando algumas estrelas que apareciam entre as nuvens. Quando Daichi falou, Kageyama até se assustou um pouco.

-- Ah... Sim. Tudo em ordem.

Daichi tira os olhos da estrada por um segundo e sorri para Kageyama, ciente que o garoto estava mais pensativo do que o normal.

-- Ele parece bem mais feliz no mar, e fez amizade com alguns animais também. -- Tobio completa -- Tá tendo dificuldade em comer só algas... O Suga-san disse que lá no recife todos são família. Ele vai se acostumar alguma hora.

-- Eu vi que você levou um peixe pra ele -- Daichi ri baixinho ao ver Kageyama ficar levemente tenso -- Relaxa, não vou contar pro Suga. Deve ser difícil virar vegetariano assim de repente.

-- É...

Daichi pega a saída da esquerda, a caminho da cidade. Algumas casinhas já aparecem. Kageyama observa as pessoas na rua; algumas andam com seus cachorros, outras acompanhadas de pessoas queridas, um ou outro corre sozinho. Daichi para no farol, batucando os dedos no volante ao som da música que vem do rádio.

-- Daichi-san... - o outro vira para olhá-lo, e Kageyama tem os olhos suaves -- Obrigado por ter tirado a gente de lá. E por me deixar ficar na sua casa.

-- Oras... -- Daichi coça a bochecha e solta uma risadinha sem graça -- Queria pelo menos comprar um colchão pra que você não tivesse que dormir no sofá...

-- Eu não me importo. -- ele abaixa o olhar para suas mãos -- Só...

-- Não tem de quê, Kageyama.

O farol abre, e eles vão para casa.

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Já fazia um mês que Hinata havia chegado ao recife e todo mundo já o amava como se ele tivesse crescido lá. Suga estava radiante com a nova companhia e não se sentia mais tão sozinho depois que Daichi ia embora. Hinata ainda estava se acostumando à nova dieta à base de algas e vivia reclamando de estar com fome.

-- Não é fome; As algas não ocupam tanto volume no seu estômago quanto peixe, então você tem a sensação de que ele está vazio, mas não está. Você até engordou um pouco desde que chegou!

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