12. Pedido de desculpa

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Quando terminei de tomar o café da manhã, minha mãe e eu tivemos uma conversa. O Pablo e Kássiane foram ao fliperama.

- Filha - minha mãe me chama - Eu quero conversar com você, querida.

Quando minha mãe fala que quer conversar comigo e acrescenta "Querida", é porque eu tenho que falar com ela querendo ou não. - mas não queria falar sobre o assunto que dona Antônia irá abordar.

- Sobre o quê? - eu me faço de desentendida.

- O Pablo me contou tudo. - ela cruza os braços.

- Te contou o que? - eu pergunto.

- Kássia Helmer, não se faça de desentendida - ela me encara.

Eu tive que ceder, ainda mais quando minha mãe fala o meu sobrenome.

- Você quer saber o que? Especificamente! - eu pergunto.

- O Pablo me contou toda a história. No começo fiquei muito decepcionada com Thomas, mas eu só tinha ouvido um lado da história que foi justamente a do seu primo. Eu precisava ouvir o outro lado da história que é a do Thomas...

- Você falou com o Thomas?! - eu interrompo a mamãe.

- Kássia! Eu estou falando - minha mãe me encara.

- Desculpa - eu falo meio sem graça, e minha mãe dar um sorriso.

- Eu fui falar com o Thomas, sim... Eu ouvi a historia toda... E acho que ele não tinha a intenção de fazer um jogo. Pelo que entendi esse negocio de "jogo" - ela faz um sinal de aspas - foi um mal entendido.

- Mas não é isso que você quer me falar, né?! - eu a encaro.

- Bom... Eu acho que você devia falar com ele - minha mãe toca no meu ombro.

- E por que eu deveria fazer isso? - eu franzo a testa - Ainda mais isso tudo já passou, e por que eu preciso das explicações do Thomas?!

- Isso quem sabe é você, só você sabe o que sentiu - minha mãe senta no sofá e eu faço o mesmo.

- Não estou entendendo, mãe - eu fico confusa.

- Você gosta do Thomas - minha mãe fala com absoluta certeza - Mas não como se gosta de um amigo. Vamos dizer que o Tom é o seu "crush" - minha mãe dar uma risada contagiante.

- O Tom, meu crush?! - eu continuo a rir - Você está de brincadeira comigo!

- Então o Thomas não é o seu crush?! E você só sente amizade em relação a ele!? - minha mãe faz cara de sabe tudo.

- Eu... É... Sim - (se eu responder sim, eu estaria afirmando a primeira pergunta que minha mãe fez) - eu... Não - (se eu falo não, estaria negando a segunda pergunta) - Espera... Eu... Eu não sei o que falar. Ah! Mãe!

- Você está mais enrolada do que nó! - minha mãe faz carinho na minha bochecha - Você vai descobrir o que sente a qualquer momento ou vai apenas confirmar para si mesma o que realmente sente.

- Hã? - eu ainda processava o que ela acabara de falar.

- Só vou deixar bem claro, eu gostaria de ter o Donati como o meu genro. O Thomas é bem legal, e o melhor ele é Cristão. - minha mãe se levanta - Vou dar uma volta! Pensa no que eu te falei. - ela pisca para mim.

- Em escolher o Tom para ser o seu genro? - eu cruzo os braços.

- Não. - ela suspira - Sobre em assumir os seus verdadeiros sentimentos - ela sai antes deu fazer outra pergunta.

- Bom... Vou pensar no seu caso - eu respondo pensativa.

- o Thomas está aqui! - minha mãe aparece do nada.

- O que?! - eu fico pasma- Fala para ele que não estou!

- Isso é uma péssima desculpa! - o Tom aparece.

- Ah! Não. - eu coloco o travesseiro na cara.

- Eu vou deixar vocês a vontades! - minha mão dar um sorriso travesso e sai.

- Você tem algum tempo para conversar comigo? - o Tom me encara.

- Infelizmente eu não tenho. Volta outra hora - eu fecho a cara.

- Ok, eu volto outra hora! - ele se prepara para saí...

- Tá, pode falar! - eu respondo.(eu achava que ele iria insistir em ficar, e que não ia ceder e ir embora).

- Eu vou ser bem prévio - o Tom responde - A senhorita Farina é minha prima, e ela mora aqui, então ela veio me prestigiar. Eu não estava fazendo você de jogo nem algo do tipo. Então você não tem motivo para ficar brava comigo... E eu não vou perguntar se você ficou com ciúmes ou não, pois sei que não irá responder. Eu peço-lhe que me DESCULPE. - O Thomas fala com aquele sotaque de italiano misturado com o português.

- Acho que consegui absolver tudo que você falou - eu tento não parece uma lerda - Mas você está desculpado, mesmo não ter feito nada de errado.

- Sendo assim. Amigos de novo - o Tom me dar um abraço.

- Amigos - (eu estou definitiva na friend zone) eu me afasto do seu caloroso abraço, e dou um sorriso.

- você vai hoje para a premiação? - o Tom dar um sorriso de lado.

- Vou... Você acha que perderia a melhor parte da competição?!

­- Então te vejo mais tarde... Eu vou ter que me reunir com os outros competidores agora! - o Tom fala.

Eu o acompanho até a porta, nos despedimos. Por um momento achei que o Thomas tinha piscado para mim, como ele piscou com os dois olhos, eu fiquei com dúvida.

Antes dele saí, ele para e olha nos meus olhos, e fala uma frase no meu ouvido em italiano.

- O que você disse? - eu pergunto, mas o Thomas dá um sorriso.

- Algum dia você vai descobrir - ele sai, e eu fico pasma como se já soubesse a tradução. Coisa que eu não sei!

Ele falou algo do tipo: - non ti... Conto... Mio.... Del...- a foi algo do tipo. Sou muito ruim em gravar recados em português, imagina em italiano.

Diário de uma ProfessoraOnde histórias criam vida. Descubra agora