Quando terminei de tomar o café da manhã, minha mãe e eu tivemos uma conversa. O Pablo e Kássiane foram ao fliperama.
- Filha - minha mãe me chama - Eu quero conversar com você, querida.
Quando minha mãe fala que quer conversar comigo e acrescenta "Querida", é porque eu tenho que falar com ela querendo ou não. - mas não queria falar sobre o assunto que dona Antônia irá abordar.
- Sobre o quê? - eu me faço de desentendida.
- O Pablo me contou tudo. - ela cruza os braços.
- Te contou o que? - eu pergunto.
- Kássia Helmer, não se faça de desentendida - ela me encara.
Eu tive que ceder, ainda mais quando minha mãe fala o meu sobrenome.
- Você quer saber o que? Especificamente! - eu pergunto.
- O Pablo me contou toda a história. No começo fiquei muito decepcionada com Thomas, mas eu só tinha ouvido um lado da história que foi justamente a do seu primo. Eu precisava ouvir o outro lado da história que é a do Thomas...
- Você falou com o Thomas?! - eu interrompo a mamãe.
- Kássia! Eu estou falando - minha mãe me encara.
- Desculpa - eu falo meio sem graça, e minha mãe dar um sorriso.
- Eu fui falar com o Thomas, sim... Eu ouvi a historia toda... E acho que ele não tinha a intenção de fazer um jogo. Pelo que entendi esse negocio de "jogo" - ela faz um sinal de aspas - foi um mal entendido.
- Mas não é isso que você quer me falar, né?! - eu a encaro.
- Bom... Eu acho que você devia falar com ele - minha mãe toca no meu ombro.
- E por que eu deveria fazer isso? - eu franzo a testa - Ainda mais isso tudo já passou, e por que eu preciso das explicações do Thomas?!
- Isso quem sabe é você, só você sabe o que sentiu - minha mãe senta no sofá e eu faço o mesmo.
- Não estou entendendo, mãe - eu fico confusa.
- Você gosta do Thomas - minha mãe fala com absoluta certeza - Mas não como se gosta de um amigo. Vamos dizer que o Tom é o seu "crush" - minha mãe dar uma risada contagiante.
- O Tom, meu crush?! - eu continuo a rir - Você está de brincadeira comigo!
- Então o Thomas não é o seu crush?! E você só sente amizade em relação a ele!? - minha mãe faz cara de sabe tudo.
- Eu... É... Sim - (se eu responder sim, eu estaria afirmando a primeira pergunta que minha mãe fez) - eu... Não - (se eu falo não, estaria negando a segunda pergunta) - Espera... Eu... Eu não sei o que falar. Ah! Mãe!
- Você está mais enrolada do que nó! - minha mãe faz carinho na minha bochecha - Você vai descobrir o que sente a qualquer momento ou vai apenas confirmar para si mesma o que realmente sente.
- Hã? - eu ainda processava o que ela acabara de falar.
- Só vou deixar bem claro, eu gostaria de ter o Donati como o meu genro. O Thomas é bem legal, e o melhor ele é Cristão. - minha mãe se levanta - Vou dar uma volta! Pensa no que eu te falei. - ela pisca para mim.
- Em escolher o Tom para ser o seu genro? - eu cruzo os braços.
- Não. - ela suspira - Sobre em assumir os seus verdadeiros sentimentos - ela sai antes deu fazer outra pergunta.
- Bom... Vou pensar no seu caso - eu respondo pensativa.
- o Thomas está aqui! - minha mãe aparece do nada.
- O que?! - eu fico pasma- Fala para ele que não estou!
- Isso é uma péssima desculpa! - o Tom aparece.
- Ah! Não. - eu coloco o travesseiro na cara.
- Eu vou deixar vocês a vontades! - minha mão dar um sorriso travesso e sai.
- Você tem algum tempo para conversar comigo? - o Tom me encara.
- Infelizmente eu não tenho. Volta outra hora - eu fecho a cara.
- Ok, eu volto outra hora! - ele se prepara para saí...
- Tá, pode falar! - eu respondo.(eu achava que ele iria insistir em ficar, e que não ia ceder e ir embora).
- Eu vou ser bem prévio - o Tom responde - A senhorita Farina é minha prima, e ela mora aqui, então ela veio me prestigiar. Eu não estava fazendo você de jogo nem algo do tipo. Então você não tem motivo para ficar brava comigo... E eu não vou perguntar se você ficou com ciúmes ou não, pois sei que não irá responder. Eu peço-lhe que me DESCULPE. - O Thomas fala com aquele sotaque de italiano misturado com o português.
- Acho que consegui absolver tudo que você falou - eu tento não parece uma lerda - Mas você está desculpado, mesmo não ter feito nada de errado.
- Sendo assim. Amigos de novo - o Tom me dar um abraço.
- Amigos - (eu estou definitiva na friend zone) eu me afasto do seu caloroso abraço, e dou um sorriso.
- você vai hoje para a premiação? - o Tom dar um sorriso de lado.
- Vou... Você acha que perderia a melhor parte da competição?!
- Então te vejo mais tarde... Eu vou ter que me reunir com os outros competidores agora! - o Tom fala.
Eu o acompanho até a porta, nos despedimos. Por um momento achei que o Thomas tinha piscado para mim, como ele piscou com os dois olhos, eu fiquei com dúvida.
Antes dele saí, ele para e olha nos meus olhos, e fala uma frase no meu ouvido em italiano.
- O que você disse? - eu pergunto, mas o Thomas dá um sorriso.
- Algum dia você vai descobrir - ele sai, e eu fico pasma como se já soubesse a tradução. Coisa que eu não sei!
Ele falou algo do tipo: - non ti... Conto... Mio.... Del...- a foi algo do tipo. Sou muito ruim em gravar recados em português, imagina em italiano.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Diário de uma Professora
RomansaAs férias de Kássia Helmer não serão como as outras, além da chegada de seus primos na Califórnia, eles também levam um amigo italiano para passar as férias na casa da Kássia. A presença do italiano irá mexer com o coração da professorinha que ainda...