– Chanyeol, você tem certeza do que está falando?! – perguntou ele, visivelmente assustado.
Não deu tempo de uma resposta. Assim que pergunta saiu, um trovão soou e nuvens cinzas apareciam de forma anormal por todo o céu, antes aberto e cheio luz. Isso não é normal, aí tem coisa. Pelo que vejo, tudo nessa floresta tem um acaso, e... provavelmente, isso também deve ter tido.
– O que iremos fazer? – perguntei, me referindo ao temporal.
– Desmonte a barraca, ou acabará perdendo ela – falou, e eu continuei o olhando, confuso – Anda logo, Chanyeol!
Me apressei e fui logo desmontando minha barraca, enquanto Baekhyun fazia a mesma coisa com a sua. O tempo ia piorando e eu já temia não conseguir desmontar e arrumar tudo a tempo. Faltava apenas enrolar e guardar na mochila quando ouvi um estalo ao meu lado e uma árvore de mais ou menos 20 metros caía, mas não deu tempo de pensar e logo aquilo caiu em cima de mim.
Ops, quase.
É o que iria acontecer se Baekhyun não tivesse chegado antes e me empurrado para fora do rumo da árvore, onde já estaria fora de perigo. Olhei para o lado e lá estava ele... desmaiado! Não, não podia ser, ele não poderia estar desmaiado, não agora! Aish, o que eu tô fazendo? Ele se machucou... por mim. Isso não está certo, não está mesmo.
Enquanto eu pensava no que fazer, a tempestade ia se aproximando, e trovões fortes ecoavam pelos céus. Peguei minha mochila e coloquei em minhas costas. Fui em direção a Baekhyun novamente, e consegui identificar o motivo pelo qual ele havia desmaiado. Sua cabeça se chocara com uma pedra pontiaguda, e só não perfurou, porque pegou de raspão. Mas ainda assim a pancada foi forte, portanto ele desmaiou. Imaginou eu que, com alguns curativos, ele ficará bem.
Agora devo pensar em como fugir desta tempestade, ou nós estaremos ferrados.
Com um pouco de esforço, peguei Baekhyun em meu colo cuidadosamente para que ele não caísse e se machucasse mais. E agora a coisa mais difícil do mundo era pegar a sua mochila que estava no chão. Mas com cuidado e concentração acabei conseguindo pegar sem deixar meu amigo cair e se machucar novamente. Coloquei sua mochila encima de seu corpo, enquanto começava a caminhar com a minhas nas costas.
Estava tão magro que seu peso era comparável ao de uma criança de dez anos e ainda um pouco magra para sua idade. Isso, apesar de ruim, foi até bom porque não me cansava muito na hora de lhe carregar, a única coisa que poderia dar peso lá era sua mochila. E agradeço por ele ter conseguido guardar a barraca a tempo, porque senão ficaríamos sem lugar para dormir, e eu não gostaria de dormir mais exposto do que já estou dormindo aqui.
Na medida em que os minutos se passavam, mais o desespero me tomava, porque a tempestade está chegando rápido e os pingos de chuva vão se engrossando. Acelerei os passos, enquanto olhava desesperadamente para os olhinhos fechados de meu hyung, com olheiras quase comparáveis as de um chinês que vi uma vez, pelo que sei, é amigo de Luhan. Se não me engano, se nomeou por Zitao, Huang Zitao. É, eu acho que é isso.
Voltei a olhar o caminho que eu tomava, até que parei por um instante e a tempestade já não era mais um problema tão grande para mim. Não quando cheguei em um lugar muito familiar para mim, era como se eu já tivesse o visto, e não fazia muito tempo, porque ainda estava fresco na minha mente. Mas não sabia de onde.
Deixei Baekhyun no chão. Eu sei que isso não é legal, mas algo me diz que há algo neste lugar... algo que eu preciso ver. Então comecei a procurar o que era, por todos os lugares. Fiquei no máximo uns 3 minutos a procura de algo que nem eu sei o que é. Só desisti quando um estalo de raio que possivelmente caira perto de nós, que me apressei em pegar Baek no colo novamente.
Segui novamente na mesma direção, mas parei automaticamente quando outro raio caiu perto demais. Então, com pouquíssima hesitação e muito desespero, tomei a direção contrária, mas algo chamou a minha atenção. E, no mesmo momento em que percebi aquilo, tudo, absolutamente tudo, parou e uma quietude – também muito anormal – se instalou. Fiquei paralisado por um instante, e engoli em seco.
Coloquei Baekhyun de volta no chão, com todo o cuidado do mundo para não machucá-lo, e direcionei minha atenção a árvore que me chamou a atenção.
Cheguei a dar até 5 passos para trás, quando meus olhos alcançaram o que havia lá. Era mais daquelas frases, avisos, sei lá do que chamam. Mais um daquelas malditas coisas, na qual já estou farto!
“Espero que tenham aproveitado a luz de hoje cedo. Porque passarão um bom tempo sem ela”
Black Forest
– Aish! Sou apenas eu que estou farto deste nome?! – resmunguei – Porra!
Chutei algumas folhas no chão, mas me arrependi totalmente na hora em que meu pé se chocou contra uma pedra. Droga! Além de ter que carregar Baekhyun no colo, terei que carregá-lo manco!
Dei alguns pulinhos de dor e, mancando, me sentei no chão, bem ao seu lado e procurei um kit de primeiros socorros nas mochilas. Acabei encontrando um na mochila de Baekhyun e o peguei de imediato.
Passei a mão por debaixo de suas narinas para ter certeza de que ele ainda respirava, um pouco hesitante por não ter certeza de que ele ainda poderia estar respirando, mas aliviado depois de ter a certeza de que sim, ele estava vivo. Então dei prioridade ao seu machucado, por ser mais grave do que o meu.
Peguei os curativos, coloquei seu corpo de banda, e fiquei até um pouco mais contente em ver que a pancada não fora tão grave e havia feito apenas um corte pequeno. Mas que o deixaria desmaiado por algumas horas.
Só espero que meu instinto de médico não me engane.
Assim que lavei aquele machucado com soro, o tampei pregando aqueles paninhos de curativos e fitas em sua cabeça. Aquilo daria trabalho para tirar, mas pelo menos evitaria uma infeção grave no meio desse fim de mundo em que nos metemos.
Logo tratei de retirar meu tênis, e vi que as pontas dos dedos do meu pé – ou Titanic, segundo Baekhyun – direito estavam roxeados, e era impossível continuar andando assim.
Passei um remédio gelado que, quando pequeno, sempre curava machucados como esse quando minha omma passava. Então acredito que depois de um certo "repouso", mais tarde eu conseguiria prosseguir, só não podia dar bobeira. Não confio neste lugar.
Então, deitei minha cabeça ao lado da de Baekhyun, e agradeci por eles estar dormindo, caso contrário, levaria um puxão de orelha, e acho que minha orelha já está grande demais, não precisa esticá-la.
∆∆∆
se preparem,
vai ter att toda semana.
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black forest | chanbaek
Fanfiction❝Entre, e tente não morrer❞ Em uma floresta sombria e repleta de psicopatas sedentos por sangue, Chanyeol se vê na obrigação de cuidar de Baekhyun, e não está disposto a quebrar sua promessa, não quando isso envolve sua honra. | long fic | baekhyun¡...