Prazer Letícia Davydov

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- Senhorita Booth

Imediatamente parei na porta da sala de Vitória, eu podia sentir as fortes batidas do meu coração e lutando para controlar a minha respiração, eu estava certa que Vitória não iria deixar a minha intrusão passar em branco. Mas como eu poderia adivinhar.

Ainda de costas eu não conseguia me mecher, até o mais silencioso ruído eu conseguia escutar, aquele silêncio estava me matando, parecia que o tempo não passava. Essa sem dúvidas foi a situação mais constrangedoras que passei na minha vida.

- Com licença- A loira pediu educadamente para que eu saísse da frente e ela pudesse sair da sala.

Me virei para encarar a moça, que apenas deu um sorriso tímido e envergonhado, em seguida dei passagem deixando ela sair. Quando dei por mim, vi que era uma das veteranas, a monitora da aula de desarmamento de bombas, então era por isso que ela não pode ajudar hoje ? Foi assim que ela conseguiu sua bolsa de estudo e de estágio ?
Me senti decepcionada ao perceber que os rumores sobre a Agente Parris eram reais, só não imaginava que ela uma professora tão séria e tão profissional pudesse de fato ter relacionamentos com alunos, isso era realmente inapropriado. Me senti usada.

- Senhorita Ana

Meu enorme desejo de sair correndo daquela sala logo após a loira não pode ser relizado. Então virei para encarar Vitória, e ela mantinha uma expressão de papel sulfite. Tão cínica. Tão linda.

- Sente-se ela acenou, apontando para a cadeira em frente a sua mesa. Consegui manter a cara de séria e mostrar tranquilidade, mas por dentro estava achando graça do nervosismo da Ana, era um tanto charmoso.

- Espere um minuto.

Vitória caminhou até o banheiro absorta enquanto eu olhava alguns detalhes da sua sala. Em sua mesa tinha algumas pastas empilhadas, mas um porta-retrato me chamou atenção, nele a Agente Parris estava com roupa de campo, no meio do mato com um pequeno caderno e uma caneta em mãos, usava uma peneira, uma blusa de mangas cumpridas e um boné, na minha opinião ninguém ficava bonita com aquela roupa de campos, mas Vitória estava maravilhosa, mesmo com cara de cansada. Ouvi a porta se abrir e tratei de largar o porta-retrato, abaixando-o rosto no celular para disfarçar.

Ela saiu do lavabo com uma toalha nas mãos, abriu o frigobar e pegou um pouco de gelo, logo cobriu o gelo com a toalha entregando para a morena.

- Coloque em seu rosto, vai melhorar o inchaço. O que deseja Agente Booth ?

Comecei a gaguejar, não esperava que a agente Parris fingiria que nada havia acontecido ali. Ela foi pega em uma situação completamente constrangedora e imprópria e agia normalmente?

- É... eu... vim devolver as chaves das salas e entregar as atividade.

Entreguei as pastas e notei como Vitória me encarava com um pouco de interesse.

- Senhorita Ana, olhe para mim.

Vitória era fime com as palavras, assim como sua postura, Eu me perguntava, como ela conseguia se manter assim? Fiz o que ela mandou, levantei os olhos para encará-la, Vitória deu um sorriso de canto de boca satisfeita, o que me fez ficar irritada.

- Mais alguma coisa senhorita.

- Não senhora posso ir ?

Perguntei apressada, e finalmente pode sair daquela sala, quando a professora firmou com a cabeça me levantei e comecei a dar passos largos em direção a saída.

- Ah,  agente Booth. - Vitória mais uma vez me impediu de sair, se levantando da sua mesa e caminhando em minha direção.

- Você esqueceu de me entregar as chaves.

Fiquei aliviada por ter sido esse motivo de ser chamada sorri e estendi a mão entregando a chave para ela.

Sra Parris não só pegou a chave  das minhas mãos como decidiu aperta-la, minhas mãos estavam geladas, talvez pelo nervosismo que passará. Eu fiquei totalmente imóvel, e percebi como Vitória adorava aquilo.

A loira se aproximou da sua aluna a fazendo recuar até encostar na estante de livros atrás dela, viu Ana engolir a seco, sentiu suas mais soarem, aproximou o rosto de suas orelhas e pode ver como sua aluna estava ofegante, encostou o nariz em seu pescoço e respirou fundo, sentindo o doce cheiro provocar seu corpo inteiro, após fazer isso se afastou, soltando sua mão calmamente.

- O que está fazendo ? - perguntei ríspida, se ela achava que podia me tratar como as suas estagiarias estava muito enganada.

- Tenha uma boa noite Agente booth.

Vitória soltou um sorriso torto e cheio de malícia.

Sai rápido da sala, indignada com aquela atitude.

Já era quase 18 horas, comprei um lanche e fiquei aguardando meus amigos para uma rodada de Rpg. Como faltava ainda duas horas pra  nossa mesa, fui até a biblioteca estudar algumas coisas até esperar a hora para encontrar eles na área de convívio.

- Uau, você está com um cara péssima hoje amiga - Me diga o que você sonhou para cair da cama ?

- Nem queira saber Fe.

- Vamos começar, hoje não posso demorar aqui.

Leo entregou as fichas para os meninos e logo deram inicio a aventuras.

 Minutos depois rodrigo interrompeu o jogo para fazer um comentário desagradável.

- Ahhhhhhhhhhheeee, olha lá, se eu tivesse uma professora dessas teria que sair da aula para ir ao banheiro de 15 em 15 minutos, estou pensando seriamente de mudar de campus, viu?

- Eu dispenso, prefiro o Rudy- Felipe comentou

- Se você soubesse como ela é nas aulas não falaria isso-- Guto deu sua opiniao. Além do mais isso nao é coisa que se fale, respeite os outros.

- Podemos continuar? - Ana se manifestou.

- Sim, onde estávamos? - leo perguntou.

- Ana ia receber um ataque - jeff falou sem desviar os olhos das duas, o que fez Ana revirar os olhos.

- Certo, vou contra atacar com minha espada.

- Ok, joga aí - Mestre passou os dados para Ana.

Quando Ana jogou os dados, sentiu uma mao em seu ombro.

- Com licença moça. Me virei pra ver quem era e soltei o ar dos pulmões. - Será que posso falar com você um minuto ?

- É.... eu estou meio ocupada aqui - tentei fugir mais leo não deixou.

- 1 minuto nao vai atrapalhar Ana. Você acertou mas mesmo assim ele conseguiu te atingir. - Leo se referia ao jogo. - Jogue novamente para vermos o seu dano e o dele. - Joguei os dados e sai da mesa.

Sai com a moça e caminhei alguns metros longe da mesa, notei que sua professora não estava mais lá.

- Olha, queria pedir desculpas pelo que aconteceu mais cedo, eu deveria ter trancado a porta...

Notei que a moça estava realmente sem graça.

- Tudo bem. Era só isso?

- Não... queria também que você não contasse a ninguém, será que você pode fazer isso?  Realmente lamento pelo constragimento, estou muito envergonhada, antes que você pense qualquer coisa de mim, saiba que eu nunca tinha feito aquilo antes.

- Você nunca transou com uma mulher antes ?

- Não é isso, eu nunca tinha transando com a Vitória, foi a primeira vez.

- Não se preocupe, não contaria a ninguém, a vida dos outros não me interessa.

- Muito obrigada. Como você se chama ?

- Ana Caetano Booth - Ana estendeu a mão para a loira.

- Letícia Davydov, muito prazer

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