Confiar

Isso é estranho

- Ana - eu a chamei em um sopro de voz, me aproximei vendo ela se afastar - Ana - minha voz saiu firme, esperei ela me encarar e quando fiz percebi, que eu não precisava ficar em cima de um pedestal fingindo ser quem eu era, em cima de um pedestal, com ela não podia fingir nada, não adiantava - eu ainda não sei o que penso sobre você - tentei me aproximar novamente até conseguir abraçar sua cintura, já sentindo sua respiração mudando, adorava saber o impacto q tinha sobre ela, adorava sentir que ela sentia o mesmo por mim, mesmo não tendo falado. - eu não sei o que eu quero com você, eu não sei o que eu faço com você, a única coisa  que sei é que quero sua companhia, quero você por perto e não quero ver você beijando mais ninguém, só de lembrar a cena que vi de você beijando Letícia me dá uma vontade de bater nela - Ana se segurou pra não rir - dizer que ela não pode tocar em você - novamente toquei a mão no seu rosto, fazendo carinho em suas bochechas com o polegar - dizer para ela que você é minha...

- Eu não sou sua...

- Eu sei que não e eu sei que você merece alguém muito melhor do que eu... alguém da sua idade, alguém que não tenha a vida tão complicada.... - puxou o ar dos pulmões e soltou devagar mostrando como as últimas palavras pesavam.

- Vitória...

- Me escute... mesmo assim - fechei os olhos e encostei sua testa na minha, fazendo ana ficar nervosa - eu quero você e eu estou falando sério, não estou brincando.

- Parris...

- Você não é minha, eu sei, mas se você me der uma chance, eu preciso apenas de uma chance...

- Isso é... estranho....

Eu a aguardava em silêncio esperando ela falar, apesar de tudo eu ainda estava em dúvidas se contava tudo ou deixava pra outro momento, mais o importante é saber que eu estava falando a verdade, os sentimentos que cresceram tão rápido em tão pouco tempo era verdade.

-  Você não respondeu a última pergunta...

- Ana - eu afastei o rosto para encara-lá - eu não te abondonei... eu queria tanto continuar, eu queria e ainda quero poder ter sentir em minhas mãos e eu sei que você também quer.

- Vitória... Julia é minha amiga, é alguém importante na minha vida... se você tem algo com ela, não acha que é muita cara de pau e cruel conosco me dizer essas coisas ?

Eu franzi o cenho tentando entender o que ela falava, Julia também era minha amiga, ela devia saber que Julia que me ligou essa manhã era óbvio que pensaria bobagens, sorriu aliviada por esse parecer ser o único obstáculo entre elas.

- Do que você está rindo? Eu não sou o seu brinquedo, Vitória.

- Ana, você sente,  não sente ?

- Sim - me afastei dos braços de Vitória e caminhei até a janela, abrindo as persianas e tendo a visão do estacionamente quase vazio - É logico que eu sinto, eu sou de carne e osso Vitória, eu tenho sentimentos como qualquer outra pessoa, será que você pode se colocar no meu lugar ?

- Ana...

- Shiuuu, silêncio, e minha vez de falar.

Fui bem rude e ela gostou disso, ela se calou e soltou aquele risinho pra mim.

- É logico que eu pensei em você, como você acha que eu me senti a semana inteira ? - Vitória sorriu, um sorriso fraco, pois sabia que eu ficaria nervosa se ela fizesse algo há mais, mais eu sabia que no inteirior de sua alma ela sorria grande, "eu pensei em você" bastava para ela ficar completamente feliz.

- Um dia pego você transando com uma aluna dessa faculdade, no outro dia vejo você com outra, depois você vai para a cama comigo - tirei os olhos do estacionamento e fechei as persianas e encarei Vitória - e sim eu estou puta da vida por você nao ter terminado o serviço, você tem noção de como foi frustrante, foi absolutamente frustante tentar resistir a você e finalmente quando consegui dizer sim você me deixar com se eu fosse uma puta que você não precisasse dar satisfação nenhuma e veja só, não precisa, não é mesmo ? Para piorar eu passei a semana inteira achando que você também saia com Julia, minha amiga, que já arriscou a própria vida para salvar a minha e ...... droga Parris, eu pensei em você a semana inteira e eu me senti uma puta traidora por isso.