* Sem correção.... Feliz Natal (atrasada)
Cairon,
- Não te reconheço! – Por que não estava surpreso com a atidude da Liara, logo depois de fazermos amor enlouquecidamente? Ela nunca levava desaforo para casa, muito menos se fazia de vítma em qualquer situação. Não seria uma noite de sexo, por mais que tenha sido a melhor de nossas vidas, por haver um gosto de reconciliação, que a faria agir de forma diferente.
- As vezes também não me reconheço. – Uma angustia percorreu minha voz. Ela sentou-se na cama e passou a mão sobre meu cabelo. - Me sinto perdido! – Eu não tinha vergonha de mostrar minhas fraquezas diante da mulher que conhecia o mais profundo da minha alma.
- Eu sei! Se arrependeu de ter vindo?
- Não! Não é isso. Eu faria qualquer coisa para estar com você. Para estarmos em família. – Parecia contraditório a tudo o que estava acontecendo, mas era a pura verdade. Não precisava usar máscaras com a Liara.
- Sua mãe? – Eu devia ter gritado e chorado o quanto fosse preciso para deixar claro minha ingnação de minha mãe ter partido tão cedo. Mas acabei me escondendo atrás do trabalho e necessidade de ser um homem forte diante de outros.
- Ela não podia ter me deixado. – Uma lágrima percorreu meu rosto. – Mas não é somente isso.
- Então fala comigo meu amor!
Coloquei a cabeça em seu colo e abri meu coração. Contei tudo o que sentia naquele momento. Tudo o que me deixava apreensivo e tudo o que me fazia sofrer. Mesmo que no fundo eu soubesse que não era preciso. Ela era profissional em ler meus detalhes. Sabia só pelo olhar quando eu não estava bem. Mesmo assim, eu falei. Expus cada uma de minhas dores.
- Talvez eu... Talvez um pouco de mim tenha partido. Talvez um pouco de mim tenha deixado de existir.
- Não! Eu sei que ainda está aí Cairon.
- Eu estou como um vaso quebrado Liara. Pode ser que se cole os pedaços, mas nunca mais será o mesmo.
- Se pensa assim.... Mas acredido que mesmo quebrado, um vaso que tenha valor diante do seu proprietário, seja valor sentimental ou material, não seria deixado de lado. – Carinhosamente, desceu seus dedos delicados por meu rosto, acariciando cada parte, e tocou em meu peito. - O homem pelo qual me apaixonei, e o qual eu amo, ainda está aqui! – Segurei sua mão para que sentisse meu coração acelerado. – As vezes é preciso apenas voltar pelo caminho, e assim retomarmos do exato momento em que nos perdemos.
- Recomeçar sempre! – Não estava muito convicto, mas disposto a tentar.
- Isso!
- Liara, - Eu queria dizer que ela podia confiar em mim, mas ela me interrompeu parecendo ler cada palavra que se passava em minha mente.
- Não pense Cairon que me entreguei à você essa noite em um tentativa desesperada de salvar nosso casamento, porque não foi. Me entreguei à você, porque sei que nunca seria capaz de me trazer até aqui se estivesse de fato dormindo com aquela fulaninha. – Um peso pareceu sair de meus ombros. A desembargadora havia se tornado um fardo muito mais pesado que o apresentado.
- Eu sei! – Foi mais um gemido que uma afirmação, mas ela tinha que saber que eu de fato não teria coragem para isso.
- Eu sei que isso não é seu Cairon. Me lembro perfeitamente de quando nos conhecemos, eu me frustei pensando que poderia ter beijado você diversas vezes e você não me dava a oportunidade por uma mulher que se quer te amava. Imagina agora sabendo que.... – Ela engasgou.