Capítulo Quinze

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Liara,

Dias depois de pensar que as coisas entravam no eixo, que afastada do seu cargo, a desembergadora teria recebido o que mereceu ao perder o cargo e ainda responder processo mesmo que em liberdade. Depois de descobrir que embora odiando saber que era pela atração que sentia por meu marido, ela não daria queixa contra nossa filha, e eu ter mesmo resignada, ter achado que assim fosse melhor, e depois de vê-lo voltar ao trabalho e ter sua contribuição no prcesso reconhecida, mesmo assim, eu desocbri que algo ainda estava fora de seu lugar, e veio descrito no valor da fatura do cartão de crédito. E antes de ir ao Cairon, e ouvi-lo dizer que não se lembrava de nada, como fizera a dois dias atrás quando outra fatura chegou, eu iria investigar por conta própria.

- Eu não sei de nada Liara!

- Muito menos eu.

- Endrigo e Murilo, vocês estarão muito encrencados, se pensam que se livrarão de mim assim tão fácil. No mais, se a gente não entrar em acordo agora, minhas amigas ficarão muito decepcionadas em saber que vocês mentem para mim e para elas.

- Esse cartão não é o pessoal do Cairon? – Não precisava do Endrigo me lembrar desse detalhe.

- É! E por providencia a fatura veio parar em minhas mãos. E eu preciso saber no que ele investe. – Parei com o papel nas mãos.

- E por que nós? – O Endrigo se levantou.

- É! Eu não sei nada da vida do chefe.

- Chefe, Murilo? Desde quando considera o Cairon seu chefe e não seu amigou ou seu compadre. – Sentei-me desanimada. Não conseguiria respostas daqueles dois. A não ser que partisse para chantagem emocional. – Ele tem outra não é? – Eles me olharam assutados. Eu poderia jurar que colocar a honra do Cairon em jogo era uma apunhalada ao coração dos amigos.

- Comadre como pode dizer uma coisa dessas?

- Seria com base nessas malditas faturas? – Joguei o papel sobre a mesa. E eu tinha todo direito de perguntar, afinal, as datas coincidem de depois do acidente. E se ele tivesse resolvido ficar com aquela maldita desembargadora, e agora estivesse montando uma casa para eles. – Por que ele compraria uma casa Endrigo, sem meu conhecimento?

- Bem... É que...

- E compras. E outras compras. Nada detalhado, mas eu já chequei, é supermercado. E loja de móveis. O que vocês pensariam se vissem as faturas de suas esposas com um gasto tão grande assim.

- Talvez ele queria te fazer uma surpreensa Liara. – O Endrigo parecia mais obstinado a me convencer que o Murilo. Esse com certeza sabia o que se passava.

- Obrigada Endrigo. Desculpe por ocupar seu tempo. – Ele saiu e quis levar o Murilo junto, mas eu insisti que o Murilo permanessece.

- Olha Liara...

- Tudo bem, Murilo! Não era preciso eu ter chamado o Endrigo aqui porque sei que você sabe. Seja uma coisa boa ou ruim o que o Cairon esteja fazendo, eu sei que você sabe. E se não quer contar, eu acabo concluído que seja por ser algo complicado.

- Comadre, eu jamais lhe esconderia algo que fosse prejudicial a sua família. Se o Cairon não lhe contou nada, talvez tenha outros motivos, ou simplesmente tenha se esquecido.

- Esquecer de mencionar uma compra de duzentos mil Murilo? Não me venha com essa. A gente esquece de mencionar um sapato, uma blusa, mas nunca uma casa. Eu sei que não é o valor das nossas casas, e que o dinheiro dele, é uma herança da avó, mas... Poxa vida. Custava ele me falar. E nesse meio, adivinha.... Descobri que ele tem saído mais cedo do trabalho ao menos duas vezes nessa semana.

O DesembargadorOnde histórias criam vida. Descubra agora