Um mês depois
Inverno. Como eu amo essa estação, a neve caí sobre o solo deixando ele escorregadio e branco.
Estava em meu quarto, lendo um livro que gosto muito sentada na cama. Kwan estava cuidando de um paciente, ele sim é meio doido, pois Kwan me disse que mês passado ele derrubou um médico fingindo que estava numa moto (?).
Eu estava normal, mas não por muito tempo, comecei a ter uma visão de alguém chorando, não deu para descobrir quem era este tal indivíduo. Não liguei muito pois já estava me acostumando com tudo isso.
Decidi parar de ler o livro, coloquei ele em cima do criado-mudo e assim levantei-me da cama.
Coloquei meu tênis, meu casaco e decidi dar uma volta na neve, apenas para me distrair.
Saiu do quarto, e começo à andar nos corredores, eles estavam vazios, só tinha eu ali, eu andava nos corredores lentamente olhando para os lados, começo a sentir algo semelhante, parece que já tinha sentido antes mas estava cada vez mais forte.
Fiquei um pouco assustada, até que bateu uma tristeza em mim, não entendi o motivo apenas continuei andando. Comecei a ouvir barulhos, barulhos de gotas caindo e isso era estranho.
O silêncio me fazia ouvir coisas e ver coisas, estava ouvindo o que ninguém com meu problema podia ouvir, eu estava ouvindo o silêncio. Silêncio pra quem não ouve o que eu ouço. As vozes, pessoas e afins.Penso em como será meu futuro, eu vejo eu e Kwan em uma casa com um gato na mesma. O futuro que eu espero ter.
Posso até estar pedindo de mais, mas acho que todos querem esse futuro, com quem você realmente ama.
Sinto um calafrio descendo minha espinha, viro corredor e vejo Kwan conversando com um médico, esse médico parecia bravo até demais com ela, então fico espiando eles.Me desculpe pai, eu não faria isso com ninguém, eu juro. Diz Kwan com medo e chorando.
*Então é esse o pai dela* *Espera aí*, olho mais atentamente,*O PAI DELA É MEU MÉDICO*.
Fique quieta Kwan, você não deve ficar perto daquela menina, nunca. Diz o pai dela apontando para cara dela muito nervoso.
Mas pai, ela é minha melhor amiga! Você não pode fazer isso! Diz ela com medo e ao mesmo tempo nervosa.
Ela só traz problemas, ela não é normal! Mesmo ela tento aquela esquizofrenia. Ela tá mexendo com sua cabeça, não fique com ela. Diz o médico ainda mais nervoso.
Mas pai... Diz ela chorando.
Mas nada, você é uma lésbicas nojenta, eu tenho nojo de você e ainda por cima tem aquela menina. Diz ele insultando a minha "namorada". Eu queria ir lá e acabar com ele.
Kwan fica de joelhos e fica chorando, seu pai se virou e foi embora andando para a escada.
Fico a olhando por um tempo, mas não aguentei e fui até ela.
Kwan, calma...não dê ouvidos à ele. Digo me abaixando e dando um abraço forte nela.
V...você ouviu, né? Diz ela olhando para meu rosto com os olhos encharcados de lágrimas.
Sim, mas não fique assim, vai dar tudo certo, fique calma e pare de chorar. Digo enxugando suas lágrimas.
Ela se aproxima de meu rosto e começa um beijo carinhoso, aprofundamos os beijo, seus lábios são macios e saborosos.
Acho que caí num vício.Paramos o beijo e nos levantamos, eu seguro a mãe de Park e começamos a seguir a trajetória para a área externa.
Chegamos e abrimos a porta, o dia estava razoavelmente bom, mas frio pra caramba.
Descemos a escadinha e caminhamos no exrenso espaço, mas agora branco por causa da neve.
Sem Kwan perceber pego um pouco de neve e jogo nela.Eonjin, você me paga. Diz ela abaixando e pegando um pouco de neve.
Não se eu correr primeiro, vem me pegar! Digo e na mesma hora saiu correndo.
Ela começa a correr e jogou a bolinha em mim o que acabou acertando minhas costas.
Paro de correr, e começo a sentar na neve, escrevendo meu nome e o nome de Kwan.
Ela senta ao meu lado e quando eu acabo de escrever Kwan desenha um coração entre nossos nomes.
Olho para ela e puxo ela em mais um beijo, um beijo que foi melhorando a cada segundo. Eu coloco minha mão em seu maxilar, já ela coloco sua mão em meus cabelos e com a outra coloca em meu braço.
Paramos o beijo por falta de ar, ela da um beija em minha testa e deita na neve, deito em seguida brincando com suas mãos.
O céu estava branco e o clima estava muito gelado mesmo assim eu amo inverno.Daqui a um mês eles vão te liberar, assim você vai voltar a sua vida normalmente e terminar a escola. Disse ela dando um sorriso de lado e olhando para mim.
Sério? Pergunto meio chocada.
Sim. Diz não tirando os olhos dos meus.
Mas, eu vou te ver, né? Pergunto com num tom fofo e chateado ao mesmo tempo.
Claro que vai, meu prédio é perto da sua casa, a gente dá um jeito. Diz ela empolgada e feliz.
Que bom, vem cá. Digo me levantando e indo para um lugar meio afastado.
O que foi? Diz ela se levantando me seguindo.
Então, você é uma muito especial pra mim e eu daria tudo pra ter você ao meu lado pra sempre, Park Kwan você é uma pessoa incrível e linda. Vou direto ao assunto, quer namorar comigo? Digo essas palavras que fazem meu coração acelerar e coro toda.
Claro que aceito Kim Eonjin, você é também muito especial pra mim e eu te amo demais. Fico muito feliz com isso que ela disse e dou um abraço nela.-Isso tudo que está sentindo vai passar. E outra, o ano já tá acabando, você sobreviveu ele inteiro desde o dia que você chegou. Diz ela segurando minha mão.
Espero. Digo sorrindo e um pouco emocionada com aquelas palavras.
Então fomos aonde estavamos, voltamos a sentar e ficar apreciando o momento.
Nós duas não nos largavamos mais, era como se nós fomos feitas uma para outra. O que eu odeio é o pai dela, que fingia não ser pai dela e que era o meu médico.
Não sei nem qual foi a pior parte, a que o pai dela a insultou ou que ele fingia nem a conhecer e quando estavam sozinhos ela levava o maior esporro.O dia começou bom e ruim. Digo a olhando.
Sim, eu temho ódio enorme pelos meus pais, eles não me entendem, eles só querem meu irmão. Disse ela meio irritada.
Você tem irmão? Pergunto a ela me ajeitando no lugar.
Sim, ele é mais velho e mais "certinho", eu era muito amiga dele, mas meu pai decidiu estragar tudo quando disse pra ele que eu era uma sem noção e intrometida. Sendo q eu não sou nada disso, aí ele nunca mais falou comigo e ainda por cima deu graças quando eu fui embora. Disse ela nervosa e triste abraçando suas pernas.
Caramba, você não merece isso... digo e sou cortada pelo meu médico, que agora é um inimigo meu.
Kim Eonjin, está na hora de sua última consulta. Diz ele nem dando bola para sua filha.
Vou sim, tchau Kwan. Digo me levantando e indo em direção do médico.
Começamos a voltar para a área interna, chegando lá começamos a voltar pelos corredores e subimos a escada para o segundo andar.
Estava com medo, na neve ele estava me olhando com os olhos que pareciam que iam pegar fogo.
Chegamos na sala, ele me faz sentar em uma cadeira estranha e coloca uns aparelhos na minha cabeça.
Fico parada e ele mede a frequência do meu cérebro e vê que estava normal, estranhamente normal pois um mês atrás eu estava tendo alucinações várias vezes por dia.
Mas ele estranha uma coisa, toda vez que eu penso na pessoa que eu "vi" hoje cedo chorando a frequência muda. Isso me intrigou.
O que isso quer dizer? Isso é muito estranho.
Mas o médico acha que é apenas uma saudade psicológica(n me pergunte o q é eu criei isso agora kk) de alguém ou algo relacionado a isso.Depois de perguntas, ele me libera para sair de sua sala, parecia que ele queria se livrar de mim o quão antes possível.
Kwan aparece na frente da porta e me leva até meu quarto para eu poder descansar.Quem era aquela pessoa?