Capítulo 24 - Mensagens pairam no ar

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Durante a madrugada o vilarejo inteiro estava deserto, nada se ouvia. A luminosidade pálida preenchia o céu noturno, nunca houve estrelas e nem luar por ali, sempre a mesma abóbada azulada e vazia, mas não menos intrigante. O Sol surgia no horizonte e um brilho laranja invadia o céu. As placas de cristal, que constituíam o principal traço arquitetônico do local, refletiam a luz em diversas tonalidades, o amanhecer era um espetáculo fascinante. Em uma casa quase esférica um colchão flutuante balançava e Anthony acordava em sobressalto.

A imagem de Susan novamente apareceu na sua mente e o jovem sabia que mais uma vez ela tinha uma mensagem para lhe dar, bebeu um gole de suco de folhas de arbusto aquático, enquanto Susan aparecia em sua mente dizendo:

__Oi Tony, de madrugada tive a impressão de que alguns objetos em minha casa ganharam vida! Mas quando me levantei parecia tudo normal, exceto uma mensagem no espelho do meu quarto que estava escrita em vermelho: __Vá até a caverna! E é curioso que a mensagem só aparecia no escuro e até agora eu não consegui a apagar, nem usando solvente. Sonhei também com uma caverna escura e havia algo brilhando como uma grande esmeralda. Bem, sem mais demora, encontre-me na Praça da Harmonia. Como eu já disse, é estranho, às vezes acho que existe algo rastreando nossas conversas... Pode parecer loucura de minha cabeça, mas é o que eu sinto! Juízo! abraços, Su. 



Anthony se preocupou, sempre tivera medo de cavernas e, agora, parecia que alguém queria sua presença lá. Pisou em um degrau móvel, sua mãe o cumprimentou, perdeu o ar subitamente quando olhou para a porta de cristal da geladeira, havia a seguinte indicação nela gravada:

__Embaixo da quarta ponte.

Sua mãe passava distraída e não parecia se dar conta do imenso aviso, o jovem percebeu que só ele o via e tomou aliviado suco de fruta violeta. Instantes mais tarde, indagou sua mãe:

__Mãe, eu estou pensando em dar um mergulho hoje...

__E... - Respondeu dona Anne.

__Você se lembra daquela roupa de mergulho, que eu ganhei no ano retrasado?

__Sim, está no armário da lavanderia... Onde você vai mergulhar?

__No rio...

__Cuidado com as pedras e nada de saltar da ponte, Ok?

__Pode ficar tranqüila... Anthony disse isso e se despediu da mãe, deixando o suco de fruta violeta pela metade. Quatro minutos mais tarde, já estava com uma mochila nas costas, com as roupas de mergulho e os respiradores. O jovem deixou a frente da casa e ordenou que Montanha Verde o levasse até a Praça da Harmonia e assim se procedeu.

A cidade estava agitada com uma cerimônia religiosa, mas Anthony nunca sentiu tão pouca vontade de se tornar um sacerdote.

Tão logo, a praça surgiu diante do jovem, era um lugar realmente tranqüilo, um vento suave movimentava alguns arbustos coloridos que dormiam maviosos, um detalhe chamava a atenção, o relógio da praça era uma réplica do relógio de esmeraldas que havia obtido no dia anterior.

O vilarejo e outros enigmasOnde histórias criam vida. Descubra agora