Capítulo 20 - A leveza e o mundo

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Anthony contou o que ocorreu no encontro com Marie Claire, e todos os fatos estranhos que o ajudaram. Susan disse:

__Você não apareceu no baile ontem e eu acabei dançando com o Jérémy. - Disse Susan.

__Que bom, ele dançou bem? - Disse Anthony artificialmente, um tanto mexido com o fato.

__Não, foi terrível, ele me encheu de calos no pé... - Susan disse isso mostrando alguns calos nos pés.

Ambos deram risada.

Bem à frente praça da harmonia, ficava um prédio em forma esférica, feito vidro preenchido de água, onde ficava o parque aquático, Anthony olhou para Susan e disse que iria se redimir:

__Você quer dançar comigo?

__Deixe-me ver... Sim! - Disse ela sorrindo.

Eles desceram por um túnel até o local, colocaram um respirador e roupas apropriadas, a água não irritava nem os olhos nem os ouvidos, ela era leve e cristalina, a sensação que se tinha era a de flutuar no alto do vilarejo, o teorema de Arquimedes não era válido ali. A música soava e eles a escutavam perfeitamente de baixo d'água, o campo gravitacional variava conforme a melodia, ou seja, eles subiam e desciam sendo puxados pela mudança da gravidade que acompanhava as freqüências sonoras, no intervalo entre as canções fora possível ficar parado submerso no meio da água, era uma experiência incrível, ainda mais com as diversas luzes que eram refletidas por todo o espelho aquático, que também se tornavam mais vivas e intensas de acordo com os ritmos musicais, como em uma boate submersa, nesse cenário ambos começaram a dançar e davam risada sem motivo, o peso do mundo parecia não os afetar mais.

Eles se olhavam, era estranho, Anthony ficara triste em envolver Susan com aquela história do 15 de agosto, pois ela era, ao lado de sua mãe, a sua família. Não saberia viver sem a sua presença, afinal a conhecia desde a infância.

Arbustos aquáticos dançavam ao lado deles, espécies de pequenos peixes também. Nadavam em direção ao fundo da bolha de cristal preenchida por água, como se mergulhassem no vilarejo. Um arbusto prateado convidou Susan para dançar a próxima canção. Anthony tirou uma agitada alga aquática para dançar, o arbusto prateado girou a jovem com tanta força que ela colidiu contra o vidro do parque aquático, já a alga dançava tão freneticamente, que fez o jovem esbarrar em um cardume de peixes mal encarados, ele correu para o outro lado grande tanque. Anthony e Susan já estavam acabados, era difícil acompanhar aquelas simpáticas criaturas fotossintetizantes. E começaram a rir lembrando-se dos contratempos da dança.

Eles nadaram até a saída e subiram em degraus submersos, ordenaram para que fossem em direção ao fim do túnel, e assim se procedeu, tais subiram pelo túnel e chegaram ao salão principal do parque, trocaram de roupas nos closets. Susan após algum ensaio mental, convidou Anthony para ir ao Café Saphira, ele aceitou.

O vilarejo e outros enigmasOnde histórias criam vida. Descubra agora