Mas não sou mais tão criança

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Tanto Marina quanto Juliana ficaram em silêncio depois das palavras da morena. O olhar da amiga ia de Clara para a fotógrafa e vice-versa, como se tentasse compreender exatamente o que estava acontecendo. Clara percebeu que as palavras estavam pesando no ambiente e aproximou-se de Marina, passou a mão na cintura da namorada e continuou.

–Não que eu te deva satisfações da minha vida, mas como você é minha amiga e eu tenho um amor enorme por você. – Clara disse encarando Juliana. – Eu e a Marina vamos morar juntas a partir de agora, e nós decidimos que vai ser aqui em casa, já que o nosso trabalho fica na mansão.

Marina arregalou os olhos e olhou para a morena. Clara sentiu o olhar e desejou que a namorada fosse uma atriz melhor. Juliana ficou parada atônita.

–Você...Você vai morar com ela? Aqui? – Juliana deu uma risada alta. – Jura Clara, e quem vai limpar o banheiro, a boneca?

–Primeiro que só a Clara pode me chamar assim, segundo se você está tão preocupada com o nosso banheiro, a gente te contrata pra você limpar. – Marina respondeu saindo do choque que estava.

–Eu realmente não sei qual a sua Marina, o que você quer hein? Destruir a Clara emocionalmente e fisicamente? – Juliana disse para a fotógrafa.

–Eu que não to entendendo a sua Juliana. – Clara interveio e ficou na frente de Marina. – Qual é cara? Que surto louco é esse agora?

–Jura? – Marina perguntou olhando incrédula para a morena. Clara olhou sobre o ombro para a namorada e fez cara de quem não entendeu. – Isso é paixão recolhida Clara, acorda. Ela tá surtando porque tá vendo que perdeu a chance.

–Cala a boca, você não sabe de nada. – Juliana gritou. – A Clara é minha amiga, minha irmã e eu não quero ver você fazer com ela o que você faz com todas.

–Lógico, porque eu me mudo pra casa de todas as mulheres com quem eu fico. – Marina rebateu no mesmo tom de voz.

–Não, você dorme e depois vai embora, sem nem dizer tchau. – Juliana rebateu. – Nem seu nome verdadeiro você fala.

–Pera aí, vocês... – Clara olhou incrédula de Juliana para Marina.

–Não. Tá maluca? Eu ia saber...

–Halloween 2010, Nova York, The Night Club. – Juliana interrompeu a fotógrafa. – Você estava de colegial e uma peruca loira e seu nome era Wendy.

Marina ficou calada, olhando estática da namorada pra Juliana. Sua cabeça fervilhava, ela procurava na sua memória o rosto da amiga da namorada, mas não encontrava. Lembrava da festa, da roupa, do nome que usou, lembrava também que bebeu horrores e que segundo suas amigas, ela não tinha ficado sozinha durante aquela noite, porém Marina não lembrava dessa parte.

–Você é a Wendy? – Clara perguntou estática para Marina. Sinceramente a morena não sabia como agir. Lembrou da conversa que teve com Juliana quando a amiga voltou de viagem, da aventura que ela teve naquela festa e como ela descreveu que havia feito o melhor sexo da sua vida. Agora, agora ela não sabia o que falar.

–Não...quero dizer...- Marina tentou responder para Clara e olhou para Juliana. – Eu fui, mas eu não me lembro.

Marina disse as últimas palavras quase em um sussurro. Juliana deu um sorriso amarelo para a fotógrafa.

–Eu demorei pra reconhecer você. Foi só quando eu soube da sua fama que acabei procurando mais, e dei de cara com a foto.

–Eu estava bêbada, foi há muito tempo atrás, não significou nada. – Marina respondeu.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora