Que eu vejo o mesmo que você

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Marina ouviu seu nome e então a luz apontou em sua direção. Deu um passo para frente e os aplausos soaram, assim como a música. Tomada pelo nervosismo, a fotógrafa permitiu-se sentir o carinho recebido pelas palmas e então começar a descer as escadas. Já que Clara estava atrás de si, a branca mirou nos olhos da mãe e seguiu seu caminho até chegar ao centro da galeria.

Clara observou a noiva descer, parecia tão segura, tão cheia de si, não deixava transparecer o nervosismo, que a morena sabia que tomava conta dela. Desceu lentamente, mantendo-se alguns passos atrás da branca. Quando Marina parou, Clara fez o mesmo, porém a surpresa veio quando a fotógrafa estendeu a mão para ela.

Entrelaçaram os dedos e a morena ficou ao lado da noiva. Marina sorriu para Clara e deu um beijo na sua mão. Foi a fotógrafa quem soltou as mãos e passou o braço em volta da cintura da morena e assim ficaram posando para as diversas fotos que eram tiradas no momento. Marina também chamou para o seu lado, a prima e as outras duas assistentes, todas sorriam, deixando que a felicidade daquele tão desejado momento tomasse conta.

–Marina, uma palavrinha? – Uma mulher aproximou-se quando elas saiam da pose das fotos. Brigitte pulou na frente e afastou delicadamente a repórter.

–A colega, se ela der uma palavrinha individual para todos vocês, ela não aproveita a festa. – Bri sorriu. – Me passa seu contato que depois a gente vê sobre isso.

Clara aproveitou que a assistente distraia a repórter e pegava outro que tentava se aproximar, e tirou Marina dali.

–Melhor você circular Boneca, não vão deixar você em paz. – A morena sussurrou no ouvido da branca.

O problema era circular. O casal tentou se aproximar da mãe da branca, porém cada passo dado uma pessoa diferente aparecia para parabenizar, elogiar e até querer comprar as fotos. Marina sorria e agradecia educadamente todos que falavam com ela, e inventava uma desculpa, para responder sobre as compras. Na verdade, ela não tinha pensado nisso, e pelo semblante de Clara, a morena também não. Brigitte estava longe das duas agora, portanto enrolar era o jeito.

Quando finalmente a branca chegou até a mãe, a morena conseguiu agarrar duas taças de champanhe, encontrou a noiva recebendo o abraço carinhoso de Regina.

–Parabéns filha, parabéns de verdade. – Regina segurou o rosto da branca. – Confesso que não imaginava que você pudesse fazer isso. É muito lindo.

–Obrigada mãe. – Marina sorriu. – Ainda bem que te surpreendi.

–É só o que você vem fazendo, e sempre pra melhor. – A mulher deu um beijo na testa da filha. Clara entregou a taça para a noiva, que bebeu quase tudo em um gole só.

–Que sede é essa Boneca? – A morena falou rindo.

–Minha garganta tá seca, tô falando direto. – A fotógrafa respondeu e recebeu um selinho da noiva.

–Tá, vou deixar porque hoje é seu aniversário. – Clara piscou para a amada.

–Controle-se, é seu aniversário, mas é a sua exposição. – Regina se intrometeu e falou para a filha que já pegava outra taça.

–Vou ficar com a Clara, ela está mais boazinha comigo. – A branca jogou um beijo para a mãe e saiu de braços dados com a noiva.

Encontraram outros amigos nessa volta. Algumas amigas da branca que Clara não conhecia, além de Vanessa e Ricardo. Do lado da morena, Helena e Juliana tinham vindo acompanhadas dos maridos, e algumas colegas do vôlei também apareceram.

–Desculpa interromper, mas eu preciso roubar a fotógrafa um minutinho. – Brigitte apareceu no meio da conversa com as colegas da morena e tirou Marina dali sozinha. – Mari nós temos que ver os preços, tem muita gente querendo comprar as telas.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora