Pra você juntar

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A voz atingiu os ouvidos do casal, as respirações ficaram trancadas. Clara olhou ao redor antes de virar na direção de onde a voz estava vindo. A morena forçou as vistas para conseguir ver a pessoa, e respirou aliviada quando reconheceu quem saía da sombra.

–Céus, pensei que era outra coisa. – Clara falou sobre o ombro para Marina, que estava em suas costas, completamente protegida pelo seu corpo.

Marina colocou a cabeça no ombro da morena e viu os cabelos ruivos, os passos bambos e olhar maldoso vindo na direção das duas. A fotógrafa respirou fundo e ficou ao lado de Clara.

–Anda perseguindo as pessoas pela noite agora Vanessinha? – Marina perguntou irônica.

–Ué, eu vi vocês lá dentro, naquele clima horrível, e agora estão posando de casal do ano novamente. – Vanessa riu quando ficou bem próxima das duas. – Tô meio perdida aqui Mari, cadê a loira gostosa que você estava se esfregando.

Marina nem precisou olhar para Clara, para saber que a morena tinha tensionado o corpo. Tomou a frente da namorada e sorriu para Vanessa.

–Sabe Van, isso não diz respeito a você. Volta pra balada volta, você deve ter alguém te esperando lá. – Marina cruzou os braços e respondeu.

–Pra que? Parece que vocês entraram numa fase aberta...a gente pode reviver os velhos tempos. – A ruiva aproximou-se de Marina. Antes da fotógrafa responder, Clara passou o braço pela cintura da namorada e a trouxe para junto de seu corpo, afastando-a de Vanessa.

–Figurinha repetida? Não, não faz meu estilo. – Clara sorriu para a ruiva. – Tchau.

Clara puxou Marina, e tratou logo de abrir a porta do carro para a fotógrafa entrar. Marina deu um tchau de longe para a ruiva, que por mais que quisesse continuar a falar, não teve mais como. A morena embarcou no carro e saiu em alta velocidade do local.

As duas seguiam caladas, apenas com o rádio como fundo. Marina viu as horas, já passavam das 3h da manhã. Ela olhou pra Clara e viu o semblante sério, raivoso e até mesmo um pouco violento da namorada. Levou sua mão a nuca de Clara e fez um carinho por entre os cabelos castanhos que ela tanto amava.

–Docinho? – Marina chamou baixo.

–Oi. – Clara respondeu sem olhar para a fotógrafa.

–Só pra eu entender, você está brava com o que viu ou com o que ouviu da Vanessa? – Marina perguntou olhando para a morena e mantendo o carinho.

Clara molhou os lábios e sorriu. Marina conseguiu ver além dela. Isso era bom e ruim. A morena sempre se vangloriou de conseguir esconder suas emoções, parecia que tinha perdido totalmente o controle ao lado de Marina.

–Os dois. – Clara respondeu levando o pescoço pra trás, como se pedisse para a namorada continuar. Marina entendeu, passou a mão por baixo dos cabelos de Clara e começou uma leve massagem na nuca da namorada.

–Você quer gritar comigo? – A fotógrafa perguntou com certo receio.

–Não, eu sei que você estava atuando...pouco exagerada, mas estava atuando. – Clara desviou o olhar do trânsito para a fotógrafa. – Não estava?

–Claro que sim. – Marina respondeu rapidamente. – Tava louca de vontade de correr pros seus braços. – A fotógrafa inclinou e deu um beijo demorado no rosto da namorada. – Sentir suas mãos pelo meu corpo. – Marina sussurrou no ouvido de Clara, e sentiu que a morena relaxou completamente.

–Droga. – Clara disse e parou o carro um pouco antes do portão da mansão.

–É a Laura? – Marina perguntou reconhecendo em partes o carro. Clara concordou com a cabeça e antes mesmo que ela descesse do carro, Laura já estava saindo do seu e caminhando até elas.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora