Quase Sem Querer

Um dos deuses mais lindos

Se Clara já tinha perdido o sorriso antes, agora então ela colocava a garrafa de bebida no chão, e se preparava para ficar em pé, quando Gisele tomou a frente da situação.

–Último beijo de solteira. – A menina falou na frente de Clara. – Ótima escolha, só digo uma coisa Clarinha, não me mate.

Gisele piscou para a morena e caminhou até a prima rindo, deixando Brigitte perder o sorriso e olhar para os passos que eram para ser sexy, mas só faziam graça.

–Olha Marina, não vai poder reclamar, beijo de despedida numa gata dessas...- Vanessa brincou.

–Tira o olho da minha prima. – A fotógrafa respondeu para a ruiva rindo. Gi segurou o rosto da branca e as duas trocaram um selinho rápido.

As convidadas fizeram barulho encerrando a parte das brincadeiras. Nessa hora, Clara e Marina ficaram em pé e se encontraram no centro do estúdio, onde selaram o reencontro com um beijo e arrancando palmas das convidadas. Agora a música seguia alta e as meninas dançavam ou sentavam em algum canto para beber. Clara aproximou-se da irmã e da tia, deixando Marina com a prima e amigas na pista.

–Ei. – A morena também estava com a voz arrastada. – Como estão?

–Oi – Helena riu da irmã. – Um pouco altas com esses coquetéis, mas tá ótimo.

–Tá perfeito, uma noite sem filho, sem marido e um gato semi nu dançando. – Juliana emendou e apontou para o homem. As três riram.

–Verdade, é um alivio para cabeça. – Helena disse. – Mas não conta pra ninguém.

–Fiquem tranquilas o segredo está a salvo comigo. – Clara respondeu. – E a Ju?

–A última vez que eu vi ela, foi quando a brincadeira acabou e ela tava conversando com uma loira. – A tia da morena falou.

–Se deu bem então. – A morena riu.

–E vem cá irmã, quem foi a estraga prazer ali no final? – Helena perguntou.

–A assistente da Marina, Brigitte. – Clara revirou os olhos e tomou mais um gole de cerveja. – Não entende os foras que leva, a sorte dela foi a Gisele ter pensado rápido, porque eu tava pronta pra acabar com a festa.

–Deu pra perceber, sua cara ficou mortal quando ela falou. – Juliana brincou com a sobrinha. Continuaram as três conversando, enquanto Marina ainda dançava no meio da pista.

A branca que tinha trocado a cerveja inicial por pequenas doses de tequila, dançava com um copo na mão e completamente aérea ao que acontecia ao seu redor. Não percebeu quando Gisele saiu de perto e uma das suas amigas apareceu na sua frente.

–Essa sim é a Marina que eu me lembro. – A mulher falou próxima ao ouvido da branca, trazendo ela para a realidade. Marina riu sem jeito e procurou por alguém que a pudesse salvar dali.

–Nunca deixei de dançar, a Clara adora quando eu danço pra ela. – A fotógrafa fugiu da investida e sentiu seu braço sendo puxado e ela se afastando. – Epa, ei Brigitte...

O aperto ficou um pouco mais forte e a branca não conseguiu soltar seu braço. Não foram muito longe, até que seu corpo encostou contra a parede com Brigitte prendendo ela.

–Você me deve um beijo. – A assistente falou embriagada avançando em cima da chefe.

–O que? – Marina rebateu e virou o rosto, empurrou Brigitte e conseguiu se afastar da parede. – Qual a parte que eu amo a Clara que você não entendeu até agora? Não quero outra mulher na minha vida, nem pintada de ouro.