Estava chorando

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Seus dias seguiam tranquilos e sem mais problemas. Marina havia deixado o medo de Laura para trás e a mulher também não tentou mais nenhum contato. Clara era quem sondava vez ou outra Roberto, atrás de informações sobre a mãe da fotógrafa, não poderia ficar às cegas, não quando se tratava de Laura.

Marina pegava no pé da morena por sua mania de tentar colocar rotina para elas. O problema, era que com o trabalho da fotógrafa e as constantes mudanças dos bebês, ficava praticamente impossível seguir os horários que Clara planejava. A única coisa que conseguiu manter com êxito foram as atividades físicas dos quatro.

Sim, Clara colocou os pequenos para fazer natação e não perdia um dia de aula. Implicou até que conseguiu manter Marina com pelo menos a yoga, já que correr e chutar cabeças parecia não ter mais necessidade para a branca. Seu treino misturava com o seu tempo livre, ia correr na praia e praticar o vôlei e deixava os três fazendo a maior festa em casa.

O desenvolvimento dos filhos era monitorado de perto pelas mães. Sempre buscavam estimular os pequenos, uma vez que, apesar de estarem crescendo saudáveis, ainda eram um pouco menores que crianças da mesma idade. Gio começou a falar e andar antes que Enzo, porém o menino não demorou muito para seguir a irmã pela casa.

Agora estavam na fase em que as duas não podiam piscar o olho. Os dois não paravam um minuto, queriam sempre correr e mexer em alguma coisa, tudo era novidade e interessante. Marina sofria quando levava eles para o estúdio, quanto mais brilho tinha, mais atraia, e brilho era o que não faltava no lugar.

–Giovanna, sai daí antes que isso despenque na tua cabeça. – Marina falou para a menina, que sentou e sorriu sapeca para a mãe.

–Bora pequena. – Flavinha pegou a afilhada no colo e levou para longe dos cabos que ela estava querendo puxar.

–Boneca, peguei as fotos que você pediu. – Clara chegou da rua com um sorriso no rosto.

–Viu todas né? – Marina sorriu para a esposa retribuindo o beijo e pegando o envelope enquanto a morena ia atrás dos filhos.

–Vi e ficaram lindas, até mesmo as deles chorando para o papai noel. – Clara pegou Gio primeiro e encheu de beijos. – Cadê seu mano?

–Destruindo uma caixa de papelão aqui debaixo da mesa. – A fotógrafa respondeu olhando as fotos. Clara caminhou e olhou onde a esposa havia dito.

Enzo brincava com a caixa, puxando e empurrando e por vezes entrando nela. Alguns outros brinquedos estavam ali, e o menino se divertia sozinho.

–Zo – Gio falou se jogando na direção do irmão. Clara soltou a filha e deu um beijo no menino que riu quando a viu.

–Marina, você tem uma foto igual a essa. – Gisele mostrou a imagem em que Gio aparecia.

–É, dona Regina que pediu pra bater. – A fotógrafa sorriu. – Só pra dizer que ela é a minha cara.

–Como se a personalidade já não dissesse. – Clara resmungou arrancando sorrisos de todas.

–Olha essa, nem acredito que o Enzo conseguiu ficar com os olhos acinzentados. – Marina babou pela imagem do filho. – Achei que iam escurecer como os da Gio.

–Alguma coisa um dos dois precisava ter do DNA paterno né? Pele, cabelo, boca e personalidade da mãe, parecem que foram filhos de chocadeira. – Clara brincou dando um beijo na fotógrafa.

–Algum problema com toda essa semelhança? – Marina ergueu as sobrancelhas para a esposa.

–Nenhuma, adoro mesmo sabendo que vou enlouquecer um dia. – A morena riu e levou um tapa leve antes de ganhar outro beijo.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora