E eu sei que você sabe quase sem querer

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Clara olhava da mãe para a sogra. Ela sentia sua raiva saindo de controle, por algum motivo sabia que o motivo da mãe estar ali, tinha a ver com Laura, e isso só piorava cada vez mais seu estado de fúria.

–O que você fez? – A morena gritou com a mãe e acabou apertando o braço da mulher.

Marina olhou para a noiva e pulou ao seu lado em questão de segundos, segurou no braço da morena e falou firme.

–Clara é a sua mãe solta ela. – A fotógrafa encarava a noiva que mesmo contrariada soltou.

Regina não voltou a avançar sobre Chica, porque Roberto havia tomado o lugar de Marina ao seu lado e segurava a mulher.

–O que foi Francisca? Perdeu a língua? – Regina rosnou para a amiga.

–A Laura pediu pra me ver. – Chica começou a falar e Marina ficou entre ela e Clara que tentava se aproximar da mãe. – Ela está arrependida, ela só que ver a Marina.

–Sua maluca. – Regina avançou sobre Chica e Roberto segurou a mulher. – Como você pode ser tão burra? Onde diabos está o seu amor próprio, que basta aquela vaca estalar os dedos e você acredita em tudo o que ela fala.

–Eu não acredito que você fez isso. – Clara disse tentando tirar a noiva da sua frente.

–Ela não queria fazer aquilo...- Chica respondeu nervosa e atropelando as palavras.

–Ela mandou matar a sua filha. – Marina falou mais alto calando todos na sala. – Sua filha. Ela disse na minha frente, na frente da Clara, confessou que queria ela morta. Essa é a mulher que você está defendendo.

–A Laura estava confusa, em desespero...- A mãe da morena tentou falar.

–Para Chica, para. – A fotógrafa disse. – Eu já estive confusa, mas não mandei matar ninguém e nem tentei. Você está defendendo uma sociopata e se não percebe isso, só posso sentir pena.

–Sai daqui. – Clara disse com raiva. Chica olhou para a filha e depois para a amiga, recompôs sua imagem e pegou a bolsa.

–Chica. – Marina chamou quando a sogra chegava na porta. – Eu tenho pena que você está preferindo uma mulher que nunca te amou em troca da sua filha, que sente sua falta.

Clara não se virou para ver a mãe sair em silêncio. A morena passou as mãos no cabelo e sentiu os braços de Marina envolta do seu corpo. Regina balançava a cabeça em negação, enquanto Roberto perguntava mil vezes se ela estava bem.

–Aqui gente, vamos relaxar. – Ricardo começou a preparar doses de whisky e entregar para todos.

–Com whisky? – Marina olhou para o rapaz.

–Água com açúcar é para os fracos. – Ricardo piscou e entregou o copo para Regina que bebeu em um gole só.

–É dona Regina concorda com você. – A fotógrafa falou encarando a mãe.

–Tenho duas amigas da vida inteira e as duas são malucas em diferentes níveis. – Regina disse. – Mereço uma dose.

–Depois do UFC que vi aqui, não vou discutir. – Marina respondeu sorrindo para a mãe e olhou para a noiva que fitava o chão. – Docinho.

–Já volto. – Clara respondeu, largou o copo cheio no colo da fotógrafa e saiu correndo do escritório.

Marina tentou ir atrás da morena, mas Ricardo segurou ela.

–Deixa, isso é entre as duas. – O rapaz falou para a branca. – O melhor que você faz é esperar ela voltar.

Clara correu o máximo que podia. Chegou no carro e encontrou a mãe chorando em frente ao volante. Sem nenhum medo, abriu a porta e ficou encarando a mulher.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora