Era provar pra todo o mundo

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Os olhares estavam sobre as duas. Marina respirou fundo e apertou mais ainda a mão da morena, que retribuiu o aperto. Seu coração estava disparado, Clara podia jurar que todos estavam ouvindo ele agora. Elas chegaram próximas a mesa dos presentes, onde um menino sorridente virou-se para as duas e correu até Clara.

–Tia Clara, caramba, você tá atrasada, pensei que nem vinha. – Ivan disse depois de soltar a cintura da morena.

–Tá maluco cara, achou que eu ia perder seu aniversário? – Clara respondeu e inclinou-se dando um beijo no sobrinho. – E aí Vitor, não vai me dizer oi? – A morena perguntou ao amigo de Ivan, que estava olhando de perto. Vitor correu até Clara e deu um beijo na morena. – Olha só, essa aqui é a Marina, namorada da tia, e o presente é nosso, ok? – Clara falou séria olhando para o sobrinho.

O menino olhou para Marina com um ar confuso, e depois para Clara. A fotógrafa prendeu o ar. Droga, Clara jogava as bombas mesmo. Pegou o presente, e franziu o cenho.

–Mas pode namorar menina com menina? – Ivan perguntou para a morena.

–Claro que pode. Meu tio namora um homem. Minha mãe disse que pode, então mulher também deve poder. – Vitor respondeu no lugar de Clara para Ivan.

– Isso mesmo, o que importa é gostar da pessoa, independente do gênero dela. – Clara emendou sorrindo, ao ver que o sobrinho não parecia assustado ou retraído diante da novidade. Marina que observava a cena ansiosa, respirou aliviada quando o amigo de Ivan, respondeu com naturalidade.

–Beleza então. – Ivan sorriu para Clara e olhou novamente para Marina. – Valeu tia Marina. – O menino abraçou a fotógrafa, pegando-a de surpresa. Marina retribuiu o abraço da criança, meio sem jeito. E a cena fez um sorriso aparecer no rosto de Clara.

–Clara – Vitor chamou a morena, enquanto Ivan abria o presente com pressa. A morena olhou para o menino e ele sorriu. – Muito gata a sua namorada viu? Mandou bem.

Marina sentiu as bochechas arderem, e Clara concordou com Vitor, batendo a mão com a dele. Ivan pulou de alegria, quando viu o presente da tia, e deu um abraço novamente na morena.

–Melhor tia do mundo você. – Ele disse para Clara e depois abraçou a fotógrafa novamente. – Você também, muito melhor que a tia Silvia.

–Ivan. – Helena tinha aproximado dos quatro, e repreendeu o filho, olhando para os lados, esperando que o irmão ou a sua esposa, não tivessem ouvido aquilo. Marina sorria com o carinho que recebia. Não tinha primos ou irmãos. Não conhecia ninguém com crianças, então não sabia como agir com as mesmas.

–Oi – Clara sorriu para a irmã e a cumprimentou. – Já falei pra ele da Marina. – Clara olhou para a irmã.

–Que bom, você devia falar assim com a sua mãe também. – Helena sorriu para a irmã e cumprimentou Marina. – Que bom que você veio.

–Obrigada por me convidar. – Marina disse. Pela sua voz, até mesmo Helena percebeu que ela estava nervosa.

–Relaxa boneca. – Clara passou o braço pela cintura da fotógrafa. – Ninguém vai ter morder.

–É Marina, fica tranquila. A festa é do meu filho, e não vou permitir nenhum tipo de preconceito aqui. – Helena emendou com a irmã e olhou para a porta. – Fiquem a vontade, e irmã, deixa que eles vão vir até você. – A arquiteta piscou para a mais nova, e chamou o filho para ir receber mais um convidado que chegava.

Quando Helena saiu, as duas perceberam que ainda eram o centro da atenção. Sem tirar o braço da cintura de Marina, Clara levou a namorada para uma mesa que ficava longe da sua família.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora