Homeless | JB

Capítulo 05 - Hospital

'' O que está acontecendo nessa sua mente linda?

Estou em sua jornada mágica e misteriosa

E eu estou tão tonto, não sei o que me atingiu, mas eu ficarei bem... ''

- All Of Me

— E então doutor, como ele está? Me diz que está bem! Eu preciso dele comigo!

— Infelizmente ele não resistiu, a parada cardíaca foi muito elevada, o coração dele estava muito fraco e der repente teve uma grande emoção para logo em seguida parar outra vez, e no estado em que ele estava isso foi fatal, sinto muito, fizemos o possível... ~ele me abraça tentando me gerar conforto.

Eu perdi toda a noção na hora em que ouvi " Ele não resistiu ", isso não podia está acontecendo, por eu Deus? Por que o senhor permitiu isso? Eu perdi minha avó, conheci alguém que preencheria o vazio dentro de mim, mas na verdade acabou de abrir muito mais, eu não sentia o chão, minhas pernas estavam bambas, sei que tem muito pouco tempo que Justin entrou na minha vida, mas sinto que o conheço a muito tempo!
Sento na poltrona incrédula, não escutava nada ao meu redor, mas também não gritava, ou me esperneava... Apenas fiquei em silêncio olhando para o nada e as lágrimas jorravam sem controle dos meus olhos, um grito em silêncio, um desespero mudo e são esses que causam mais dor, vi o doutor se aproximar de mim, mas minhas vistas foram ficando turvas até que apago.

— Senhorita... Senhorita? ~sinto alguém me cutucar, abro meus olhos lentamente devido a luz vendo o doutor em minha frente. — Vim trazer notícias do rapaz que está acompanhado.
— Sim... ~olho em volta assustada. — Eu sei, onde estão os papéis da certidão? ~passo as mãos no rosto.
— Que certidão? ~ele me olha confuso.
— De óbito, o senhor me disse que ele não tinha resistido... Daí eu apaguei... ~meus olhos marejam.
— A senhorita deve ter ficado muito abalada com a última cena que viu e provavelmente com medo do pior, e isso ficou em seu subcontinente fazendo você ter esse pesadelo. O rapaz está ótimo, reagiu muito bem a reanimação e voltou melhor do que estava antes! ~ele sorri.
— E eu já posso vê-lo ? ~dou um salto da poltrona.
— Sim, ele está dormindo agora por conta dos remédios, mas a senhorita pode entrar e se acomodar já que pretende passar a noite aqui, certo ?
— Certo! ~respondo com um sorrisão no rosto e logo volto para o quarto onde Justin estava.

Entro no quarto e fecho lentamente a porta, suspiro aliviada em ver os aparelhos ligados a ele funcionando super bem, me lembro do pesadelo que tive agora pouco, foi tão real que até me arrepia por inteira. Me aproximo de Justin e o observando, sua respiração estava normal, tanto que ele não usava mais aquela máscara, fecho os olhos agradecendo a Deus por vê-lo com vida ali bem na minha frente. Volto para a poltrona que havia deixado minha bolsa quando estive aqui mais cedo, ao lada sob a mesa estavam as roupas que Justin usava quando chegou e estavam limpas, pego a calça para dobrá-la e ao sacudir a mesma vejo a pulseirinha que ele queria me dar hoje de tarde cair no chão, pega na mesma hora e a coloco em meu pulso, era a mais linda!

Dia Seguinte...

Acordo as 8:05 AM toda dolorida por conta do mal jeito que dormi, vou ao banheiro do quarto da uma ajeitada no rosto para comer algo na cantina do hospital, estava morrendo de fome. Chegando lá compro dois lanches, um pra mim e um para Justin, para quando ele acordar, ninguém gosta de comida de hospital, volto para o quarto e vejo Justin em pé apenas de cueca ajeitando a calça para por, coro e coloco meu anti braço nos olhos.

— Desculpa eu não sabia que já tinha acordado... Espero lá fora. ~falo saindo.
— Espera, já terminei! ~escuto seu riso.
— Trouxe pra você, imaginei que acordaria com fome... ~entrego o saco com o lanche a ele e me sento.
— Estou morrendo de fome! ~ele sorri tirando os bolinhos de queijo lá de dentro.
— Você já levou alta? ~sorrio.
— Só depois que aplicarem mais uma dose de soro em mim, a enfermeira foi buscar o saquinho. ~ele fala de boca cheia me fazendo rir.
— Ela saiu antes de eu entrar?... ~sorrio fraco.
— Sim, assim que ela saiu você entrou. ~ele ri e volta a procurar bolinhos no saquinho.
— Hum... Ela te viu daquele jeito? ~olho pro chão.
— Como?
— De cueca...
— A não, esperei ela sair, não esperava que você entraria em seguida... ~ele cora me fazendo rir baixo. Logo a enfermeira volta.

— Bom, aqui está, é só esse saquinho e você está liberado! ~ela fala prendendo no aparelho e o ligando a Justin.
— Ele vai precisar de algum remédio? ~pergunto.
— Não, ele só precisará desse soro e está ótimo! ~ela sorri.
— Obrigado! ~ele fala.
— Imagina, foi um prazer cuidar de você! ~ela pisca para ele. Eu percebi a maldade em sua fala, ainda mais pelo jeito que olhou para o abdómen definido de Justin, mas ele é tão ingénuo...
— É obrigado! ~a fuzilo com os olhos que parece entender o recado e sai dali.
— Ela é legal! ~Justin sorri.
— Foi um prazer cuidar de você... ~faço uma voz debochada imitando a dela.
— Você é ótima Hannah! ~ele sorri.

Uns 40 minutos depois Justin já havia terminado de levar todo o soro, fomos até a recepção onde assinei os papéis da alta e logo saímos do hospital.

Fomos caminhando, passámos pelo parque, comemos sorvete, estava tudo muito divertido, mas eu precisava voltar para casa, passei o dia com Justin, precisava tomar um banho e dormir.

— Obrigado... ~ele fala sentando no banco onde costuma ficar.
— Pelo que? ~sorrio sentando ao seu lado.
— Por ser um anjo na minha vida! Você é a gorata mais especial desse mundo! ~ele beija meu rosto me fazendo corar.
— Não precisa agradecer... ~sorrio e me levanto. — Até qualquer hora...
— Até minha salvadora! ~ele sorri e se deita no banco.

Como eu queria poder levá-lo pra minha casa... Mas meus país nunca, mas nunca que aceitariam isso, evito olhar pra trás no meu caminho até em casa. Já lá, entro, mas só Cleu estava em casa, como sempre, subo e vou para meu quarto, tomo um banho e desço para beber algo, já eram 4:47 PM, volto para meu quarto e tiro um cochilo, acordo as 7:18 PM, com uns barulhos irritantes.

— Mais o que é isso? ~me levanto furiosa. Vinha da porta da minha varanda, pareciam pedras, corro até lá e abro a porta, uma pedrinha bate em meu pé, levanto o olhar e lá estava ele, meu coração acelera ao ver Justin ali em baixo da minha sacada.

— Você ta doido? ~surro em quase um grito.
— Estava com saudades... ~ele sorri.
— Quer subir? ~sorrio.
— Pode ser, mas seus país... ~o interrompo.
— Não estão, pode subir. ~falo baixo.

Justin analisa o local e percebe que daria pra subir pela árvore, assim o faz, rapidamente ele já estava dentro da minha sacada.

— Vem entra! ~o puxo para dentro do quarto fechando a porta.
— Nossa! ~ele fala olhando todo o quarto. Ele ia sentar na cama, mas grito.
— Não! Espera! Vou pegar uma toalha e você toma banho, ta? ~sorrio.
— Mas eu não tenho roupa limpa...
— Isso eu resolvo. ~pisco pra ele.

Saio do quarto de fininho, vou até o de John e pego uma bermuda, cueca e blusa. Volto e dou a Justin junto com a toalha, ele vai tomar banho, dez minutos depois sai de lá todo limpo e cheiroso.

— Agora sim! ~ele fala.
— Sim! ~sorrio. — Senta aqui. ~bato no espaço vazio da cama e ele senta.
— Me fala mais de você! ~falo cruzando as pernas em chinês e ele faz o mesmo.
— Bom... Eu.. ~ele se cala e arregala os olhos junto a mim quando escuto minha mãe subir me chamando. Corro e tranco a porta, mas logo ela bate.
— Hannah, abre, preciso te mostrar algo, sabe que não gosto que tranque! ~ela fala batendo.

— Se esconde! Rápido!
— Onde? ~ele arregala os olhos.
— Embaixo da cama! Vai! ~falo e ele vai imediatamente, jogo o lençol na ponta cobrindo o vão e logo abro a porta.

— Com quem estava falando? Tem alguém aqui com você Hannah?