Capítulo 09 - Marginal?

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— Por que fez isso? ~pergunto ainda ofegante. Ele sorri.
— Eu precisava ser salvo... Salvo pelo seu toque, salvo pelo seu beijo.
— Justin... Que isso, ser salvo? Eu não sou nem um tipo de anjo ou entidade para ser uma salvadora... ~sorrio fraco.
— Pra mim você um anjo que se esqueceu de como voar. ~ele sorri e me abraça.
— Você quer tomar um banho e descer pra comer algo? ~falo saindo levemente de seu abraço.
— Descer? E sua família? ~ele arregala os olhos me fazendo rir.
— Relaxa, eles ainda estão viajando, só chegam daqui três dias. ~sorrio.
— Então tudo bem! ~ele sorri.
— Eu vou lá na padaria pedir suas roupas ao seu Jaime e comprar algo pra gente enquanto você toma banho, tá? ~falo empurrando ele até o banheiro.
— Tá bom! ~ele fala sorrindo.
— Pode usar a minha toalha, ela tá ai. ~falo saindo do quarto.

Desço rapidinho, pego as chaves e minha carteira, saio e tranco a porta, em 3 minutos chego na padaria, seu Jaime já estava se preparando para fechar.

— Seu Jaime! ~grito correndo até a entrada.
— Olá Hannah! ~ele sorri.
— Posso ser abusada e pedir uma porção de pão de queijo? ~sorrio colocando minha carteira e chaves no balcão.
— Imagina, é pra já! ~ele sorri.

Fico esperando e logo seu Jaime volta com os pãeszinhos.

— Obrigado! ~falo pegando o dinheiro pra pagar. — Ah... Seu Jaime, tem como o senhor me dar as roupas do Justin? É que ele está lá em casa, sabe, ele é um bom menino.
— Claro, ele trouxe na mochila e acabou deixando aqui, vou pegar! ~ele sorri e entra nos fundos da padaria.

[...]

Já em casa, arrumo a mesa do lanche e subo com as roupas de Justin, adentro o quarto e vejo ele sentado em minha cama com a toalha presa na cintura e olhando para o nada.

— Voltei... ~falo meio sem jeito. Ele sorri ao me ver.
— Foi rápida! ~ele levanta e vem até mim.
— Nem tanto... ~lhe entrego a mochila com minha respiração presa. Que corpo é esse? E essas tatuagens, meu Deus!
— Obrigado Hannah! ~ele sorri e pega a mochila.
— Te espero lá em baixo! ~falo tão rápido quanto saio dali.

Desço tão rápido que quase caio da escada, ri disso, vou para a sala de refeições e me sento a mesa esperando Justin. A imagem dele apenas com a toalha na cintura não sai da minha lembrança. Meu Deus, minha mãe tem razão, ele daria um ótimo modelo, e põe ótimo nisso! Logo Justin surge na sala todo desconfiado, olhando tudo em volta.

— Te achei! ~ele fala meio sem jeito e caminha até mim.
— Vem, senta aí! Vamos comer! ~falo puxando ele pra se sentar ao meu lado.


Comemos toda a porção de pães de queijo e com um suco bem gelado de caju com menta, meu preferido. Já iam dar 8:00 PM. Subo com Justin, ele pega sua escova e vai para o banheiro escovar os dentes, faço o mesmo, mas vou no banheiro de John, termino e volto para meu quarto.

— Iai, o que quer fazer? ~falo colocando minha escova no meu banheiro.
— Você que sabe... ~ele sorri.
— Bom, vamos ver um filme muito legal na Netflix! ~falo apagando a luz do quarto, acendo o abajur, e me sento na cama. Justin senta ao meu lado.
— Tudo bem então! Qual filme? ~ele pergunta.
— Escolhe você! ~sorrio puxando dois travesseiros, arrumo eles na cabeceira, me encosto em um e peço que Justin se encoste no outro, ligo o ar com o controlezinho e jogo um edredom sob nossas pernas até a cintura.
— Bom, uma vez vi um filme muito legal lá no orfanato, o nome dele é Der Repente 30. Já viu? ~ele sorri.
— Não, mas já que disse que é legal, vamos ver! ~falo já digitando o nome do filme na pesquisa, assim que acho clico nele e o filme começa, olho para Justin que tinha um sorriso lindo no rosto.

[...]

Quase duas horas de filme ele chega ao fim, realmente ele era muito bom, adorei!

— Gostou? ~ele sorri me olhando.
— Eu adorei! ~sorrio.
— Bom, acho que tá na minha hora, já vão dar dez e meia. ~ele fala se levantando. O encaro com um semblante meio triste e me levanto.
— Poxa, pensei que iamos ver mais um filme. ~faço um biquinho.
— Seu Jaime deve está preocupado. ~ele passa a mão no cabelo.
— Eu avisei que você estava aqui. ~falo indo até o banheiro, me troco, saio e vou até a porta do quarto saindo do mesmo, Justin vem atrás de mim, desço com ele, pego as chaves e abro a porta da frente, levo Justin até a esquina ( momento da foto capa do capítulo )

— Obrigado por esse final de noite! ~sorrio.
— Imagina, eu que agradeço por você ser tão boa comigo! ~ele sorri e beija lentamente meu rosto.
— Não precisa agradecer... ~falo baixo, ele sorri e fica me olhando, ficamos nos olhando por uns 3 segundos até que ele se vira e segue seu caminho, volto rapidamente pra casa, já lá, entro e fecho a porta, subo frustrada, queria ver pelo menos mais um filme com Justin. Me deito e fico assistindo, depois de alguns minutos escuto uma movimentação lá em baixo, me assusto e desço para ver o que estava acontecendo, era minha mãe, sem malas e sozinha.

— Mãe? Cadê as malas? E o papai, John? ~pergunto me sentando no sofá.
— Estão em Nova York ainda, só vim pegar uns documentos que não iriamos precisar, mas agora vamos! ~ela sorri.
— Ah, e você volta hoje ainda? ~pergunto.
— Sim, vim com o jatinho do ano escritório. ~ela sorri.
— Nossa! ~falo meio desinteressada.
— Filha, vi algo muito estranho agora ali na rua... ~ela me olha enquanto mexia nas gavetas do mini escritório.
— O que? ~me sento na mesinha e fico mexendo no celular.
— Aquele seu amigo... Esqueci o nome dele... ~ela para.
— Taylor? ~pergunto distraída.
— Não, o Justin! Lembrei o nome! ~ela sorri.
Rapidamente tiro minha atenção do celular e a olho quando escuto o nome de Justin.
— Justin? O que que tem ele? ~pergunto um pouco nervosa, fiquei preocupada.
— Ele estava deitado num banco... Bem frente a padaria do Jaime... ~ela me olha quardando o envelope na sua bolsa gigantesca. Engulo seco ao ouvir sua frase.
— Es-estava? ~sorrio falso.
— Sim! ~ela ergue uma de suas sobrancelhas. — A essa hora! Ele não tem casa não? Não quero você andando com marginais!
— Ele não é um marginal mãe! ~reviro os olhos.
— Então por que ele estava lá deitado no banco, a essa hora e nesse frio?

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