Parabéns para você

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Sarah dirigiu feito louca pela cidade na manhã seguinte. Passou a noite acordada, trabalhando em sua teoria; fizera inúmeras ligações, conectara diversos pontos, confirmara outros. Era como se sua mente desse um estalo; como se sempre soubesse o que fazer e onde chegar, mas esquecera o caminho por um tempo. Agora não; estava certa de seu suspeito, e sua teoria era sólida e já confirmada em alguns pontos.

As ruas da cidade passavam rápido. Sarah chegou em tempo recorde à delegacia. Luan ainda não estava lá; Marcos, contudo, estava. No momento em que ela entrou na sala, viu que ele conversava com um homem elegante e de aspecto autoritário.

- ...Então temos que decidir isso o mais rápido possível - o homem dizia. - onde ela está?

Sarah pigarreou, impaciente.

- Com licença senhor, sinto muito interromper, mas é importante. Posso falar com você um minuto? - Sarah disse, dirigindo-se a Marcos.

- Ora, aqui está ela. - Marcos disse, levantando-se, gesto que foi imitado pelo outro homem. - Estávamos falando de você, Sarah. Este é o meu superior, o comandante Alberto Barros.

O homem estendeu a mão, e Sarah apertou.

- Muito prazer. - ela disse.

- Ouvi falar muito de você - ele falou. - Soube que é uma excelente detetive. Uma pena que não tenha conseguido resolver este caso horrível. - ele empertigou-se. Mas fique certa de que seus esforços não serão em vão. Meu departamento irá capturar o maníaco conhecido como Ricardo e levá-lo à justiça. Eu prometo.

- Seu departamento? - Sarah estranhou. - Mas esse caso não pertence a vocês.

- Agora pertence - Marcos disse, com as mãos cruzadas. - Como não conseguimos avançar no caso, e ele ganhou destaque nacional, estamos transferindo-o para o departamento de Alberto, que possui mais recursos.

- Mas você disse que eu tinha até hoje para solucionar o caso... - Sarah começou.

- A questão é que o caso já está solucionado - Alberto interrompeu. - Ricardo é obviamente o assassino.

- Ricardo não tem nada a ver com isso - ela disse, abrindo uma pasta e retirando dela um documento. - ele provavelmente é uma vítima também. Olhe aqui - ela entrou o papel ao homem. - São os testes com o sêmen encontrado no cadáver da falecida Vivian. Não são compatíveis com o DNA de Ricardo.

- Já tive acesso a esses resultados - disse o homem, tranquilo. - para mim, não valem de nada.

Sarah não podia acreditar.

- Não valem de nada? Como pode dizer isso?

- Os fios de cabelo encontrados na casa do suspeito podem não ser dele. Só teremos seu DNA com cem por cento de certeza quando o capturarmos. Além do mais, mesmo um teste como esse pode falhar.

- Você só pode estar de brincadeira... - Sarah começou a falar, mas foi interrompida.

- Não, você é que está de brincadeira - Alberto disse, irritado. - Esteve frente a frente com o culpado e não sentiu nada de errado nele? Isso beira a negligência.

- Ricardo não é o assassino!

- Vou te mostrar minha teoria, e verá que é bem sólida - Alberto disse, irônico. - Ricardo mata meninas desta cidade há vários anos. É obcecado por mutilação e desmembramento, fato que contribuiu para sua escolha por medicina; quer conhecer a fundo o corpo humano. Ele pensava em se casar com Vivian apenas para montar uma imagem de bom moço, uma fachada. Contudo, ela engravidou, o que não estava em seus planos. Ele ficou furioso com isso, não sei porque; afinal ele é doido. Matou o bebê que ela carregava e ela em seguida. O restante vocês já sabem... estuprou, cortou em pedaços... e fugiu. Típico de lunáticos homicidas. Já vi muito disso.

O CaçadorOnde histórias criam vida. Descubra agora